Verão de 1695
Nascimento da princesa Rosalina, segunda filha do rei, 3 anos mais nova que o príncipe herdeiro, depois dela nenhuma criança nasceu, apenas bastardos e mais bastardos . Filhos com mulheres que ele ao menos sabia ao nome.
A rainha no gostava do rei, não gostava do seu toque sentia que suas mãos estavam sempre sujas, impuras e não fazia questão de esconder isso para ninguem, alem de acreditar que gerar filhos era um pecado muito grande, dizia que trazer o fruto da linhagem daquela familia deveria ser considerado um crime. Fazer criancças sofrerem por causa daquele nome, não queria que niguem tivesse que passar pelo o que passou, muito menos os seus filhos, sangue do seu sangue, carne da sua carne.
Por isso a rainha negava qualquer tipo de contato com o rei depois de seu nascimento, Rosalina parecia um anjo, ela viu naquele bebe uma pureza que tinha perdido a muito tempo, uma ingenuidade de quem ainda não conhecia nada desse mundo, ela tinha perdido tudo isso no exato momento que pisou seus pes nesse castelo, nesse reinado, nesse ninho de cobras.
Queria proteger seus filhos de tudo, mas seu filho mais velho ja não pertencia mais a si, ele agora não era mais seu bebe, ele era o herdeiro do rei e precisava ser educado como tal. No momento que seu menino nasceu foi tirado de seus braços, e foi nos braços de uma parteira direto para o seu marido, mal teve tempo de olhar bem para o seu rosto, nem pode escolher o nome de seu menino, por isso desejava por uma menina, ela sabia que a menina seria sua, não havia correria muito menos comemoração, não seria arrancada de seu ventre e levantada para o povo em uma sacada onde todo tipo de perigo existia. Poderia dar a educação que queria, as roupas que queria e os penteados que queria e deixaria sua Rosalina bem longe de seu pai.
Enquanto o principe crescia quadros e mais quadros eram encomendados para mostrar a imagem do futuro governante para o mundo, negociações ja tinham começado, casamentos arranjados eram planejados, a expansão do reino dependia daquele menino pequeno e bochechudo, que ainda nao sabia se sustentar nas próprias pernas. Ele era mais protegido que qualquer outra pessoa e vivia do lado de seu pai, andava no colo de seu pai em seu cavalo, enquanto seu pai assinava papeis, o príncipe era estranhamente calmo, não chorava mas tambem não ria, se fosse colocado no chão ali ficaria, não se mexia, não tentava andar, não ficava bravo e não pedia por seus pais.
Quando seu primeiro quadro foi encomendado, o pintor ficou tão assustado com a disciplina do bebe que em alguns momentos parava o que estava fazendo e tocava lentamente nas mãos pequenas da criança e apenas recebia um olhar de curiosidade de volta, parecia que o jovem príncipe sabia para que ele estava la e que devia estar fazendo o seu trabalho. Em um momento de coragem chegou a comentar ao rei que jamais tinha conhecido uma criaça como aquela e recebeu de volta um, deveria se sentir honrado em pintar um menino tao comportado, depois disso nunca mais tocou no assunto.
Mas foi no seu aniversário de 4 anos que o menino conheceu sua pequena irmã, depois do rei passar muito tempo tentando convencer sua esposa, de que seus filhos deviam ao menos se conhecer pessoalmente, depois disso ela poderia fazer o que quisesse, a rainha apenas aceitou depois que percebeu que os dois eram irmãos, por alguns momentos ela esquecia de que aquele menino tinha saido de dentro de si, e sua Rosalina nao iria conseguir sobreviver nessa corte sem alguma ajuda, depois que ela morresse ela precisaria de alguem e um irmão rei seria de muita ajuda, se conseguisse fazer com que os dois se tornassem amigos, o futuro de Rosalina estaria seguro ou pelo menos não tao exposto ao perigo eminente, mostrou de quem seu sangue corria nas veias
Colocou a menina de 1 ano ao lado de seu irmão, ao contrario de seu irmão mais velho a menina nao parava quieta se virava de um lado para o outro, segurava seus próprios pes e tentava colocar na boca, mas o principe a impediu, tirando seu pe de sua mão e arrumando seu manto em volta de seu corpo de forma desengonçada, se segurando com as duas mãos no chão e voltou para o seu lugar mas seus olhos continuavam na menina ao seu lado.
O choque dos pais foi perceptível ate pelos guardas que ficavam na porta do príncipe, a rainha jamais vira sua filha parar de se mexer e obedecer o toque de alguem, e o rei ficou surpreso pelo seu filho agir sobre alguma coisa, nunca viu ele ao menos engatinhar para alguns de seus brinquedos e agora tinha presenciado um ato genuíno de carinho e cuidado.
O rei queria ver o rosto de sua filha mais de perto, ja tinha ouvido falar da beleza da menina pelos cantos e queria avaliar ele mesmo, mas a rainha tocou seu braço em um puxão, pegou a princesa de forma rude e foi respondida com um choro fino
Esposa, não ve que a menina quer ficar com seu irmão? Seja boa com seu filho pelo menos uma vez
Ela parou na porta, segurando a menina de forma forte contra seu peito, não queria perder sua rosa, olhou de forma desconfiada para tras
Se eu puder ficar sozinha com os dois
O rei olhou novamente para a mulher fria a sua frente e saiu do quarto
Naquela noite pela primeira vez, os irmãos dormiram juntos, no colo de sua mãe, e por um breve momento sentiram a paz absoluta do paraiso
Então era isso que eles chamavam de calmaria antes de uma tempestade.
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Valence - Jungkook Story
Historical Fiction[DARK ROMANCE] Sangue e amor. A violência corria no sangue daquela família mas o amor proibido que crescia nos corredores daquele castelo levaria a última gota de reputação da realeza.