Capítulo 3

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Começou a chover.

— Thomas, pára a moto.— digo sentindo minha respiração acelerando, as minhas mãos suando e tremendo.

— Tá louca garota, quer que eu pare a moto no meio do nada e ainda chovendo.

— Só pára, por favor. Eu fico aqui. —Digo enquanto fecho os olhos.

— A escolha é sua.

Ele pára a moto e eu desço, mesmo com dificuldade por estar tremendo.

Ele vai embora e eu me sento no chão cobrindo o meu rosto com as minhas mãos, tentando me acalmar.

Eu tenho trauma da chuva, não consigo andar em nenhum carro, moto ou ônibus durante a chuva.

Desde aquele maldito dia...

Pouco tempo depois senti que já não estava chovendo em cima de mim, mas a chuva não tinha parado.

Então olho para cima vendo um chapéu de chuva me cobrindo.

Me levanto e olho para a pessoa que está segurando o chapéu.

— Thomas? O que você está fazendo aqui?— pergunto com os olhos arregalados.

— Eu sou um Collins, fui criado com a educação mais rígida de todas. Achas que eu podia deixar uma garota sozinha no meio do nada enquanto está de noite e chovendo? Isso não é bem o meu estilo.

Fico parada sem saber o que dizer.

Não sei se estou surpresa ou irritada com o que ele falou. Até nesses momentos fala da sua família, riqueza e educação.

— Vamos. — Diz o Thomas segurando o meu pulso.

—Eu não posso, eu não consigo. — Digo soltando o meu pulso da sua mão.— Enquanto estiver chovendo eu não consigo.

Ele agarrou meu pulso de novo e me puxou até a moto dele que estava um pouco mais distante.

— Pára de frescura garota. É só chuva. Deixa de ser mimada.

Eu olhei nos olhos dele. Ele parecia estar sem paciência.

Agora ele vai me ouvir.

— Olha aqui, eu sei que você não vai com a minha cara desde o momento que entrei na empresa do seu pai pela primeira vez e aviso já que também não vou com a sua. Mas não me venha falar de frescura sem saber das coisas. Porque você não sabe nada sobre a minha vida e não tem o direito de dizer isso. E não me volte a chamar de mimada, porque em toda a minha vida eu nunca tive a oportunidade de saber o que isso é.

Thomas olha para mim com os olhos meio arregalados sem saber o que dizer.

Respiro fundo tentando me acalmar.

— Eu vou para casa sozinha, não precisa  se preocupar com o seu padrãozinho ninguém vai ficar sabendo.

Tento ir embora mas sou parada por uma mão que me puxa e que depois vai para a minha cintura.

Thomas me levanta e me põe na moto.

Ele sobe também e dá partida.

Quando dei por mim estávamos em frente a uma casa enorme.

O Filho do Meu ChefeOnde histórias criam vida. Descubra agora