•A fanfic a seguir contém descrições explícitas de; sintomas de doenças degenerativas e transtornos psicológicos. Recomendo aos sensíveis que não leiam.
⊱𝐵𝑂𝐴 𝐿𝐸𝐼𝑇𝑈𝑅𝐴⊰
Mitsuri nunca teve dificuldade de inventar os próprios universos fantasiosos para passar o tempo quando se sentia sozinha. Não que ocorresse muito. Os mais diversos mundos eram criados, e essa sua mania de infância contribuiu para uma adolescência repleta de sonhos e pensamentos puros. Sua mãe constumava admirar o quão mente aberta a sua garota era, e que mesmo que antes pudesse ter tido quaisquer pensamentos negativos, hoje sabe que o futuro da filha é propício para quaisquer que sejam os seus sonhos para prosseguir.
Seu sonho de botar a filha em um vestido perfeito foi substituído pela visão esplêndida das mãos delicadas repletas de tintas, como uma verdadeira galáxia de emoções.
Os próprios talentos mostraram para Mitsuri que ela não se importava realmente de ficar sozinha, mas mesmo assim, tinha amigos, amigos que se importavam com ela, verdadeiros, que pareciam sair diretamente dos contos de fadas que ela mesmo criava. Sua vida não era perfeita, nenhuma no mundo era, mas era feliz, confortável, e no fundo, sabia que quando precisasse, ela não estava sozinha. Sua mãe passava grande parte do tempo trabalhando, então as tardes após as aulas corridas eram apenas dela, quando não estava acompanhada dos amigos.
Em uma manhã de domingo, dia que sua mãe não trabalhava, a casa estava aberta para aproveitar o sol dos últimos dias de primavera, enquanto as duas preparavam o almoço. Eram apenas elas, não tinha muito segredo, uma sabia bem o que a outra gostava e preferia, e com o tempo corrido que as duas tinham, assunto era o que nunca faltava.
—Tem um caminhão de mudanças na casa da frente —Kanroji comenta ao ir acariciar o gato que descansa na janela da frente. Sua mãe logo sai da cozinha para olhar também— A senhora sabia que alguém ia mudar?
—Não sabia não, mas finalmente a casa vai ser ocupada, está vazia por tempo demais —Ela afirma, voltando para fazer o que estava fazendo, já que o caminhão não permitia que muita coisa fosse vista— Vamos cumprimentá-los mais tarde!
Mesmo hesitante, Mitsuri assente e volta a ajudá-la. As duas se mudaram para aquele bairro logo após o divórcio de seus pais ocorrer, a cinco anos, e desde então, nunca viram a casa da frente ser ocupada por alguém. Como todas da rua eram muito semelhantes umas as outras, aquela não tinha muita diferença, mas até onde souberam pelos vizinhos, a casa ficou desocupada após a morte do antigo morador, e seus herdeiros deixaram-na abandonada. Telas escuras cobriam as janelas, e o jardim era cuidado pelo vizinho, para que sua grama e ervas daninhas não invadissem os jardins vizinhos.
Fazia tempo que não recebiam novos vizinhos. Kanroji ficou entusiasmada, e logo quis recebê-los. Sua mãe advertiu que, por estarem em processo de mover a mobília para o ambiente novo, além da limpeza necessária, interrompê-los não era a melhor das ideias. Mitsuri concordou, mas continuou observando pela janela, curiosa de mais para simplesmente esquecer. Em certo momento, o caminhão começou a ir embora, dando uma visão mais ampla do local tomado por móveis, tanto na varanda quanto no jardim.
Mitsuri não se surpreendeu com o casal que aos poucos, levavam tudo para dentro da casa. Também não se surpreendeu quando uma outra pessoa saiu das sombras da casa pela porta da frente e pegou uma mochila grande deixada na varanda. O que lhe surpreendeu foram os cabelos escuros que escondiam o rosto da figura, junto de uma máscara cirúrgica em seu rosto. Ambas as questões proporcionaram a Kanroji uma dificuldade para identificar o gênero de tal desconhecido.
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DO OUTRO LADO DO PARAÍSO; ObaMitsu.
FanfictionMitsuri vivia sua vida de forma simples e feliz, procurando sempre ver o lado bom de quaisquer circunstâncias. No entanto, quando a casa vizinha a sua recebe novos moradores, sua curiosidade cai diretamente sobre o filho da família; um garoto que nã...