someplace to go [rosaberta]

i love the players, you love the game

oi galerinha!!!

nesse capítulo temos a primeira e única narração da roberta 🤪.

espero que vcs gostem, comentem, votem, compartilhem e tal!

nos vemos por aí.

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Roberta podia sentir a respiração de Rosamaria em seu pescoço.

Era quente e pegajosa, como tudo parecia ser no verão parisiense, mas a levantadora não estava se concentrando nisso, como geralmente faria quando a loira estava assim, tão perto. Focava seu olhar na quadra a sua frente, enquanto Rosa olhava para trás e lhe perguntava, vez ou outra, como suas colegas estavam indo enquanto abraçava Roberta pelos ombros.

A curitibana se perguntou, não pela primeira vez naquele campeonato, como a oposta conseguia evitar olhar para todos os detalhes do jogo e como não olhar melhorava sua ansiedade, ainda que não a julgasse. Eram diferentes em sua maneira de lidar com o nervosismo pulsante das Olimpíadas, isso era mais que claro, não só para elas mas como para todas as outras dez jogadoras daquela convocação.

— Rô? — ela perguntou, sua voz em um fio de esperança.

— Vinte e um a dezenove para elas — Roberta informou, ouvindo o suspiro de Júlia Bergmann um pouco mais distante, do seu outro lado.

Ela quase estendeu a mão para segurar a da jovem, mas desistiu antes mesmo que pudesse desfazer o cruzamento de seus braços ao ver Carol e Macris errarem, mais uma vez, o tempo da bola, rendendo-lhes outro ponto de bloqueio de Washington.

Não era possível que perdessem para elas de novo. Não de 3x1. Não pelos mesmos erros. Não de novo.

Viu, pelo canto de seu olho, Paulo e Zé Roberto trocarem algumas palavras e Sheilla balançar a cabeça enquanto ouvia a discussão, sentada ao lado deles no banco enquanto eles seguiam em pé.

Inversão.

Roberta cutucou o vão entre duas costelas de Rosamaria, que acabara de apoiar sua cabeça em seu ombro.

— Acho que vamos entrar — ela informou. Rosa virou-se de frente, apenas esperando o sinal do técnico na direção delas.

Dito e feito. Antes mesmo que a bola caísse no chão da quadra dos Estados Unidos após um bloqueio de Carol, Roberta e Rosa já se posicionavam ao lado da quadra depois do balançar de cabeça de Zé.

— Rô, saca naquela — Zé disse em um último sussurro antes do juiz assinalar a entrada de Roberta e Rosamaria na quadra. Rô sabia o que "aquela" significa. Ou, melhor, quem significava. Discutiram isso um milhão de vezes antes.

Macris saiu e a abraçou apertado, como sempre, envolvendo seus braços por baixo dos ombros de Roberta e massageando brevemente seu trapézio. Kisy, por sua vez, lhe deu um sorriso preocupado e um high-five.

Era agora ou nunca.

Talvez fosse a última oportunidade dela conseguir um ouro em uma Olimpíada. Talvez fosse a última oportunidade de Macris, também, e de Carol e de Thaisa e de Priscila. Talvez fosse a última oportunidade de Zé, de Paulo, e de tantas outras pessoas.

Ela agarrou a bola que lhe lançaram e deu meia volta, encarando novamente sua quadra e a quadra adversária. Tentou não pensar no peso de seu próximo ato quando jogou a bola pra cima e se aproximou da linha de saque.

Ela prendeu a respiração ao ver a bola passar da rede, apressando-se para tomar sua posição na quadra quando a esfera atingiu o antebraço de Parsons com uma pancada. A bola subiu, Roberta posicionou-se a espera de seu retorno, que nunca veio, uma vez que ambas a levantadora e a líbero pareceram confundir-se em suas funções.