CAPÍTULO 5

362 95 7
                                    

JADE ORTIZ 

 
 
     — Olá, Alteza. — forço um sorriso.

     — Está fugindo do baile?— pergunta, também a sorrir.

     — Estou tomando um ar, e vossa Alteza?

       Ele caminha em minha direção sentando-se ao meu lado e, ajeita a roupa que parece ser desconfortável - não mais que a minha, sem dúvidas, pois meus seios estão quase pulando para fora.

       — Me chame de Adrian, sem tantas formalidades, por favor! — me olha, e percebo que está sentado bem perto de mim.

      — Se o príncipe está me pedindo, e até falando um “por favor”, me sinto gigante. Adrian, então.

      Gargalhamos. Nosso olhar é desviado a frente, mirando a água que sai da boca de golfinhos de cimento, esculturas lindas, assim como os querubins com potes em seus ombros. Ficamos em silêncio por um bom tempo, cada um perdido em seu inferno pessoal.

     — Você...

     — Você...

       Falamos ao mesmo tempo e nos olhamos surpresos. Caindo na gargalhada em seguida. Fico abismada como, quando estávamos juntos, era risada na certa.

      — Pode falar...— afirmo.

      — Não, fala você. — ordena.

      — Ah não, fique à vontade. Primeiro o príncipe da Espanha.

     — Você está se sentindo bem? Vejo que está abatida.

      — Apenas dilemas da vida, nada demais. E vossa...quer dizer, e você? — pergunto.

       Poderia pensar que estou atuando, mas não estou, pois percebi que não preciso fazer isso quando estou em sua presença. Afinal, as coisas acontecem da forma mais natural possível.

       — Dilemas da vida também. Somos mais parecidos do que imaginamos.

      A festa está acontecendo no salão, e ele aqui comigo, conversando. Digamos que o meu objetivo está sendo alcançado pouco a pouco. De repente, percebo que ele estava perto o suficiente para me fazer notar seus lábios desenhados. Os cabelos que antes estavam bem penteados, agora, estão levemente bagunçados. Adrian percebe que estou olhando para seus lábios. Ele desce o olhar por meu pescoço, parando em meios seios. Sinto que meu rosto fica corado, então, fico de pé imediatamente.

      — Acho melhor voltarmos. Logo estarei indo para casa.

      — Claro! —  Fica de pé. Dando um passo para traz.

      — Até mais, Adrian.

      — Até mais...Jade.

      Caminho um pouco e, então, paro, ficando imóvel observando-o se afastar. O clima ficou estranho, digamos que ainda está, pois ele é uma verdadeira tentação. Para minha surpresa, ele para e se vira de frente para mim. Percebo que sua respiração está ofegante, e suponho que pensamos o mesmo, pois estou exatamente igual. Adrian dá passos apressados em minha direção e nossos rostos ficam perto um do outro, à poucos centímetros de distância.

      — Quero sentir seus lábios... — ele sussurrou.

      — Eu...— tento responder.

     Sou interrompida quando ele cola seus lábios nos meus. Um beijo intenso e sedento se inicia. O deslizar, nossas línguas deslizando uma na outra, é um encaixe perfeito. Uma das suas mãos segura minhas costas, me apertando contra ele. A outra, minha nuca. Estamos tão entregues que acabamos esquecendo qualquer coisa ao redor. Foi o beijo mais incrível que já dei. Que foram poucos, aliás.

O ACORDO REALOnde histórias criam vida. Descubra agora