Chapter 12

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Os meus passos são contínuos no chão gélido da casa de Damian; sou invadida por pensamentos que assombram a minha mente.

No meio do corredor reinado pelas húmidas paredes, sinto o olhar dele que me fuzila; um olhar mudo e sem qualquer reação. Recordo-me dos braços do garoto machucados com marcas de agulhas recentes.

- Nicole, tem de haver alguma explicação. - Afasto-me de Damian e da sua tentativa de me abraçar, incrédula das suas palavras. Sinto dor e culpa nas suas expressões. - Aquele adolescente estava com os braços picados; nós não vendemos drogas para injeções, muito menos a menores! - Rio-me sarcasticamente para o homem à minha frente.

- Como você pode ter certeza de uma coisa dessas? - Damian estreita os olhos, sem querer acreditar nas minhas insinuações. - Damian, você manda os teus rufias sozinhos, para traficar droga e "sequestrar" mulheres e crianças.

- Eu não estou a entender o que você quer dizer com isso. - Sou interrompida e perco por completo a calma perante as suas palavras desentendidas.

- Você sabe muito bem aquilo que eu quero dizer, Damian, apenas não quer aceitar a verdade. Não dá para confiar em dezenas de homens, eles podem estar neste momento a fazer outras coisas nas tuas costas sem que você saiba! - Berro as últimas palavras, quando sou atraída por um choro.

O meu corpo treme quando ouço a voz exaltada da minha filha. Ignoro por completo Damian e corro em direção ao novo quarto de Aurora.

- Eu quero a minha mamã. - O meu corpo desfalece quando um segurança de Damian tenta consolar a minha filha. Estremeço instantaneamente de raiva e ansiedade, aproximando-me de Aurora.

- Largue imediatamente a minha filha! - Afasto o homem de Aurora e chego perto de seu corpo delicado, que treme de medo e angústia. Estava a dormir na sua cama rodeada com barras protetoras e um véu no teto, que a transforma num quarto de princesa. Não perco tempo em segurar a minha filha ao colo, ainda a soluçar de desespero pelo conforto dos meus braços, e logo me dirijo ao homem que tentava agarrar nela. - O que você fez à minha filha?

- Não foi o homem bonzinho, mamã. - Olho com uma face desentendida para Aurora que se mantém no meu colo. Desde que a minha mente foi invadida pelas imagens do jovem garoto, estendido no chão e a lutar contra o veneno que domina as suas veias, que voltei a deixar de confiar nos rufias que trabalham para Damian.

Ainda mais quando presenciei um deles a se aproximar do quarto de Aurora quando a ouvi gritar.

- Eu estava apenas atento atento nas câmaras de vigilância no momento em que a sua filha gritou. Ao que parece, teve um pesadelo e despertou do nada; vim a correr para ver o que era. - A expressão do homem está completamente neutra, a sua postura firme e confiante.

- Eu sonhei que a mamã Nico estava a ser queimada; você nunca mais acordou, mesmo quando eu dava selinhos na sua boca. - Planto um beijo no topo da cabeça da minha filha e passo direto pelo segurança do Damian, ainda com Aurora no meu colo.

- Nicole, onde pensa que você vai? - Ouço a voz de Damian, que me persegue até ao seu quarto. Percebo que todas as minhas roupas estão agora no closet que dividimos.

Assim que a minha filha ouve ele, mexe-se nos meus braços desesperadamente para o puder abraçar e beijar a sua cara. Aurora soluça no meu ombro quando percebe que a proibi de receber o carinho paterno de Damian.

- Eu vou tomar uma atitude, Damian, coisa que você nem pensa em fazer. - Agarro no primeiro conjunto confortável que me aparece à frente e tranco a porta do closet, pousando Aurora no chão enquanto coloco a roupa em mim.

- Por favor, vamos conversar, você não pode ir embora. - Estremeço exaltada quando a sua voz sai num soluço. - Não agora! - Um leve bate colide contra a porta do closet, e sobressalto-me assustada pelo seu controlo sobre a sua violência.

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