CAPÍTULO 44

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NARRAÇÃO

- Cara, muito bom estar de volta. - Alexandre sorriu abraçado com o Rodrigo. 

- Eu que o diga... - Rodrigo deu leves tapas nas costas dele. - Muito bom trabalhar com você parceiro. 

- E tu tá um galã de novela mesmo né? - Nero brincou. 

- Eu? Quem sou eu perto do Comendador? - Rodrigo bateu no peito de Nero.

- Ah não, esquece isso cara... - Alexandre se jogou no sofá do camarim.

- É um tormento né? - Rodrigo sentou na cadeira da penteadeira. - A gente fica muito marcado.

- Eu não aguento mais... - Nero colocou o braço sobre os olhos.

- Já nosso Stenio Alencar...- Rodrigo bateu no pé dele. - Como que tá a preparação lá com a Gio?

- Ah cara, tá normal. - Alexandre tentou disfarçar. - A gente tem sintonia, ensaia bastante. Ela é um furacão, tu já sabe.

- Sei, sei. - Rodrigo disse desconfiado. - E não rola nada pra ajudar essa sintonia?

- Como assim? - Nero levantou curioso.

- Não se faça de tonto, Alexandre. - Rodrigo continuou. - Todo mundo sabe o que rola nesses pares romanticos.

- Ah a gente se dá bem e...- Alexandre tentou explicar. 

- E o que? - Rodrigo ficou ainda mais curioso. 

- Não quero mais falar disso. - Nero tentou cortar o assunto.

- Tá legal, tá legal. - Rodrigo levantou as mãos em sinal de rendição. - A gente não fala.

O silencio tomou conta do ambiente por alguns segundos, os dois resolveram estudar seus textos.

- Combinaram o beijo técnico com língua? - Rodrigo não resistiu. 

GIOVANNA ANTONELLI

Os dias de gravação eram mais intensos. Eu precisava de mais tempo para desenvolver tudo que desejei para a personagem, mas as cenas estavam sendo montadas de acordo com o que nós estavámos dispostos a ceder. Nero era muito bom em ser calmaria na minha loucura. Ele sabia exatamente o que fazer para funcionar. 

Conversei com ele e o restante da equipe sobre tentarmos uma abordagem mais neutralizada, afinal não temos mais aquela energia e acreditamos também que Helô e Stenio viveram tantas idas e vindas que agora precisava ser definitivo, intenso, mas calmo. Um amor por um fio.

- Podemos conversar? - Leonardo interrompeu meu estudo. 

- Não tenho mais nada pra conversar. - Respondi sem tirar os olhos do texto.

- Tá. - Ele deitou ao meu lado.

- Mas eu gostaria que tu me apoiasse. - Comentei antes que ele pudesse fechar os olhos. - Gostaria de um pouco mais de confiança da sua parte.

- Confiança? - Ele debochou. - Quando é que você me deu motivos pra confiar?

- Isso é importante pra mim Leo, por favor... - Me aproximei dele. - Tenta me entender, só dessa vez.

- Eu já ouvi essa história antes, Giovanna. - Ele continuou irredutível. - Nunca vou te entender e se depender de mim, essa vez vai ser a última.

- Espera, tá me ameaçando? - Perguntei puxando a camisa dele. 

- Chega. - Leonardo se levantou. - Eu vou dormir no quarto de hóspedes. 

Não relutei com a decisão dele, precisava estudar meu texto. Mas fiquei realmente pensativa sobre a fala do meu marido. Ele ousou me ameaçar? Nunca me imaginei em um relacionamento tão grotesco, mas haviam tantas coisas em jogo... Decidi continuar estudando meu texto e minha querida personagem. Olhei algumas inspirações, e logo adormeci.

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