Lua de sangue

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Meu despertador toca insistentemente me avisando que ja é hora de levantar, por mim eu ficaria o resto do dia dormindo, mas felizmente lembrei da programação de hoje e logo me animei, corri ao banheiro para me arrumar depressa, tomo café rápido e saio para não perder o ônibus, não sem antes levar um dos característicos sermões da minha mãe Mikaela

Mikaela: Benji você comeu direito? Mal passou tempo na mesa

Benji: mãe eu passei uns 20 minutos comendo bem na sua frente

Mikaela: não pareceu, você arrumou sua mochila direito? Seu celular está carregado? Qualquer coisa liga

Benji: mãe está tudo perfeito, fique tranquila, te vejo amanhã

já estava atrasado, a propósito meu nome é Benjamin Blake e eu tenho 17 anos, sou branco de cabelos pretos e enrolados, olhos castanhos e de corpo magro e esguio, eu moro com a minha mãe no país de Winstron a alguns anos, viemos para cá por uma vida melhor e mais tranquila depois da morte do meu pai, eu gosto bastante daqui e me adaptei facilmente a escola, falando em escola hoje teremos uma excursão até o Palácio da família real, e eu estou muito animado para isso, chegando a escola me encontro com meus melhores amigos

Benji: olá pessoal, bom dia

Mitchel: Bom dia Benji, é hoje amigo, finalmente uma aula diferente

Hannah: pra mim continua sendo uma aula chata

Benji: fala sério Hannah, vamos visitar o Palácio, não está nem um pouco animada para isso?

Hannah: não, lá só tem coisa velha de gente morta

Mitchel: se refere a todos aqueles objetos de imenso valor?

Hannah: de que adianta serem de imenso valor se não são minhas? Logo para mim são apenas tranqueiras velhas

Mitchel: só você mesmo kkk

Hannah era bastante resmungona mesmo, mas eu adorava ela, era aquele tipo de pessoas que fala sempre o que está sentindo e não tem medo de sair no tapa com alguém, o Mitchel é mais calmo e conselheiro, é uma ótima dupla de trabalhos e eu sou amigo dos dois desde que cheguei para morar nesse país a uns 3 anos, foi amizade instantânea, diferente de uma outra certa pessoa...

Kelly: vejam só, os 3 perdedores todos arrumadinhos para visitar o castelo

Hannah: sério garota você não tem nada melhor para fazer além de perturbar os outros?

Kelly: tenho, mas irritar os outros é mais divertido

Mitchel: você é tão sem noção...

Kelly: isso é inveja porque eu sou rica e você não

Mitchel: se pra ser rico eu tenho que perder meu cérebro que nem você, prefiro continuar pobre

Kelly é o pior ser humano que eu já conheci na minha vida, eu achava que gente como ela só existia em séries, mas ela supera até os valentões dessas séries, a garota se acha rica e melhor que todos, mas ela nem é tão rica assim e é burra, as notas dela são medíocres e ela sempre passa por pouco, se ela sumisse eu não ia reclamar nem um pouquinho

Hester: já chega, todos vocês parem de barulho já, o ônibus da escola está pronto, antes de sairmos devo lembrar a todos para não se separarem do grupo, a viagem até o centro vai demorar uma meia hora, mas logo mais estaremos no hotel, se comportem

Hester era nossa professora de história e apesar de não ser minha matéria favorita eu adorava ela como professora, ela era bastante rígida e exigente, mas eu gostava disso, me influenciava a ser melhor, a viagem foi bem longa, felizmente eu estava com meus fones de ouvido e deu para me distrair do barulho dos meus colegas, deixamos nosso pertences em uma pousada e voltamos para o ônibus e logo eu vi pela janela o gigantesco castelo de Winstron que um dia já foi lar da família real

Hester: entrem em silêncio e me sigam, como sabem bem esse castelo foi onde viveu toda a família real durante o período de monarquia do nosso país que acabou para dar lugar a democracia em 1880, a família real perdeu o poder devido a má administração do reino pelo rei Lucas gerando insatisfação do povo nesse mesmo ano a família real desapareceu sem deixar rastros, atualmente o castelo é apenas um ponto turístico e eu quero que vocês se espalhem por ele e tirem bastante fotos para ilustrar os relatórios que vão me entregar no fim do bimestre

Esse lugar era majestoso, nem sei como alguém poderia morar aqui, eu me perderia o tempo todo, a sala do trono era tão linda e brilhante, os corredores eram repletos de quadros dos membros da família real e de outros membros da burgusia, também tinham muitas obras de arte, estátuas e muitas outras decorações que com certeza valiam mais que minha vida, tirei tantas fotos durante aquela tarde que acho que nem tenho mais memória no meu celular, o lugar é tão grande que eu até me perdi dos meus amigos

Kelly: oi queridinha

Benji: meus pronomes não ele/dele Kelly

Kelly: você não é gay?

Benji: sou, mas isso não tem nada haver com...ah deixa pra lá, seu cérebro não é capaz de entender

Kelly: tão bravinho

Benji: porque você não vai tirar umas fotos e ler as placas para fazer seu relatório

Kelly: não preciso, minhas amigas vão fazer pra mim

Benji: me surpreende ainda ter alguém naquela escola que te suporte

Kelly continuou me seguindo, ela queria mesmo me testar, minha vontade era arrancar a cabeça dela e colocar em uma dessas estátuas sem cabeça expostas, tentei correr para despistar ela e acabei num corredor estranho e escuro, mas tem uma porta, se eu me esconder aqui ela me perde de vista e some, entrei na sala e parecia ser um tipo de porão ou armazém não muito grande, tinha uma janela grande e redonda que dava para ver o céu, de repente a porta se fechou atrás de mim e eu ouvi a risada da Kelly

Benji: sério Kelly abre essa porta, isso não tem graça, como você se quer trancou isso?

Kelly: com a chave que estava exposta aqui fora...

Benji: isso é um dos itens da exposição, você não pode tocar nessas coisas, vai ficar encrencada, me solte e eu não conto a ninguém

Kelly: ou eu posso deixar você aí e ninguém vai saber, tchau...

Benji: como ela é burra...

Eu vou só mandar uma mensagem no grupo da sala e alguém vai vir me buscar, opa...

Benji: como assim meu celular está só com 3%?

Meu celular descarregou assim que olhei a bateria, eu usei ele a manhã toda e a tarde toda sem parar, eu não deveria ter jogado tanto Brawl Stars no restaurante em que almoçamos, logo mais alguém sente minha falta e vai me procurar, não vão embora sem mim não é mesmo?

As horas passaram e já estava escuro, a lua estava subindo e eu já estava surtando, gritei muito alto e nada, esse lugar era imenso, nunca vão me achar, eu vou morrer aqui e meu cadáver vai ser achado daqui a 30 anos e eu vou virar notícia de site de curiosidade

Benji: eu quero sair daqui, alguém abre a porta

A lua estava vermelha hoje, de repente a sala ficou ainda mais escura e uma sombra esquisita surgiu em meio aquela sala, uma figura encapuzada num manto preto avançou para cima de mim, eu fechei os olhos e gritei...

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