capítulo 3

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Acordo com uma dor que queima meu tornozelo que irradia por toda minha perna.

É como se minha perna estivesse em brasa. Eu lembro que estava na estrada.
Uma cobra! Uma cascavel. Eu vou morrer?

Meu Deus sou tão jovem, ainda nem me apaixonei. Se eu soubesse que iria morrer teria me casado ao menos estaria perto de meu pai e Estela.

Agora estou em uma cama estranha, de uma casa estranha.
Sinto a cama se mexer ao meu lado.

Viro meu rosto e então vejo uma garotinha de cabelos castanho claros, e belos olhos verdes que me encaram curiosos. As sardas sobre seu nariz dão um ar meio angelical meio sapeca a ela.

— Você é um anjo?— Pergunto, já que ao que tudo indica estou morrendo. — Você veio me levar pro céu?

— Não sou um anjo, sua boba,—Ela sorri e vejo que faltam alguns dentes em sua boca. —meu nome é Meg e meu pai trouxe você aqui pra nossa casa. Uma cobra mordeu você e o tio Fred colocou esse remédio em você.  —Olho para onde ela aponta e tem um acesso intravenoso em meu braço. Deve ser o soro antiofídico. Graças ao bom Deus! Aqui eles tem o soro.

Ao menos não vou morrer. A garotinha continua me encarando. Sinto meus olhos pesando mas me esforço para me manter acordada.

Ela afaga as costas de minha mão.

—Pode descansar eu fico aqui cuidando de você.— Seu toque macio me acalma e acabo pegando no sono.

Abro meus olhos novamente, tudo está embaçado e confuso.

O quarto não é o meu. Estela não está aqui.

—Onde estou? —Pergunto, mas minha voz quase não sai pois sinto a garganta arder.

Esforço -me para abrir os olhos e então o vejo novamente. O Cowboy que me salvou.

Ele é alto, forte, tem os cabelos negros e lisos. Um pouco grandes pois cobrem um pouco seus olhos que não consigo identificar a cor. Seus traços masculinos são mais destacados por seu ar severo ou austero não identifiquei ainda.

A barba por fazer esconde seu queixo, mas consigo ver o furinho que tem ali. E ele é grande. Muito grande. E forte. Usa calças jeans e uma camiseta branca que está um pouco suja de terra.

Em toda a minha vida eu nunca conheci alguém tão bonito e também tão intimidante.

Ele exala poder por todos os poros. Se eu achava que Alberto era poderoso, este homem o faria tremer apenas com sua presença.

Fecho meus olhos e ouço  brigando com alguém. Ele é cruel em suas palavras. Não compreendo como pode falar assim de alguém. Quem será o alvo de tanto rancor? Eu não suportaria viver sob o mesmo teto de alguém que me odiasse assim.

Ele deve achar que estou dormindo mas acompanho cada passo dele pelo quarto. O vejo pegar minha mochila, ele encontra o dinheiro e as jóias que eram de minha mãe.

Droga! Ele está achando que as roubei. Mas isto não importa, assim que eu melhorar partirei.

Não quero ficar aqui. Não vivendo com alguém tão cruel.

Ele sai resmungando alguma coisa e a mulher que estava com ele o segue. Abro meus olhos e procuro um meio de sair daqui.

Mas minha perna ainda dói muito. Me sento na cama e sou surpreendida pelos olhinhos verdes da garotinha.

—Voce não pode ir embora. Sua perna ainda não sarou. Como vai sair agora é  noite e tem coiotes!

—Coiotes?

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