Encontro Uma Amante de Alcoól Em Uma Taberna
O tempo pareceu andar lentamente. Assisto Zelda se transformar completamente: suas escleras escureçam em um cinza claro até ser consumido completamente pela escuridão da noite. Sua pele clareou como a neve de um inverno rigoroso.
Achei que a situação já estava caótica o suficiente quando avistei, entre o caos da enorme cozinha, uma meia lua negra surgir em sua testa.
Uma luz roxa consome o lugar como as chamas consomem grama. De forma rápida.
Tento encarar aquela forte luz, mas ficaria cego se o fizesse. Em alguns segundos entreabro os olhos e vejo um bando de corvos se amontoando neles mesmos e se derretendo, formando um único ser: uma mulher vestida por uma túnica preta, deixando a mostra apenas seus hipnotizantes olhos azuis, tão frios quanto o oceano congelado de Nocts.
Por um segundo sinto meu corpo dormente e em outro percebo o chão novamente, mas dessa vez sem as malditas correntes. A bruxa se senta sobre minha pata, cruzando as pernas.
Por mais que sua atitude seja ousada, permito-lhe por salvar minha vida.
- Foi um prazer revê-los, mas temo que preciso apressar-me! Até mais, príncipe Lenon Elbrak!
Após terminar sua despedida, todos nós nos dividimos em corvos até desaparecermos por completo.
A mão da bruxa balançava de um lado para outro até que o último corvo alcançasse voo. Nesse processo escuto uma voz escoar em negação. Era Lenon se lamentando pela derrota que até mesmo eu não previa.
[...]
Os sons das cigarras e sapos despertam-me do sono profundo.
Noto o céu estrelado acima com sombras de cor roxa e verde por trás da constelação. Admiro até notar o som de cantoria e risadas vindo de uma só direção: uma taberna feita inteiramente de madeira. Pelo menos a parte externa. As luzes estão acesas, que atravessam as janelas de vidro em um tom amarelado.
Zelda estava de pé entre mim e Faelan, observando a construção. Pelo tempo que passamos juntos, ela demonstrou ser uma pessoa muito insegura e indecisa. Não consegue tomar decisões rapidamente. Então, aposto todo o dinheiro que não possuo que ela deseja adentrar a taberna, porém lhe falta coragem.
Levanto o rosto e empurro as costas da mesma com o focinho, a impulsionando para frente.
Escuto um gritinho vindo dela, virando-se para mim logo depois.
- Mas o que?...
Sua expressão é de confusão.
- Entre logo, sua medrosa!
Suas bochechas ganham um tom rosado e ela faz um beicinho, mirando suas orbitas oculares para o chão.
- Eu não sou medrosa... - sua voz soa como um sussurro.
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A Lâmina da Escuridão - A Pedra da Vida
FantasyMia era uma princesa que teve seu passado roubado que vaga sem rumo sem lembranças. Anos mais tarde, ela parte em uma aventura por causa de um simples sonho. Encontra um dragão aprisionado e, por pouco, perde sua vida. Agora, ela decide e...