Começo

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Naquele dia, Yeonjun chorava novamente porque o seu melhor amigo deveria voltar para casa, porque já estava tarde e os tons alaranjados do pôr do sol iluminava o parque de areia e deixavam as bochechas cheias e vermelhas de choi fofas. Soobin achava o seu hyung adorável, poderia ser egoísta pensar nisso enquanto o outro chorava como se aquela fosse uma despedida e eles nunca mais fossem se ver? Oh, aqueles pensamentos o arrepiaram e o deixava choroso também, duas crianças chorando deixariam as mães choi desesperadas.

— Meu príncipe não chore, vocês irão se ver em outro dia. – A mãe de yeonjun usava todas as palavras acolhedoras para fazer o seu filho se acalmar, ela tinha esse poder de deixá-lo calmo facilmente, bagunçando os seus cabelos com carinho e limpando suas lágrimas. — Não é soobin?

O rapaz, que já era alto naquela pouca idade, concordou, dando um sorriso fofo para o seu amiguinho. Ele sempre voltava, uma promessa desde que viu Yeonjun chorar com medo de ser abandonado.

Desde pequeno Yeonjun tinha ciência da solidão, mesmo que tivesse sua mãe ao seu lado, sabia os sentimentos de abandono, ele era uma criança com conhecimento dos sentimentos negativos da vida e não sabia lidar com eles. Chorando por todos os cantos como bom era em derramar suas lágrimas.

Nada era pequeno, coisas confusas, faziam Yeonjun chorar, machucados superficiais faziam ele chorar e filmes de romance faziam ele chorar. Afinal, tudo poderia ser um motivo para chorar, quando ele não sabia controlar e uma criança tinha muita mais dificuldade em saber controlar suas reações.

— Soobin, olha o que eu fiz. — Ele apontou para o castelo de areia todo feliz, mas logo isso foi substituído por um bico triste por uma criança o destruído ao pisar em cima enquanto corria.

O rapaz alto foi mais rápido em agir, pegando nas mãozinhas do amigo e dizendo que agora poderiam fazer melhor. Um reino apenas deles dois.

— Somos dois reis? Não precisaríamos de rainhas? – Ele perguntou inocentemente, depois deles estarem concentrados em construir muitos castelos de areia, com um maior no centro, como uma realeza.

Yeonjun sempre foi fantasioso, via muitos desenhos que falavam de "felizes para sempre'' e sua mãe sempre o ajudava ter aqueles pensamentos positivos, porque Yeonjun com nove anos já não queria mais acreditar que existia algo feliz e para sempre em seu mundo.

— Claro que não, podemos cuidar disso sozinho, apenas nós dois. — Soobin assumiu baixo, sorrindo ao ver as bochechas do menor ficarem coradas. — Você quer se casar com uma rainha?

— Casar? Não gosto disso. – Ele resmungou triste, porque aquela palavra lembrava de seus pais e aquilo não era algo que queria.

Crescer cedo parecia injusto, Yeonjun parecia uma criança apenas quando estava perto de soobin, sorrindo fechado com as suas bochechas grandes e brincando com a sua imaginação, agora estavam sendo reis, às vezes eram piratas, vivendo apenas no mundinho deles, onde felizmente nenhum deles estava sendo pequenos adultos.

— Porque? Você não quer casar? Eu gostaria de me casar. — Era um assunto inocente, crianças que assistiam filmes de romance com seus pais e fazem careta quando o casal se beijava.

— Quer? Eu apenas me casaria com você. – Ele respondeu, porque dentro de sua cabeça, onde apenas existia ele, soobin e sua mãe. Parecia uma boa ideia, porque pessoas que se amava, se casam e ele ama o seu melhor amigo.

— Sério? Certo, eu aceito me casar com você. — Ele sorriu, como se agora eles tivessem casados.

De longe, estavam as duas choi, mães daqueles garotos que cresciam tão rápido que já haviam parado de ser pequenos. Mas que elas ainda os viam como bebês fofos, nem mesmo elas sabiam quando aquelas criaturinhas ficaram tão próximas o suficiente para que elas também ficassem próximas. Porque seria difícil fazer Yeonjun parar de chorar, se ele não tivesse notícias de Soobin durante a semana.

— Eles são tão fofos. — A mãe de soobin choramingou emocionada, já era a décima vez que ela tirava fotos deles, sua galeria de fotos era resumida naqueles dois garotos adoráveis. A mãe de Yeonjun concordou, implorando que mais tarde, aquelas fotos fossem enviadas para ela.

Obviamente, como grandes mamães corujas, aquilo tudo no futuro seria um álbum de foto apenas deles dois. Enquanto elas observam eles indo para faculdade e chorando juntas porque agora eles eram independentes e não crianças que cabiam em seus braços.

Yeonbin: Kids Play'sOnde histórias criam vida. Descubra agora