Chapter 04

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Através da janela da formosa suite, algo ao fundo do campo de golfe da residência de LeBlanc atrai a minha atenção. Algo que me parece ser um bar agitado e cheio de cores vivas.

– Estou cheia de sono. – Viro-me e capto Aurora a pintar no seu livro de animais selvagens na mesa de vidro da cozinha. Ambas nós já estamos de roupão branco e lavado, deixado aqui por Mary. Pelo que parece, ela será como nossa assistente pessoal.

– Então é precisamente isso que iremos fazer. – Aurora não hesita em esticar os seus braços, por isso levanto-a da cadeira e dirijo-a até um dos quartos, decorado com alguns objetos infantis.

Está tudo pensado em nós.

Porém, ao entrar no quarto, Aurora esperneia-se nos meus braços, sem querer atingindo a minha barriga. Cruza os braços ao seu peito e faz beiço. Sorrio divertida quando os seus olhos fuzilam-me.

– O que aconteceu desta vez, pequenina? – A minha filha abraça o meu pescoço e esconde a sua face angelical. Acompanho a sua respiração funda com movimentos repetidos no fundo das suas costas. – Eu sei que isto é ainda tudo muito novo para nós. Mas este será o teu quarto.

Aurora continua a rejeitar, então acabo por desistir e carrego-a até ao quarto da outra ponta. Não resisto à surpresa e o espanto quando observo a formosa cama que domina quase todo o espaço. O colchão é alto, seguido de cortinas que envolvem toda a cama de forma leve e extravagante.

A minha filha não perde tempo em saltar para fora do meu colo e correr até à cama, sentindo uma certa dificuldade pela altura.

Sento-me ao seu lado e acaricio o seu rosto calmo com a sensação do meu toque protetor. Lentamente, Aurora sente-se protegida com a minha companhia o suficiente para se permitir cair num sono profundo.

Desde que Lohan se foi embora, a minha filha só consegue adormecer se sentir o meu toque, certificando-se que nenhum mal lhe aconteça quando sente o meu cheiro.

Quando sinto o último suspiro reinado pelo seu incrível bafo de leite, saiu lentamente da cama e dirijo-me até à sala; resgato cada almofada e manta que puder e caminho novamente para o quarto.

Chego novamente perto da cama e, com todas as almofadas e cobertores que encontrei, faço uma barreira na beira da cama, para que Aurora não possa cair do colchão.

O meu objetivo era manter-me aqui fechada neste minúsculo apartamento, porém não me aguento com a ansiedade. Ao voltar na sala, caminho perdidamente e sem qualquer rumo, questionando-me sobre o que poderia acontecer de pior se eu saísse desta suite.

Sem aguentar mais, pego nas chaves da suite e fecho lentamente a porta quando finalmente estou no corredor. Independentemente das horas, a residência de LeBlanc trabalha por vinte e quatro horas, todos em turnos.

Os seguranças observam-me com um semblante curioso e duvidoso, porém sem nunca me abordarem ou me mandarem de volta para o quarto. Percebo ser perseguida e, quando me viro, Paul caminha atrás de mim, e estaca no seu lugar assim que olho para si.

– Não pode simplesmente ficar onde estava? – Aponto um dedo a Paul, que não reage à minha invasão na pergunta que fiz. É quando travo e olho para trás de si; ele veio da porta da minha suite. – Espere lá, estava à minha porta, não é verdade?

– São as minhas ordens, senhorita Sparks. Irei estar onde você estiver sozinha com a sua filha. – Não consigo me controlar com a sua paciência e despreocupação.

– Ai sim? Então e se eu estivesse a masturbar-me, uhn? Irias ouvir tudo! – Quando aquilo escapa pelos meus lábios, Paul estremeça levemente, até que vejo um sorriso divertido nascer na sua boca.

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