Prólogo

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Ela vem andando em meio ao tapete de margaridas, suas flores preferidas e meu coração da um salto no peito.

Liana é a noiva mais bonita que já existiu, seu vestido diafano a transformando em uma ninfa no meio dessa natureza.

Quando nos conhecemos ela tinha doze anos e mudou para a cidade com seus pais.

Seu primeiro dia de aula, foi o dia em que me apaixonei por ela.
Eu sempre fui um garoto grande para minha idade. E ela tinha uns quilinhos a mais.

Seus cabelos longos cheios de cachos dourados e seus olhos verdes me chamaram atenção logo que ela entrou na sala e a professora dona Felícia a apresentou a turma. Já estávamos entrando no segundo semestre.

Ela usava uma calça de moletom azul marinho e uma camiseta branca. Seus tênis eram um par de all star velho surrado.

E nossa escola era frequentada por pessoas mais abastadas e por isso o inferno dela começou.

As garotas todas usavam roupas de grife e ela virou chacota da escola.

Ela sentou em minha frente e desde aquele momento sempre que a vida meu coração disparava.

Meu pai era um homem com muito dinheiro. Dono da fazenda Coração Selvagem. Onde tínhamos uma plantação de agave azul. Que era utilizada para a fabricação de tequila.

E a nossa fazenda era a única em muitos quilômetros que tinha esse tipo de cultivo. Meu pai criava cavalos também e era muito respeitado na região.

Liana era a filha do dono do mercadinho. Apenas uma pequena quitanda. Mas seu pai priorizava sua educação e a matriculou na nossa escola.

Todas as tardes eu passava por lá para comprar alguma fruta. Só para vé-la.
Já que ela trabalhava lá ajudando os pais. A nossa fazenda ficava um pouco distante da cidade. Em dias de sol eu ia a cavalo, sim algo bem comum por aqui. E nos dias chuvosos ia de caminhonete com seu João o capataz da fazenda. Minha mãe faleceu quando eu nasci, e fui criado pela esposa dele,  Amália. Ela não teve filhos pois e estéril e cuidou de mim como se eu fosse dela.
Meu pai sempre foi muito rígido e e quase não tinha tempo pra mim, somente para os negócios. Então quem me criou foram seu João e dona Amália.

Mas voltando a minha princesa. Assim como eu as garotas da escola também passavam pela quitanda somente para tentar humilha-la. Mas ela sempre se saia bem.

Por dois anos eu fui todos os dias na quitanda e nunca tive coragem de me declarar.

Quando completei quatorze anos eu finalmente me declarei. E para minha surpresa ela também gostava de mim.
Um mês depois meu pai me mandou estudar fora.

Fui para os Estados Unidos onde fiquei em um colégio interno. Eu não voltava nem no Natal. Eu falava por telefone com Amália e João, e através de cartas com Liana.

Quando completei dezoito anos meu pai faleceu e voltei para a fazenda. Onde tive que assumir os negócios da família.

No funeral encontrei Liana mais uma vez. Ela estava linda. Agora era uma mulher. E como em todas as vezes meu coração disparou.
Ela me deu os pêsames e depois disso não a vi mais.

Por um ano passei isolado na fazenda somente resolvendo as pendências do meu pai.

Neste um ano os negócios entraram nos trilhos e a tequila King, estava novamente no mercado.

A economia da cidade girava em torno da fazenda que empregava muitos pais de família.

E as coisas mudaram muito na minha gestão. Os empregados eram tratados com dignidade. Não que meu pai fosse ruim. Mas ele pagava o básico. Enquanto eu ajudava com farmácia e mercado, além de construir uma escola na fazenda, para os anos iniciais de alfabetização. E era uma exigência que todos tivesse os filhos matriculados na escola.

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