Mockingbird

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É possível morrer de coração partido? com a dor da saudade?

"Infelizmente, é possível morrer de tristeza. Quando a tristeza é tamanha, chamamos de luto complicado. A pessoa perde todo o ânimo e corre o risco de sucumbir"

Sim! Estudos afirmam que pessoas podem morrer literalmente de coração partido. O vazio deixado dentro peito, a vontade de abraçar e não poder, lembrar dos melhores momentos e ter apenas duas opções: sorrir agradecido por ter vivido ou chorar por ter acabado.

Sn fazia para si todas as opções válidas. Para muitos a Capitã era alguém inabalável. Por ter passado dias de cão no seu passado, isso era o esperado dela, que fosse uma força da natureza, uma árvore firme que com tantas chuvas e ventos fortes permanecia de pé. Sn nunca demonstrava fraqueza, não se permitia cair na frente de seus amigos e nem mesmo na frente de seu irmão, mas existia uma única pessoa que Grant confiava e não se importava em ser vulnerável.

SN/POV'S

– Vamos, levanta. – Reconheço que essa voz um tanto grossa era de Natasha. Eu estava deitada de lado perto da lápide do meu noivo, a terra fria encostava na parte esquerda do meu corpo, eu estava ali procurando por conforto perto de várias almas que deviam circular e que estavam de saco cheio por ouvir minhas lamentações. Natasha me chamou mais uma vez e foi apenas na terceira vez que direcionei meu olhar para ela.

– Como me achou? – Pergunto baixinho quase como um sussurro.

– Você não estava perdida. Vem, me dê sua mão.  – estico a mão direita e Natasha me puxa, minha vista embaça e por alguns segundos minha cabeça pesa. – Você bebeu? – questiona mesmo tendo certeza

– Um pouquinho assim – faço um gesto unindo o polegar e indicador. Ela me olha desapontada. – desculpa, dessa vez eu soube me controlar

– Tudo bem, mas você prometeu, lembra?

– Lembro sim – Suspiro um pouco incomodada com a preocupação. ela só quer o meu bem, eu sei.

Quando Bucky morreu muita coisa mudou, não apenas o fato de eu ter virado uma viúva mas também por ter ido procurar algum jeito de acabar com a dor e infelizmente encontrei calmaria na bebida. Estou ciente do quanto isso me prejudica, mas não consigo largar tão facilmente como esperam que aconteça. Natasha se preocupa com medo de um dia eu capotar com meu carro mesmo ela sabendo que sou mais resistente que o veículo. Queria que ela confiasse mais em mim nessa parte, não é como se eu perdesse completamente o juízo e fosse pegar o carro bêbada. A verdade é que ela tem medo que eu volte para minha fase alcoolatra e eu também tenho.

Na/POV'S

Romanoff havia pedido carona para Clint que a levou de moto até o cemitério pois sabia a situação que sua amiga se encontrava e que provavelmente estava com o carro no local. A viúva ajudou Grant a entrar no veículo colocando a mesma no banco passageiro e assim prosseguiram para a torre. Chegando lá Steve já esperava na porta tão nervoso e com suas mãos suadas.

– Ei, onde você se meteu? – Se curva para ficar na mesma altura que a irmã, passando o polegar em suas bochechas – Você está bem? por favor, não faça mais isso, não me deixe nervoso.

A capitã escutava tudo bem lá no fundo. A bebida havia deixado a mulher um pouco embriagada. Sn estava quase adormecendo nos braços de Natasha.

– Ela está bem. Mas temos que ter aquela conversa com ela novamente. – Os dois se encaravam aflitos, temendo o pior.

– Amanhã ou a hora que ela mostrar que está sóbria. – o loiro apoiou as pernas da irmã em um braço e o tronco no outro a carregando ao estilo noiva. – Pode deixar que cuido dela agora.

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