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A biblioteca fazia tanto silêncio que você podia ouvir o barulho das páginas passando das pessoas que liam perto de você. Professor Snape tinha passado à turma uma redação sobre a poção amortentia e já havia algum tempo daquele dia que você estava trabalhando nisso.
Você se levantou e foi em busca de mais um livro que se fez necessário. Mas, antes que pudesse achá-lo, viu um grupinho de lufanos entrando na biblioteca. E lá estava Cedric Diggory.
Cedric era muito popular e realmente bonito. Sua personalidade gentil, cavalheira, doce e engraçada encantava todos que o conheciam. E, claro, sua aparência estonteante também ajudava nisso. Ele era conhecido como o garoto de ouro, ainda mais depois que ganhou o Torneio Tribruxo junto a Harry Potter no quase final do ano. Faltava pouco tempo para as férias chegarem agora.
Você, assim como várias outras meninas, não pôde resisti ao encantador charme de Diggory e se encontrou completamente interessada nele. Bem... quase apaixonada. Mas vocês nunca se falaram, eram de casas diferentes, você não era popular e não se considerava a mais atraente ou interessante dentre as tanto outras meninas de Hogwarts. Você tinha certeza que ele não sabia nem seu nome. Se soubesse que você gostava dele, provavelmente só te veria como mais uma das garotas apaixonadas e obcecadas por ele, por isso nunca tentou se aproximar e se assegurava que ele não descobrisse isso. Não é como se ele prestasse atenção em você, então não era tão difícil esconder isso dele.
Por isso, você sempre o admirava apenas de longe. Imaginando como seria se você tivesse uma chance, mas sentindo-se boba apenas de cogitar a ideia. Essa situação era típico de um livro de romance adolescente clichê. Mas esse era o problema; ela não estava em um livro.
Ela viu ele entrar com seus cabelos cairem em seu rosto desenhado; um sorriso brilhante aparecendo em seus lábios quando um amigo ao seu lado disse algo e ela pôde ouvir a risada doce que saiu de seus lábios. Madame Pince foi rápida em repreendê-los por fazer barulho na biblioteca e isso "acordou" você de seu transe.
Você rapidamente voltou a procura de seu livro, um pouco nervosa sabendo que Cedric estava por perto. Você ficou na ponta dos dedos para pegar o livro que precisava na estante quando no mesmo momento sentiu uma mão tocar a sua. Você olhou para trás assustada e arregalou os olhos quando viu Cedric sorrindo para você.
– Ah... desculpa, eu precisava desse livro, mas você pode...
— Pode ficar, eu encontro outro – Ela disse rapidamente tentando não gaguejar enquanto se perguntava como ele tinha chegado lá tão rápido.
– Não! Você iria pegar primeiro. Eu não me importo – Ele reafirmou com aquele sorriso galanteador que estava começando a te irritar. Por que ele tinha que ser tão lindo assim? Fica difícil não ficar nervosa assim!
– Então obrigada... – ela sorriu minimamente, ainda nervosa, então se virou para a estante. Mas para sua desgraça, a prateleira era alta demais e ela não conseguia alcançar o livro. Ela sentiu suas bochechas corando. Ela não era baixa, os arquitetos que construíram prateleiras altas demais
– Eu pego pra você – Cedric disse e logo você sentiu ele atrás de você pegando o livro e logo em seguida lhe entregando.
Naquele instante os seus divertidamentes não estavam bem.
– Você está bem? – Ele perguntou visivelmente preocupado ao perceber que você estava estranha.
Para de ser tão gentil! E lá, naquele momento, você descobriu que os livros não estavam exagerando ao falar sobre como os lábios da protagonista tremem ao ficar perto daquele personagem.
Para de tremer, porra! Ele vai perceber.
– Eu tô bem...
— Seus lábios estão tremendo, você tá com frio.
Merda, merda, merda. Eu disse que... espera- SE ELE NOTOU ISSO ERA PORQUE ESTAVA OLHANDO PARA OS MEUS LA...
– Um pouco, sorte que eu trouxe minha blusa de frio – mentiu - Ah... muito obrigada pelo livro! Tchau.
– De nada – disse sorrindo – Tchau, S/n!
Seu estômago revirou.
– Como sabe meu nome? – perguntou rapidamente.
– Ah... – Ele murmurou e, se S/n não estivesse louca, suas bochechas normalmente branquelas agora estavam um pouco avermelhadas. – Acho que ouvi por aí.
– Entendi...
– Cedric Digorry, prazer em te conhecer – ele disse estendendo a mão para ela com um sorrido fofo no rosto.
– S/n Lovegood, o prazer é meu – Ela apertou levemente a mão dele e pôde sentir o quão sua mão é macia.
– A gente se vê por aí, S/n.
– Claro.
E, com o mesmo sorriso doce, o garoto se afastou sentando-se junto aos seus amigos que começaram a cochichar e dar tapinhas nas costas do amigo que sorria alegremente com eles. Será que...?
S/n rapidamente deu às costas e voltou para seu lugar para que eles não vissem o sorriso que crescia em seu rosto.
Afinal, parecia que ela não era tão invisível para Cedric como pensava. Pelo contrário, ele parecia saber bem quem era ela. E ela gostou disso.
