Capítulo 2

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—Seu Rafael?

—Fale Atílio.

—O Gilson veio me dizer que no lado sul, aquele que fica perto da lagoa tem um problema com os irrigadores. Acho que estão entupidos.

—Deve ter algum tipo de vegetação entupindo os canos outra vez. Vamos verificar. Pegue os cavalos e vamos comigo.

—Sim senhor. —Atílio é o filho da Amália, o Rapaz tem a minha idade e o tenho como a um irmão.

—Rafael? Precisamos conversar.

—O que foi Amália.

—É sobre a Meg.

—O que tem a menina?

—Sua filha. A menina é sua filha. Você não pode continuar a desprezando assim. Sabe que ela não tem culpa pelo que aconteceu com a Liana. Deus quis assim.

—Sabe que não acredito em Deus. Não quero ouvir falar em Deus na fazenda.

—Credo em cruz menino. Não fale assim ...

—Ou o que? Ele vai me castigar? Creio que nada mais que Ele venha fazer pode me doer mais que o que ele já me fez. Deus é cruel Amália. Não quero mais ouvir falar dele aqui. E quanto a menina, assim que ela completar oito anos ela vai para um colégio interno. Não será mais um problema pra ninguém.

—Mas você não pode ...

—Eu posso tudo Amália. Sou o dono desta fazenda, e a menina, vai para um internato. Já está decidido.

—Quanta crueldade. O anjinho não merece ter um pai assim.

—Por isso ela vai para longe. Não tenho tempo para lidar com crianças mimadas. Tenho muito trabalho na fazenda.

—Se a Liana estivesse viva ...

—MAS ELA NÃO ESTÁ! LIANA MORREU! E AQUELA MENINA É A CULPADA.—Falo alto demais. Atílio chega com os cavalos selados. —Tenho muitos problemas para resolver Amália. Não vou almoçar em casa.

—Voce nunca almoça.

Monto no cavalo e sigo em direção ao lago onde a água para anirrrigacao é captada. Esta fazenda vale muito por causa do lago. Uma vertente de água pura e cristalina  que alimenta toda a fazenda. Mais duas nascentes se encontram dentro das minhas terras. Muitos já me ofereceram milhões por ela. Mas isto aqui não tem preço.

Atílio segue ao meu lado, em silêncio creio que ele me ouviu gritar com a sua mãe.

—Me perdoe por ter gritado com sua mãe. Mas ela as vezes me tira do sério.

— Peça desculpas a ela, afinal foi com ela que o senhor se exasperou.

Seguimos o resto caminho em silêncio.

—Veja tem uma moça parada na estrada.—Ele aponta.

—Quem em sã consciência viria para este fim de mundo? E com este sol escaldante?—A mulher é bonita, pequena, um corpo perfeito cheio de curvas, cabelos negros que vão até a cintura, usa um short jeans muito curto, um par de tênis que em algum momento foram brancos e uma camiseta na mesma cor. Seu suor acabou deixando transparecer pela camiseta o sutiã branco que cobre um belo par de seios. Seus olhos tem um cor exótica mistura de azul e verde, seu nariz arrebitado e uma boca carnuda compõem o conjunto do rosto mais perfeito que já vi.

—Ela deve estar perdida.—Atilio comenta

Continuamos seguindo e quando estamos chegando perto, vemos que uma cobra pica em seu tornozelo.

—Ela foi picada pela cascavel chefe.—Desmonto imediatamente do cavalo e a seguro, pois acho que ela vai desmaiar.

—Pegue as coisas dela, eu tenho soro na fazenda. —A coloco sobre a sela do cavalo e subo logo atrás, o cavalo galopa em disparada rumo a fazenda. Temos que correr contra o tempo para salvar a vida desta jovem desconhecida.

Um Amor Na Fazenda Santa fé Onde histórias criam vida. Descubra agora