Capítulo Quatro

446 27 3
                                    

Milenna esperneava na cadeirinha e Liz pegou o celular, enquanto tentava convencer a filha a comer uma maçã.

— Bebê! Colabora com a mamãe.

— Não. – resmungou.

Liz riu. Ainda não fazia uma semana que a menina aprendera a falar, mas ainda assim, amava dizer não.

— Não vai assistir Enrolados.

Lenna mordeu a maçã picada e bateu na borda do pote, derrubando tudo no chão. Ela sorriu, com o dedinho na boca.

— Como eu fico brava com você quando faz essa carinha? – a mulher sussurrou, pegando o celular na mesa e discando o número de Caleb.

Como esperava, ele não demorou muito a atender a ligação e ela sorriu, mordendo a ponta do polegar.

— Oi, Leb. – sorriu.

— Tá tudo bem? Não vai mais fazer o jantar? Eu posso fazer, Liz...

— Nada disso, calma. – riu da afobação dele. – Eu vou deixar a porta aberta, tudo bem? Sei que não gosta disso... – rolou os olhos. – Mas a pestinha ta tomando toda a minha atenção agora, e eu tenho que tomar um banho ainda porque ela jogou maçã em mim.

— Tudo bem. – riu. – Te vejo às oito?

— Certo. – mordeu a boca, desligando a ligação.

Elizabeth pegou a filha e correu para o quarto quando viu que já eram sete horas. Ligou o chuveiro e sentou a filha no chão do banheiro, fechando a porta para que ela não escapasse, e se despiu. Prendeu o cabelo e ligou o chuveiro, apressada.

Ela se sentia como uma adolescente mais uma vez, e era porque amava Caleb. Estava com medo, era verdade. Sabia que o negócio com o pai dele o deixava maluco, mas sabia também que ele era a coisa mais perfeita que conquistou na vida, fora sua filha.

Enquanto colocava um vestido soltinho e soltava os cabelos, Milenna, que havia de alguma forma subido em cima do vaso, caiu e gritou imediatamente.

— Filha! – Lizzy correu até ela, a pegando no colo. – Ai, meu amor. Não pode subir nas coisas. Machucou?

A menininha chorou e fez um biquinho adorável, que arrancou um riso da mãe.

— Vai ficar tudo bem, meu amor. – pegou o ursinho marrom da filha e desceu as escadas.

Colocou a menina, que já não chorava, sentada na cadeirinha e lhe entregou o ursinho.

Começou a cortar o tomate enquanto cantarolava uma música, alheia a tudo. Colocou o macarrão na água quando ela começou a ferver e pegou outra panela para fazer abobrinha para Lenna.

Caleb conseguia ouvir a cantoria dela desde que saiu do elevador. Sorriu sozinho, abrindo a porta em silêncio. Da entrada conseguia ver parte da cozinha. Conseguiu, por exemplo, ver Milenna mordendo um ursinho e Liz rebolando ao som de sua própria música. E então ele percebeu, sozinho, escorado na porta da cozinha, que viver sem Liz não era uma opção. Nunca foi.

Liz desligou o fogão e despejou a abobrinha num potinho enquanto dançava. Pegou uma colher pequena e se virou, soltando um grito imediatamente.

— Porra, Caleb! Que susto! – ouviu a gargalhada dele e formou uma carranca.

— Eu ia te chamar, mas te ver dançando nunca teve preço. – deu de ombros, sorrindo e caminhando até ela, que deixava o potinho na mesa. – Eu posso beijar você agora ou temos que ir devagar com isso? – sussurrou, parando a dois centímetros dela.

O colecionador de bonecasOnde histórias criam vida. Descubra agora