:---: CAPÍTULO 3 :---:

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REBECA DAWSON

09/09/2020

O dia começa a clarear finalmente, a manhã de domingo parece dar as caras depois dessa noite longa. Não acredito que dormi na porra de um quarto de outro desconhecido.

Começo a me erguer e sem rodeios a minha cabeça já explode. Porra. Nunca mais eu misturo vodka com whiskey em um copo só, mas quem eu quero enganar, é óbvio que vou fazer isso de novo em outra oportunidade. Aproveitando o momento de dor insuportável, pego um cigarro que estava preso a minha calcinha e acendo, indo até a janela do quarto do sujeito.

Dou uma tragada e me viro para encarar as coisas que estão a minha volta. Não me lembro de muita coisa do que aconteceu, um sinal de que eu bebo só um pouco, né? Observo o cara que está completamente estirado na cama, não tenho ideia de qual é o nome dele. Na verdade, a única coisa na qual me lembro é que ele transa bem. E só. Foi isso o que fizemos ontem a noite. Apenas transamos.

Trago umas três vezes e decido vazar. Bem essa é a parte em que eu simplesmente fujo, mas também, não ligo, nunca mais vou ver esse ser na minha vida mesmo. Começo a recolher minhas coisas e procuro meu sutiã, mas não acho. Eu acho que deveria beber menos da próxima vez, já é o terceiro sutiã que não lembro onde enfiei. Quando passo os olhos na cama, vejo o cara segurando ele. Deixa de recordação.

A noite foi boa, ele definitivamente tem um pau grande, mas não me apego a ninguém. Se o amor fosse bom, pessoas como eu não existiriam, mas como existem, chegamos a mesma conclusão de que o amor é uma merda e que só fode as pessoas.

Bom, meu nome é Rebeca Dawson e eu sou uma garota de 17 anos bem fodida na vida. Quero dizer, acho que na minha vida houveram mais desgraças do que na vida da maioria das pessoas, e ainda me perguntam porque não acredito no amor.

Saio do apartamento do cara com quem passei a noite e começo a caminhar rumo a algum lugar, qualquer um. Sinceramente, não estou afim de voltar para casa agora, não com a minha mãe lá. Acho que vou tomar café em qualquer Starbucks que achar pela rua.

Digamos que eu não tenha a relação dos sonhos com a minha mãe. Houveram muitas coisas entre a gente durante a minha adolescência que afetou nossa relação, mas não vou mentir, desde que nasci não era a relação dos sonhos. Talvez ela tenha feito o melhor na minha criação, enquanto meu pai vivia com a secretária dele. Bom, foda-se minha família.

Entro em uma cafeteria qualquer mesmo e peço o café mais forte que tem para ajudar nessa dor de cabeça. Espero que tenha uma farmácia por perto. Enquanto aguardo, pego meu celular e procuro o número da minha melhor amiga.

Caralho, acho que que deixei ela um pouco preocupada. Basicamente as mensagens de xingamentos se estenderam por uns 5 minutos durante a  última noite, provavelmente ela me mandou enquanto o cara me comia. Definitivamente eu não lembrava que tinha amiga naquele momento.

Teclo apenas "estou viva" para que ela saiba que não morri. Guardo o celular de volta no meu bolso e dou uma bela respirada. Por sorte o lugar não está tão cheio, o que significa que não tem pessoas falando alto nesse momento para piorar minha ressaca.

Um garçom gostoso traz o meu café e vai embora. Pego o copinho e dou um gole. Hmm, amargo do jeito que precisa estar. Quando afasto da boca percebi uma marcação ao lado do meu nome no pequeno objeto. Em caneta estava escrito o número e o nome de alguém. Ergo a cabeça para verificar e me deparo com o mesmo garçom me encarando com um sorriso safado no rosto.

Posso até ser bem safada, mas não é como se eu transasse a cada 3 horas. Quem sabe um dia eu transe com ele, mas definitivamente agora não tenho condições.

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⏰ Última atualização: May 01 ⏰

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