CAPÍTULO 34

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NARRAÇÃO
Alexandre segurou a mão dela de volta com muita saudade daquele toque específico que o dominava tanto. Giovanna o olhava misturando o desejo e a gratidão em um só olhar hipnotizante.

- Precisamos conversar. - Alexandre quebrou o silêncio.

- Precisamos mesmo. - Giovanna tentou se indiretar na cama. - Porque tu ta tão...

- Profissional? - Nero completou antes que ela pudesse continuar.

- É, eu ia dizer distante... - Ela respondeu soltando a respiração.

- Eu sou um pai de família. Tenho outras responsabilidades. - Nero travou o maxilar.

- E eu nunca fui mãe? Também tive minhas responsabilidades, Alexandre. - Giovanna o olhava incrédula.

- O que exatamente você quer de mim? - Alexandre continuava olhando para ela.

- Sua sinceridade. - Ela respondeu rispida.

- Então pergunta logo o que quer saber Giovanna. - Alexandre falou mais alto já impaciente.

- Para de falar assim comigo! - Giovanna quase chorou.

- Eu falo do jeito que eu quiser, nem tudo está sobre o seu controle, Antonelli. - Nero abaixou o tom e a olhou friamente.

- Não está mesmo e eu não quero que esteja. Mas quero que venha até aqui, olhe para mim e diga que não sente nada. - Ela respondeu sentando na ponta da cama.

- Giovanna... - Nero virou de costas para ela.

- Anda Alexandre, olha dentro dos meus olhos e diga que não sente nada por mim! - Ela continuava sentada com os olhos marejados.

- Giovanna, isso tem que acabar. - Alexandre se sentou ao lado dela. - Eu não posso mais fazer isso. Qual é? Não somos mais adolescentes.

- Quando se trata de mim, tudo bem né? Minha família não significa nada, já que meu marido não é mente aberta e tem metade da minha idade. - Giovanna esbravejou e sorriu.

- Eu não te pedi nada Giovanna! - Alexandre voltou a se exaltar.

- E eu não tô te pedindo também. Só quero que seja sincero comigo... Aliás, seja sincero com você mesmo Nero! - Ela gritou de volta.

- Pra que tu tá fazendo isso? Pra que quer saber agora? - Nero perguntou quase deixando as lágrimas rolarem também.

- Porque eu... - Giovanna tentou falar.

- Não consegue né? Diferente de você, eu admiti meus sentimentos Giovanna e o que você fez? Fugiu, como sempre! - Nero sorriu nervoso e decepcionado.

- Tá, já que tu me conhece tão bem... - Giovanna o olhou cabisbaixa. - Eu vou ser sincera. Eu não consigo mais te ver com ela, não quero te dividir com ninguém. Nero, eu não aguento te olhar tão longe de mim porque, eu...

Giovanna travou e fechou os olhos sem conseguir dizer o que estava pronta pra dizer. Mas tinha medo demais, dificuldades demais, inseguranças demais e coragem de menos. Ela começou a chorar lembrando do quanto não merecia estar vivendo aquilo e até, do quanto estava sendo incoerente todo este tempo de envolvimento com Alexandre, afinal o que fariam? Jogariam tudo pro alto pra viver um romance cinematográfico? Um amor que nasceu como o deles, de um adultério, que futuro teria? O que cobraria de Leonardo? Com que direito ela poderia cobrar fidelidade de seu marido?

- Você o que? Fala de uma vez Giovanna, eu não posso mais conviver com a ausência das palavras e você insiste em me prender. Preciso ouvir as três palavras... - Nero se aproximou dela. - Sete letras e eu vou ter uma razão pra tentar te entender.

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