Abro meus olhos lentamente, está escuro mas posso ver uma pequena luz vindo de uma janela coberta com cortinas pretas
Benji: espera aí, aonde eu estou?
Percebo que estou deitado em uma cama, ela era grande, tinha espaço para umas 4 pessoas ali, o quarto era escuro e empoeirado, tinham algumas portas e resolvi descobrir aonde estava, coloco meus pés para fora e encontro meus tênis bem ao lado da cama, uma das portas era um banheiro escuro, nem ousei entrar, a outra um closet vazio e empoeirado cheio de aranhas, que horror
Benji: tem que ser essa
Na última porta eu abri um enorme sorriso ao ver um corredor, por um segundo achei estar preso, mas eu ainda não sabia aonde eu estava, a última coisa que me lembro é...
Benji: Kelly sua vaca
Aquela insuportável havia me trancado naquele quartinho e então...e então aquela pessoa toda coberta surgiu na minha frente e eu não lembro mais de nada, seja quem fosse deve ter me trazido pra cá, ao andar com cuidado e silêncio pelos corredores reconheci algumas coisas, tinham móveis e pinturas que lembravam o castelo de Winstron, esse era castelo, mas estava tudo tão sujo e empoeirado, o que aconteceu com esse lugar? Corri até o salão principal e ao descer as escadas um homem vestido num terno surge de uma grande porta
Benji: finalmente, o senhor poderia me dizer o que aconteceu?
Chester: o senhor desmaiou de susto, te levamos até o quarto, espero que a cama tenha te agradado
Benji: ela era ok, mas aonde estamos? Parece o Palácio de Winstron, mas está diferente
Chester: aqui é o Palácio de Winstron, a propósito me chamo Chester e sou o mordomo, a suas ordens
Chester era um homem negro e jovem, deveria ter em torno de 20 a 25 anos, seu corpo era forte e seus cabelos raspados, ele se portava de maneira gentil e requintada como se tivesse sido treinado para isso, seu terno realmente parecia de um mordomo, daqueles bem clichês que se vê em filmes
Benji: é um prazer Chester, me chamo Benjamin, porque está tudo diferente? Teve algum tornado de poeira ou algo do tipo kk
Chester: é sempre assim por aqui
Benji: não é não, eu estive aqui o dia todo e o lugar era todo brilhante e organizado
Chester: suas dúvidas serão todas respondidas logo mais, você deve estar faminto, porque não me acompanha até a sala de jantar
Benji: engraçado, até onde sabia não tinha praça de alimentação aqui
Chester: o que é uma praça de alimentação?
Benji: o que?
Esse lugar estava estranho, escuro, sujo e vazio e apesar de encontrar o Chester ter me causado alívio, agora eu estou com medo novamente, tem algo de muito errado por aqui e eu quero ir embora
Chester: vamos logo, não devemos demorar a comida está sendo posta a mesa já
Benji: eu acho melhor eu ir embora, minha professora deve estar furiosa eu nem sei quanto tempo eu fiquei apagado, agradeço pela ajuda, mas eu vou lá para fora e vou pegar um Uber de volta ao hotel
Chester: Uber? Você fala tão estranho, deve vir de muito longe, mas eu insisto, venha comer um pouco
Benji: se você insiste
Eu aceitei porque ele estava me olhando de forma estranha, mas assim que eu comer algo eu vou correr pra fora daqui, chega desse museu velho, a sala de jantar estava mais limpa, porém as cortinhas estavam rasgadas e tinha uma lareira apagada, era um ambiente bonito, mas totalmente diferente da sala de jantar que eu vi exposta mais cedo, tinha um grande banquete acima da mesa e eu fui levado a me servir, talvez seja o jantar dos funcionários, eles devem comer aqui após o fim do turno...
Benji: vocês sempre mudam a posição das coisas quando os visitantes vão embora
Chester: não, não temos muitos visitantes e as coisas por aqui nunca mudam
Benji: não é o que eu estou vendo
Hilda: hora Chester, responda logo as dúvidas do rapaz antes que ele surte
Benji: você sabe como as coisas funcionam o mestre quer ver ele primeiro
Hilda: oi meu anjo, eu sou a Hilda a cozinheira chefe daqui, espero que goste da comida eu fiz especialmente para você
Benji: é um prazer, está tudo bem gostoso
Hilda: não se acanhe, você é muito magrinho, coma mais
Eu comia um prato com arroz, salada e frango, estava tudo divino, a Hilda era muito dócil, mas pelo visto sempre falava o que vinha na cabeça, ela aparentava ter uns 28 a 30 anos e era mais cheinha, seus cabelos loiros enrolados eram muito lindinhos
Benji: eu estou satisfeito, mas eu realmente tenho que ir
Subitamente a lareira se acendeu e tudo ficou menos frio naquela sala, pela porta eu vi entrar alguém que arrepiou meu corpo todo, era um homem, um jovem na verdade, vestido num terno preto e uma capa ainda mais escura, seus cabelos eram castanho escuro e lisos e o mais assustador sobre ele era a máscara que cobria metade de seu rosto, ela parecia até ser feita de cacos de vidro
Edward: vejo que já está melhor, você estava muito pálido quando te levei até o quarto, me chamo Edward
Ele disse sentando na grande cadeira que ficava na outra ponta da mesa
Benji: então o senhor quem me achou, eu me chamo Benjamin e agradeço muito pela ajuda, mas já está na minha hora
Edward: eu sinto em te dizer que sua partida não será possível
Benji: porque não?
O que ele quer dizer com isso? Isso parece uma brincadeira de muito mal gosto, estão me assustando de propósito
Edward: você vai ficar aqui até eu achar necessário
Benji: isso não tem graça
Edward: não é para ser engraçado
Chester: senhor se me permite explicar para ele
Edward: calado
Vi Chester e Hilda ficarem com olhares sérios, não vou ficar mais um segundo aqui levantei de minha cadeira e corri o mais rápido possível para saída, felizmente a grande porta é fácil de achar, eu a empurrei e a puxei com toda força e nada, não queria abrir, depois de muito esforço eu fiquei desesperado e comecei a chorar, isso não pode ser verdade, quem são esses doidos?
Edward: como eu disse, você não vai sair daqui Benjamin
Benji: eu exijo que abra essa porta ou eu chamo a polícia
Edward: boa sorte com isso
Benji: eu quero ir pra casa, por favor
Lágrimas escorriam de meus olhos pelo meu rosto, eu estava em pânico, a voz grossa e fria dele me atravessava como uma espada, eu não quero ficar aqui, ele vai me matar, por favor Deus me ajuda
Edward: você vai ficar aqui comigo e você vai ser feliz aqui, vai ver
Eu corro para o andar de cima, a porta está trancada, mas talvez tenha outra saída, nem que eu tenha que quebrar uma janela para isso, encontro o quarto que estava antes e quando abro a cortina eu me deparo com algo que nunca vi na vida...
Benji: o que é isso
Edward: nada, é só o infinito nada
Diz ele surgindo atrás de mim e me assustando, pela janela eu via um terreno destruído e morto e parecia não ter fim, o céu era cinza e tempestuoso com raios aparecendo a todo momento, não era a cidade grande que tinha em volta antes, aonde eu estou?
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O Espectro
RomanceDurante uma viagem da escola o jovem Benjamin se vê preso numa dimensão assustadora e sua única saída é trazer luz de volta a um coração a muito tempo perdido nas sombras