Capítulo 2

3 1 2
                                    


O cara da moto era Thomas.

— Você me xingou ou eu estou ouvindo coisas?— Pergunta ele com aquela cara de cu que não sorri para ninguém.

—Deve estar ouvindo coisas mesmo. Com o barulho da moto era praticamente impossível ouvir alguém falando. — Respondi tentando não mostrar que estava nervosa.

— Não dá para escutar se a pessoa falar normalmente, mas você estava berrando.

— Eu continuo achando que você está ouvindo coisa, porque eu não falei absolutamente nada.

Do nada vejo o Uber começar a ir embora me fazendo arregalar os olhos

— OH MOÇO, ONDE VOCÊ VAI??— Grito frustrada

O Uber para e o moço abre a janela do carro.

— Sinto muito moça, mas eu não vou ficar esperando você terminar uma discussão com o cara que fez você cair e que você depois xingou.— Responde ele e vai embora.

— COMO ASSIM MOÇO???  AH VAI TOMAR NO CU.

Eu juro que não tenho uma obsessão por bundas tá.

—Agora tenho certeza que não estou ouvindo coisa. — Fala o Thomas debochando

— Ah cala a boca! A culpa é toda sua.

— Minha?— Pergunta Thomas incrédulo.

—Sim, sua. Se você não estivesse dirigindo que nem um louco acabadinho de sair do hospício eu não teria perdido o meu Uber

— Você me chamou de louco? Você é a única louca aqui. Você sabe bem quem eu sou e se atreve a me chamar de louco? — Ele faz o som de uma risada ironica, mas sem mostrar qualquer sorriso.

Cara estranho.

Eu simplesmente paro de encarar ele e não respondo.

Ele põe o capacete e fica pronto para ir embora.

— Espera.— Digo antes dele ligar a mota.

— O que você quer agora. Já estou de saco cheio.

— Você pode me levar a casa? — Perguntei sem conseguir encarar ele.

— Você está de sacanagem né?- pergunta incrédulo.

— Aquele foi o único Uber que consegui para vir me buscar, agora não tenho como ir para casa.

— Se vira garota. Tenho coisas mais importantes para fazer.

E ele vai embora.

Aquele babaca, é tudo culpa daquele cara de bunda e ele nem me dá uma ajuda.

Idiota.

Não tive outra opção a não ser ir para casa a pé. Como se a minha casa fosse logo ali ao lado.

Estava ficando de noite e eu ainda não tinha chegado em casa. Estava numa rua que eu não conhecia.

Continuei andando e comecei a ouvir pessoas falando.

Fui caminhando em direção às vozes para pedir ajuda.

Mas me arrependo no momento a seguir.

Thomas.

Será que eu nunca vou me livrar desse cara?

Estava ele mais uns caras batendo noutro.

— Você tem dois dias para me pagar aquilo que deve, caso contrário você vai pagar com a sua vida. — Ameaça o Thomas enquanto agarra com força no cabelo do cara no qual tinha acabado de bater fazendo o mesmo olhar para ele.

Eu não sei o que aconteceu comigo, mas eu simplesmente congelei. Fiquei ali parada tentando entender o que estava acontecendo bem na minha frente.

Tentei sair dali o mais depressa possível mas fui contra uma caixa cheia de garrafas de vidro fazendo barulho e atraindo a atenção de todos aqueles caras, incluindo o Thomas.

Mas quem é o imbecil que deixou uma caixa no meio do caminho.

Thomas me encara e eu começo a correr que nem louca.

Continuo correndo o mais rápido que consegui mas sou parada por uma moto que para bem na minha frente.

Thomas.

— O que você está fazendo aqui garota?—  Pergunta o Thomas

— Tentando voltar para casa porque um imbecil fez eu perder o meu Uber. Mas quem diria que eu ia encontrar o tão famoso Thomas Collins batendo em alguém.

— Você não vai falar para ninguém aquilo que você viu aqui hoje!-fala ele com um tom ameaçador aproximando o seu rosto do meu.

— E o que faz você pensar que eu não vou contar para ninguém? — Provoco

— O que você quer? Dinheiro?

— Eu de você só quero é distância. Mas primeiro podia me levar a casa?

— Tá louca? Se alguém vê eu te levando a casa a gente vira notícia de um momento para o outro. Não sei se você se lembra, mas eu sou famoso.

—Ah, então você prefere uma notícia sobre você andar na má vida? Chantageando pessoas e muito provavelmente envolvido com drogas?

— Você quer tanto assim que eu te leve em casa? O meu pai tem de ter mais atenção nas pessoas que contrata. Você deve ser mais uma das garotas desesperadas por um pingo da minha atenção.

— Se o seu pai deve ter atenção nas pessoas que contrata também tem de ter atenção no filho que tem em casa né. E não eu estou nem aí para a sua atenção. Só preciso de ir para casa o mais depressa possível.

Ele para olhando para mim.

— Tá. — ele cede finalmente.— Anda logo garota.

Eu subo na moto dele e digo onde é minha casa.

Que dia de bosta, para além de perder o meu Uber ainda tenho de ir agarrada a um cara que eu odeio até casa.

É verdade que só vou com ele porque eu quis, mas eu estava desesperada.

A esta hora o meu irmão já está em casa e da última vez que me atrasei ele tentou fazer a janta e quase explodiu com a casa toda.

E gente, o Uber pode deixar uma pessoa assim do nada?

Enfim, eu achava que o meu dia não podia ficar pior.

Até que...

O Filho do Meu ChefeOnde histórias criam vida. Descubra agora