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Lena Narrando.

Olhei para o relógio sobre o meu pulso mais uma vez, 28 minutos, eu já havia organizado tudo o que estava ao meu alcance naquele momento, revisei o orçamento das reformas e da inauguração da lanchonete, que até então não tinha um nome, o que era um problema, também revisei os gasto com os fornecedores e novos funcionários que Oliver contratará, fechei o notebook que estava sobre minhas pernas, eu realmente não conseguia pensar em mais nada para fazer, e Wendy ainda tinha quase meia hora com a Psicóloga, eu odiava esperar, a Dra. Olsen conversou comigo antes de iniciar a sessão e pediu para que eu ficasse na sala de espera, eu entendia que minha presença não era importante para seus primeiros momentos com Wendy, Olsen já me mostrará logo de início de que realmente é tão profissional como me disseram, eu só, acho que, não estou acostumada a ficar longe dela, meu celular vibrou.

“Ela simplesmente falou? Com uma mulher que ela nunca viu antes?”

Andrea me perguntou pela milésima vez, ela parecia mais do que impressionada depois que contei sobre o ocorrido com o cachorro e sua dona, diria que até mesmo com um pouco de ciúmes.

“Já disse, não conversou, conversou, foram apenas algumas palavras perdidas.” Expliquei mais uma vez.

“Você fala só? É mais do que temos em meses.”

“Isso não é verdade, ela tem balbuciado mais vezes, agora.” Era algo idiota de se dizer eu sei, mas, talvez eu não queira assumir o fato de que foi preciso uma mulher desconhecida e seu cachorro para que minha filha dissesse meias palavras após meses.

“Lena, me faz um favor e não me irrita. Ela falou, digo eu sei que não foi nenhum discurso ou algo assim, mas é algo bom, não é?” Ela não demorou nada para mandar mais uma mensagem longo em seguida. “O que a psicóloga disse sobre?”

“O mesmo que você, ela acha que é algo realmente muito bom que ela se sinta a vontade de se comunicar até mesmo com desconhecidos, o fator em comum ajuda, ela me disse pra tentar um pouco mais falar a língua dela, você sabe Wendy fica realmente mais favorável quando tentamos entrar no mundinho dela.” Essa era uma das coisas no qual eu era mais apaixonada pela minha pequena, sua cabeça era algo tão singular, tão especial, como se cada mínimo pedaço de sua mente fosse perfeitamente projetado para se encaixar á outro, eu sabia que a maioria das pessoas achavam que crianças no aspecto eram extremamente complexas, mas Wendy tinha modos únicos, a forma de se comunicar, demonstra seus sentimentos e suas preferências, sua forma de ser era difícil, não tinha como negar aquilo, mas além disso também era única, Wendy realmente tinha seu próprio mundo dentro de si, eu só queria poder fazer parte dele, eu estava tentando, só queria que ela me deixasse entrar.

“Eu sei, preciso resolver algumas coisas, assim que estiver livre passo na sua casa.” Ela disse.

“Tudo bem. Queen está fazendo a janta essa noite.”

“Melhor ainda! Caso contrário levaria a janta, ninguém merece suas comidas verdes, Luthor.” Revirei os olhos.

"Me deixa em paz Andrea. Além disso, não me chame assim.”

"Relaxa senhorita Johnson, eles não vão grampear celulares agora, vão?”

“Mamãe.” Dra. Olsen estava agora enfrente a porta do seu consultório me impossibilitando de responder, o que era maravilhoso, eu não sabia a resposta para aquela pergunta. “Você gostaria de entrar agora?” Concordei, guardei o notebook na minha bolsa e me levantei a seguindo. “Acho que nosso primeiro dia chegou ao fim.” Ela se sentou atrás de uma grande mesa que ficava quase que no centro da sala, vasculhei o como com os olhos de forma rápida encontrando a minha pequena sentada no tapete infantil, ao lado direito da sala, suas perninhas em forma de índio, sua atenção sobre a pequena Supergirl que agora estava presa em sua mochila. “Você me disse que ela começou a falar com três anos, certo?” Assenti, concordando. “E como foi?”

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