CAPÍTULO 3

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        A manhã foi intensa. Me encontro com Juan, informando que havia um adiantamento de quinhentos mil euros na conta. Esse pessoal não brinca em serviço, já tinham até meus dados bancários. Mas, além desse valor, também foi depositado a parte para os gastos pessoais, como roupas, etc. Me enviaram mais cem mil, jamais que conseguiria gastar em roupas essa quantidade.

        Dentro da loja luxuosa, seguro a taça de champanhe enquanto sou atendida. Me sentindo uma verdadeira madame. Quando olhei o valor das roupas, entendi o valor alto, eram um absurdo. Lembro então do pedido da rainha, para manter minha identidade nas escolhas. Assim fiz.

       Horas depois, chego ao Palácio real de Madrid, entrando pela área dos funcionários. Usando um vestido de estampa floral, colado na cintura, solto e rodado a baixo. Cabelos soltos, com ondulações normais e pouca maquiagem.

       Desço do carro carregando algumas caixas junto dos demais. Fui denominada como a pessoa responsável por orientar os funcionários dessa área. Logo eu, que nada sei. Juan estava sempre por perto, orientando. Caminho até a mesa onde serviam o café da tarde.  Ajudo as meninas a organizar tudo, pego uma das bandejas de doce e, quando viro, esbarro em alguém, deixando cair alguns doces.

        — Que droga!— reclamo.

       — Está tudo bem? — a voz masculina chama minha atenção.

        — Não, não está tudo bem... metade dos doces caíram no chão e...

        Quando levanto o olhar, vejo um homem incrivelmente lindo. Seu rosto parece ser desenhado, uma barba bem feita, olhos extremamente claros, cabelos pretos bem penteados. A roupa formal deixa seus músculos evidentes, fiquei paralisada, observando-o.

        — Olá, você se machucou?— pergunta, olhando fixamente em minha direção.

       — Não, estou bem. Estava distraída.— balanço a cabeça, voltando a realidade.

        Agacho para juntas os doces espalhados e descartá-lo s. Surpresa por ele fazer o mesmo, me ajudando.

       — Não precisa, senhor!

       — Claro que sim, é culpa minha. Aliás, pode me chamar de Adrian.

        Me sinto tonta imediatamente. Justamente o príncipe que tenho como missão, chamar a sua atenção, está ali me ajudando. Respiro fundo, ficando de pé. Levo a mão a testa, ainda não sei distinguir o que estou a sentir.

        — Tragam água, agora!— ordenou para algumas criadas que ali estavam. — Você está pálida.

       — Vou ficar bem, apenas uma queda de pressão.

       Disfarço. Jamais imaginaria que justamente ele, seria tão lindo dessa forma. Levando por esse lado, não seria tão difícil assim. Além de ser muito gentil. Respiro fundo, deslizando a mão na testa. O príncipe se afasta, analisando provavelmente se estou bem, quando observo que alguém se aproxima.

        — Alteza, a Rainha está solicitando sua presença. — avisou.

       — Estou a caminho.— afirma, olhando para mim novamente. — Bom trabalho, com licença.

       Deu as costas e sumiu, continuo atordoada com ele acontecimento. Penso que tudo pode ter dado errado, ao mesmo tempo, foi bom ver de quem se tratava. Estou abismada como o príncipe da Espanha pode ser tão gostoso assim. Solteiro? Apenas por opção mesmo, qualquer uma desse país iria querer ser ter ao menos uma noite ao seu lado. Me pego pensando, imaginando sem aquela roupa, ele tem músculos bem acentuados.

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