CAPÍTULO 25

255 22 10
                                    

NARRAÇÃO

Nero tentou sair da cama sem acordar sua esposa que dormia tranquilamente. Ele se vestiu e foi em direção a porta principal de sua casa, pegou as chaves do carro e dirigiu até o condomínio que Giovanna morava. Chegou à portaria e por já ser conhecido pelo porteiro, passou tranquilamente até a casa da atriz. 

Ele desligou o carro e encostou a cabeça nos braços apoiados no volante. Seus pensamentos foram tomados pela culpa, afinal, como poderia deixar sua mulher grávida no meio da noite para ir até sua amante que possivelmente estava com problemas matrimoniais? Seu telefone tocou interrompendo seus pensamentos.

- Amor? Tá onde? - Disse Karen com a voz sonolenta.

- Tô tomando um ar aqui na praia, daqui a pouco eu volto. - Nero mentiu.

- Tá, não demora que nosso filho tá com frio... - Karen sorriu e desligou a ligação.

Nero realmente não conseguia se livrar dos pensamentos ridículos a respeito de si mesmo. Como ele conseguia? Em que momento Giovanna se tornou tão importante ao ponto de tomar sua noite de sono ao lado de sua mulher? Porque ele havia deixado chegar a tudo isso?

- Ei. - Giovanna interrompeu seus pensamentos batendo no vidro do carona.

- Entra. - Nero abriu a porta do carro.

- Não quer ir lá pra dentro? Podemos tomar um vinho, conversar. - A atriz tocou nos cabelos dele.

- Giovanna, eu não quero fazer isso. - Nero a segurou pelo pulso. - Não quero mais ser assim.

- Do que tá falando Nero? Eu só preciso conversar. - Giovanna segurou as próprias mãos.

- Tu sabe que nossa conversa, nunca é só uma conversa. - Alexandre disse sem olhar para ela. - Minha mulher tá grávida, eu vou ser pai. Isso não pode mais...

- Nero, eu... - A atriz tentou tocar as mãos tremulas dele. - Tô pensando a mesma coisa.

- O que? - Nero a olhou surpreso.

- Também acho que isso não deveria mais acontecer. - Giovanna continuou sem olhar para ele. - Não somos mais adolescentes, isso aqui não pode continuar, tu vai ser pai, temos família e acho que podemos ser bons colegas de trabalho e só, somos bons juntos.

- É, eu também acho que somos bons juntos. - Nero olhou para os lábios sedentos da atriz.

- Somos muito bons. - Giovanna suspirou olhando para a boca de Alexandre.

- Muito bons. - Ele se aproximou dela. - Juntos.

Nero e Giovanna não conseguiam controlar e se agarraram como dois apaixonados que não se viam há muito tempo. A língua de Alexandre parecia descobrir o exato caminho dos lábios de Giovanna e ela o puxava para mais perto quando sentia a respiração ofegante dele. Nero desceu as mãos pela cintura da atriz que logo se arrepiou e soltou um leve gemido involuntário. 

- Não, chega... - Giovanna sorria com os beijos de Alexandre em seu pescoço.

- É, chega... - Nero respondia em meio aos suspiros.

Eles se soltaram com muito esforço quando foram recobrando a consciência culpada. Giovanna abriu um pouco o vidro buscando o fôlego para continuar a conversa com Alexandre. 

- Tá ansioso pra ver teu filho? - Giovanna tentou este assunto.

- Tô muito ansioso, sempre sonhei em ser pai. - Nero continuou. - Ele mexeu hoje, primeira vez.

- Sério? Que delicia Nero, eu lembro quando as meninas começaram a mexer. - Giovanna sorriu com a mão na própria barriga. - Elas eram tão agitadas.

compatibilidade de gêniosOnde histórias criam vida. Descubra agora