08. Cor Tuum

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"Vide cor tuum
E d'esto core ardendo
Cor tuum"

(Veja seu coração
E este coração flamejante
É o seu coração)

Dante Alighieri

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SONHEI QUE ESTAVA NOVAMENTE EM Darian, de volta para junto de minha família. Via meu pai, com seu rosto severo e olhos azuis, minha avó com seu raro sorriso ao me ver tocar harpa; meu tio polindo sua espada, enquanto ouvia-me ler em latim, e até mesmo Darron Farrest apareceu no sonho, segurando meu rosto com uma intimidade reprovadora para alguém que já estava noivo — não que ele houvesse me contado.

Acordei com vontade de chorar, por isso não abri os olhos até que houvesse afastado todas as lágrimas que poderiam vir a cair. Sentia saudades de Darian, mas isso não deveria ocupar minha mente agora. Esfregue os olhos, sonolenta.

Bonjour, mademoiselle — a voz calma de Olivier me fez finalmente abrir os olhos — Dormiu bem?

Ainda com a cabeça deitada sobre as almofadas e o cabelo longo caindo por meu rosto, observei o rei, que já se encontrava de pé e completamente vestido para o dia. Suas vestes eram simples, brancas e douradas. Cores que combinavam perfeitamente com ele. Olivier não gostava de vestir-se de modo exuberante, mas gostava de estar elegante.

Elegante. Essa era uma boa palavra para descrevê-lo.

Havia uma certa elegância rodeando o rei, ele a exalava. Estava em seus gestos, graciosos e precisos, apesar de sua doença. Seus hábitos eram refinados. A maioria dos homens presentes nas cortes gostavam de assumir uma aparência dura, discutindo alto e, como pavões, exibindo seus talentos com força bruta, com falas agressivas. Olivier não era nada parecido com esses homens. Ele podia fazer sua presença passar despercebida, porém também conseguia a atenção de todos sem pronunciar uma única palavra. Ele era gentil e generoso com seus amigos, educado e piedoso com os inimigos. Ele respeitava as mulheres, e não ignorava suas palavras na corte.

Era bom constatar que estavam certos sobre ele em Darian. Olivier era um homem bom e honrado. Reinar ao seu lado não era ruim, e não seria ruim nunca.

Apoiei os cotovelos na cama e ergui meu corpo, dando um sorriso leve.

Oui, monsieur — respondi a pergunta que me fora feita — Et vous? Dormiu bem?

Olivier sorriu e andou até a cama, sentando ao meu lado. Notei que ele mancava, provavelmente por conta do ferimento que sofrera na batalha.

— Muito bem — ele respondeu, ainda sorrindo — Agradeço por ter vindo me encontrar. Não imaginava que você fosse fazer isso, mas sou grato por ter feito. Eu valorizo muito a sua companhia — olhou em meus olhos — Eu valorizo muito você.

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