Lios (Roronoa Zoro X Leitora)

|23 - O Almirante e o Shichibukai|

"É aqui que nos separamos, irmãozinho." falei para Luffy assim que chegamos na parte de fora do Coliseu.

"O que!? Por que!?" seus olhos se encheram de lágrimas de novo e eu dei um pequeno sorriso.

"Não é em definitivo, Luffy. Eu preciso encontrar minha tripulação e você encontrar Zoro e Kin'emon."

"Vamos juntos!"

Neguei. "Infelizmente, agora eu sou da Marinha e você um Pirata. Preciso resolver algumas coisas, mas iremos nos ver logo. Prometo." acariciei-lhe os cabelos e o menor sorriu.

"Então até logo, [Nome]!" falou, já começando a se afastar.

"Até, docinho. Tome cuidado!" suspirei, antes de também seguir meu rumo.

Não demorou muito para eu chegar onde havia escondido minhas roupas da Marinha. As vesti rapidamente, embainhando minhas armas. Uma nas costas e uma em cada lado da cintura.

Caminhei pelas ruas, vendo as pessoas que andavam de um lado ao outro levemente atordoadas pelos acontecimentos que se espalharam como fogo ateado em pólvora. Pude ver vários subordinados do Shichibukai que comandava a ilha e não pude conter a vontade de revirar os olhos.

Se a Marinha realmente se importasse com aquele povo, Doflamingo nunca teria chegado ao poder. Infelizmente, os corsários eram de grande importância para a Marinha, já que pensavam que tê-los como aliados, igualava a balança de poder contra os Yonkous.

Assim que cheguei ao castelo, notei que Ambre e Mahara estavam misturadas uns com os outros. Elas acenaram para mim quase imperceptivelmente e eu retribuí. Logo, saíram para se trocarem e voltarem como marinheiras.

Conforme avancei, vi que os funcionários estavam levemente desesperados, correndo de um lado ao outro com preparativos para dar continuidade ao show do atual rei. No entanto, mesmo atarefados, eles não deixaram de parar o que estavam fazendo para encarar. Não era segredo para ninguém que seu capitão já tentou a sorte comigo algumas vezes.

Estalei a língua, controlando a vontade de arrancar-lhes a cabeça. Alguns eram tão vítimas quanto os brinquedos que andavam pelas ruas.

"Ei, você!" chamei uma garota de cabelos ruivos e olhos verdes que estava mais próxima. Suas bochechas coraram, mas ela conseguiu responder, mesmo que gaguejando com uma simples palavra monossilábica.

"S-sim?"

"Onde o almirante está?" sabia que Fujitora havia ido para lá, mas estava com preguiça de usar os meus poderes para saber exatamente onde.

"Na Câmara dos Naipes." respondeu e eu suspirei.

Claro que ele estaria onde se concentrava seu poder. Lá era onde seus subordinados principais se reuniam e o ajudavam em seus planos. Eu já havia estado ali algumas vezes sob ordens do alto comando, então sabia exatamente onde era.

Controlei minha língua antes que um 'Obrigada' saísse dos meus lábios. Ali não devia ter agradecimentos, principalmente quando se era mais forte. Não era daquela forma que as coisas funcionavam na atual Dressrosa.

Usei minha Neko Neko para tornar meus passos silenciosos, assim como para ocultar a minha presença. Deixaria para que me notassem quando fosse a hora e caso fosse necessária minha interferência.

Assim que cheguei na porta, parei, me escorando contra a parede ao lado. Também transformei minhas orelhas. Queria poder ouvir tudo o que o Almirante e o Shichibukai conversavam ali dentro.

"Fico feliz que você tenha tomado a decisão correta, Fujitora." a voz de Doflamingo sempre foi algo que me deixou irritada. A simples existência daquele infeliz acabava com qualquer pingo de respeito que eu ainda tinha pela Marinha.