The opposites - Rafe Cameron

Capítulo 2

Capítulo 2:

Victoria Fontaine pov:

Como acabei de ajudar meus amigos com a organização da festa e ainda tenho 2 horas até meu turno no restaurante começar, decido ir buscar meu irmão mais cedo na escola – afinal, quem precisa de aula de geografia física? Nunca vamos usar os termos dos inúmeros tipos de rocha e solo na nossa vida, sempre achei isso muito inútil –

Decido levar meu irmão para a Ice cream factory, um lugar que ele ama, pois lá eles mostram o sorvete sendo feito.

"Alex, tá tudo bem? Você parece meio chateado hoje" - Digo quando percebo que meu irmão está mais quieto do que o normal.

"É verdade, Vic? É verdade que eu sou o motivo pelo qual mamãe está morta? Fui eu que matei ela?"- Pergunta meu irmão com cara de choro. Nesse momento eu fico em choque, não sei de onde ele tirou isso. Sim, é verdade quem minha mãe morreu ao dar luz à ele, mas ela já estava com câncer em estado grave há três anos. Ela sabia dos riscos de seguir com a gravidez, e o fez mesmo assim, pois minha mãe disse que seria muito egoísta da parte dela priorizar a si mesma ao invés do filho, sabendo que teria no máximo mais um ano de vida.

"É claro que não, Alex. Onde você ouviu esse absurdo?" - Pergunto

"Papai me falou ontem, disse que eu era um inútil por ter tirado 6 na prova, falou que era um desgosto ter perdido o mor da vida dele para que um garoto estúpido pudesse nascer" - Fala meu irmão

Nesse momento não consigo me controlar e meus olhos começam a marejar, meu pai é um nojento. Bate em mim há 7 anos, por sorte nunca encostou no meu irmãozinho, ele sente tanto desgosto de Alex que se recusa até a olha o menino na cara, ele o culpa pela morte da minha mãe, mas nunca imaginei que ele fosse falar algo assim.

"Escuta aqui, Alexander. Mamãe já estava muito doente antes mesmo de você nascer, ela ter morrido quando você nasceu foi só uma coincidência. Na verdade, os médicos falaram que foi um milagre ela ter vivido tanto, era para ela ter morrido quando eu tinha 4 anos" – Minto um pouquinho, minha mãe foi diagnosticada quando eu tinha 6 anos, mas ele não precisa saber disso.

Alex sorri e aproveita seu sorvete. Após sairmos de lá, deixo ele na casa da senhora Miller, uma idosa que mora sozinha e adora crianças, não gosto de deixar meu irmão com meu pai quando eu não estou em casa, não confio em Tobey, e acho melhor prevenir do que remediar, sei como ele é comigo, e meu maior medo é que ele passe a tratar meu irmão como me trata.

Chego no trabalho por volta das 18h e quando são 21h, estou encerrando meu turno e indo para casa, até que aparece um homem que deveria ter uns 40 anos chamando por mim. Ele se aproxima do balcão e pergunta de que horas posso passar na casa dele.

Fico confusa por um momento, e então pergunto do que ele está falando

''Ué, seu pai me disse que eu poderia vir encontrá-la aqui, para que pudéssemos encaixar nossa agenda. Quero que fique sabendo que gosto de dominar, e pelo preço que seu pai está me cobrando pela noite com você, espero que seja uma putinha bem obediente" – Diz o homem

Nesse momento fico incrédula, meu pai já tinha comentado comigo que eu deveria contribuir mais com a nossa vida financeira, e que uma menina bonita como eu atraia o olhar de vários homens. "Homens adoram vagabundas com cara de santinha, e esse seu cabelo dourado te faz parecer um anjo" ele me disse uma vez, e foi por isso que pintei meu cabelo de preto, pensei que isso iria evitar situações como essa, mas aparentemente fui ingênua.

"Olha só, eu não sei que porra meu pai te disse, mas eu não sou a merda de uma prostituta, agora sai da minha frente antes que eu chame o segurança" – Falo intuito de amedrontá-lo, mas não funciona, pois ele agarra meu pulso através do balcão, o apertando com força.

"Olha aqui sua piranha, eu já paguei 500 dólares ao seu pai para poder te comer, você vai sim transar comigo"

Já estou começando a sentir meus olhos se encherem de lágrimas quando vejo o homem ser empurrado para longe de mim

"Fica longe dela, seu merda. Ou você vai se ver comigo entendeu?"

Eu reconheço esse tom de voz, é Rafe. O homem sai correndo, e Rafe se vira pra mim, lembro de ter visto ele aqui mais cedo, não sabia o porque estava até agora. De toda sorte, não pude deixar de sentir um grande alívio quando seus olhos se encontram aos meus.