LUZ QUE BRILHA EM MIM

🍁CAPÍTULO IX- OBRIGADO!🍁

"Tem certeza disso?" Vicente pergunta para Liam, ele com toda certeza queria saber o que havia acontecido com Liam, a história por trás da situação que ele tem atualmente, mas não queria que o outro se sentisse pressionado a lhe contar " Você sabe que não precisa me falar, não sabe?"

Liam assentiu com a cabeça antes de falar

"Então será hoje. Eu quero contar para você!" Liam fala com confiança

Agora é Vicente que balança a cabeça

"Ok!"

O olhar de Liam vai de Vicente até a cidade a frente deles, depois de um breve momento de hesitação o rapaz começa a contar.

"Há cinco anos atrás, meu pai teve uma briga com minha mãe, era comum eles discutirem às vezes, no entanto, aquele dia foi bem seria mesmo, e a razão fui eu. Meu pai nunca foi muito satisfeito com meu jeito, e por isso me cobrava tanto, mamãe não gostava muito e por isso discutiam. Um dia aconteceu algo e eles brigaram bem feio, eles gritavam muito um com o outro, meu pai falava de mim e minha mãe me defendia. A briga chegou em um nível em que a minha mãe arrumou algumas coisas minha e dela e saímos de casa, ela pegou o carro e..." Liam faz uma pausa, sua voz aos poucos começava a oscilar, mas ele continua " começou uma chuva bem forte naquela noite, forte mesmo, e a mamãe estava nervosa, então..." novamente Liam faz uma pausa e olha para cima para evitar que as lágrimas caiam. Vicente não se atreve a disser nada, apenas consola o garoto com a mão em suas costa, enquanto aguarda até que Liam possa continuar "... então acabamos sofrendo um acidente, eu tive alguns ferimentos que me deixaram inconsciente, só fui acorda horas depois de um cirurgia, a mamãe, ela..." outra pausa "...ela faleceu menos de uma hora depois do acidente, no caminho mesmo. Eu nem mesmo tive a chance de ir ao enterro dela!" volta e meia Liam parava de falar, fungando limpava os olhos e nariz "Cerca de unas duas semanas depois eu recebi alta, esse foi o único dia desde o dia da discussão que eu vi o rosto do meu pai. Com um mês do acidente voltei para escola, se antes eu não via muito o meu pai, agora via menos ainda. Eu não compreendia muito o por que dele me evitar tanto, até que um dia o próprio me esclareceu isso, ele disse que por minha culpa a mamãe morreu, se...se eu não fosse como eu sou... não... não teria acontecido..." respira fundo para tentar conter a onda de emoção que estava vindo com as palavras e as memórias daquela fatídico acontecimento "eles não teriam discutido, ela não teria pegado o carro e saído naquelas condições e enfim...ele continuou a me evitar, mal ficava em casa. Na escola já até falavam sobre isso, acho que ele comentou com alguém que era pais de alunos, enfim...se eu já não tinha amigos tive menos ainda, quem ia querer ser amigo de alguém estranho e que levou a mãe a morte e destruiu a família? Um ano depois da morte da mamãe, logo depois do aniversário de um ano da morte dela, ele pediu que eu arrumasse minhas coisas e me levou dali, só fui ver ele de novo alguns meses depois quando ele me levou para o próximo apartamento."

Liam finaliza sua trágica história, deixando um Vicente completamente sem palavras, ele estava tão perplexo com o absurdo que acabou de ouvir, que teve que pensar muito antes de dizer algo, e no fim a única coisa que consegui dizer foi...

"Liam, seu pai é um cuzão!"

"Oh, Nossa!" Liam fala surpreso com a reação de Vicente

"Serio, eu estou chocado e ao mesmo tempo com raiva do seu pai! Como assim te culpar? Foi um acidente, ninguém teve culpa. Você já tinha crises na época?"

"Apenas os pesadelos, e não eram tão intensos como são agora, sempre que me sentia mal eu ia até o quarto onde estava as coisas da mamãe, assim como nos dias de chuva, mas depois que me mudei elas ficaram mais sérias, estava longe da minha casa e também o meu pai não me deixou levar nada da minha mãe, então..."