Eu te odeio Erick Ross

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                              A Rosa e o Espinho

Molly:

O fim de semana passou tão rápido quanto um piscar de olhos.
Eu ainda estava tentando digerir aquela história de namoro falso com Eric Ross.
Ele poderia ter qualquer mulher que quisesse no mundo todo, por que me chantagear para fingir ser a namorada dele?
Ele com certeza era maluco.
Me levantei cedo, tomei um banho e após tomar meu café, subi e me arrumei para a faculdade.
Abri a porta e já me deparei com 1 metro e 81 de pura arrogância e beleza me esperando na porta, em cima da sua Ducatti.
Sim, ele era um babaca, mas ainda era o mais bonito entre os três amigos.
—O quê está fazendo aqui?—questionei.
—Vou te levar para a Universidade!—ele disse.
—Nessa coisa?—apontei para a moto—Nem pensar!
—Se chama moto!—ele me corrigiu—E sim, você vai nela!
—Ross, eu...
—Isso foi melodioso, adorei!—ele sorriu—Agora sobe e se troca!
—Me trocar?—questionei—Por quê?
—Não vai andar por aí assim enquanto estiver comigo!—ele disse—Tenho uma reputação a zelar, não posso namorar uma garota mal vestida.
—Reputação de cafageste e chantagista!—murmurei.
—O quê disse?—ele perguntou me fuzilado com aqueles olhos escuros.
—Que vou me trocar!—falei voltando para dentro.
"Ele realmente ia me fazer subir naquela coisa", pensei enquanto me trocava.
Estava começando a odiar Erick Ross.
Vesti um jeans e blusinha de mangas fofas, e desci.
—Bem melhor!—ele disse me entregando o capacete—Sobe aí!
—Sabe, não é necessário isso!—me esquivei—Não precisa se dar ao trabalho!
—Você é a minha namorada para todos os efeitos!—ele disse—Que tipo de cara deixa a namorada ir a pé para a faculdade?
—Eu entendo, mas, realmente não é necessário!—estendi o capacete para ele—E além do mais, somos namorados de mentirinha!
—Sim, mas ninguém sabe disso!—ele retrucou—Sobe logo!
—Eu não vou subir nessa coisa!—falei alto.
—Estar em minha presença é assim tão insuportável?—ele questionou me olhando sério.
—Nã... Não!—me apressei em negar—É só que...eu...eu nunca...
—Você tem medo?—ele perguntou sorrindo.
—Não, eu não tenho!
—Sim, você tem!
Ross fez sinal com os dedos para que eu me aproximasse.
O que ele queria agora?
Me aproximei devagar dele e daquela coisa. Ross escondeu  meus cabelos atrás da orelha e disse no meu ouvido.
—Não precisa ter medo, eu vou devagar!
Ok, aquilo arrepiou todos os pelos do meu corpo e por alguns segundos, meu coração disparou.
Havia um tom de sarcasmo nele. Havia duplo sentido em suas palavras?
Me afastei dele o mais rápido que pude e tentei subir na moto.
—Espera!—ele disse me afastando.
—Não era para eu subir nessa coisa?—perguntei confusa.
—Assim não!—ele disse me puxando pela cintura para perto dele.
Ross pegou o capacete das minhas mãos, pôs em minha cabeça e fechou a trava de segurança.
Ele sempre teve olhos tão escuros assim?
—Pode subir, agora!—ele disse batendo com a palma da mão no banco da moto enquanto exibia um sorriso bonito.
Bonito? O que eu estava pensando? Erick Ross com um sorriso bonito? Ele era um cretino chantagista da pior espécie. Por quê ele seria bonito? Ele era feio e completamente maluco.
Segurei em seu ombro, e com um pouco de esforço consegui subir em sua garupa.
—Segure firme!—ele disse ligando a moto.
O barulho do motor fez meu coração disparar. Segurei firme em sua jaqueta e escondo a cabeça em seu ombro.
—Está confortável?—Ross perguntou me olhando por cima do ombro.
—Desculpe!—falei me soltando dele.
—Desse jeito você vai cair!—ele disse segurando minhas mãos e prendendo contra sua cintura—Assim é mais seguro!
Ele tinha bastante músculos. Deu para constatar isso ao me segurar nele.
E o cheiro dele, nossa. Era adocicado e quente ao mesmo tempo. Com certeza o cheiro perfeito para um homem como ele, que despertava olhares por onde passava.
Erick Ross era um cretino chantagista, mas era um cretino de mais de 30 centímetros mais alto que eu, um sorriso bonito, cabelos escuros e um corpo muito saudável.
Que merda eu estava pensando agora? "Ah, sua pervertida, você realmente merecia que ele te denunciasse e fosse presa em seguida", pensei.
—Podemos ir?—ele perguntou.
Ascenei com a cabeça em afirmativa para ele, enquanto me agarrava firme ao seu corpo.
Ross deu partida na moto deixando nosso bairro.
Inevitavelmente me agarrei mais a ele e voltei a esconder meu rosto em seu ombro.
Apesar do medo de estar na garupa de uma motocicleta pela primeira vez, a sensação de liberdade era absurdamente boa.
O vento acariciava minha pele e deslizava pelos fios dos meus cabelos.
Aos poucos o medo desapareceu e eu pude curtir a sensação de fazer isso pela primeira vez.
Pela primeira vez na vida, o caminho para a Universidade pareceu bem pequeno.
—Então, como foi andar de motocicleta pela primeira vez?—ele disse ao parar a moto em frente a Universidade.
—Apavorante!—menti e quanto descia da moto e tirava o capacete—Você precisava me obrigar a fazer isso?
—Sim, precisava!—ele sorriu—E é bom se acostumar, porque, pelo próximos três meses vai ser isso!
—Que?—perguntei confusa.
—Temos um acordo, Molly!—ele disse—Seja uma boa menina e faça tudo o que eu mandar!
—Eu realmente odeio você!—falei estendendo o capacete para ele.
—É melhor ficar com ele!—ele disse—Assim, não precisarei trazer quando vier te buscar!
—Que irritante!—reclamei.
"Carona grátis, novamente", vibrei por dentro.
—O jantar na casa dos meus pais é na sexta!—ele contou—Se prepare!
—Certo!—concordei—Ross, é impressão minha, ou, todos estão olhando para nós?
—É impressão sua!—ele disse olhando em meus olhos—Por quê olhariam para nós?
—Ei, Ross!—ouvi uma voz feminina atrás  de mim—Há quanto tempo, hum?
Me virei para trás e a vi.
Karina Spencer, último ano de moda, a garota mais bonita e popular do campus.
E pelo visto, ela também conhecia meu suposto namorado.
—Como vai Karina?—ele disse apenas, com aquela expressão séria de príncipe cruel.
—Estou melhor agora!—ela disse passando a mão nele.
Que descarada, sem vergonha.
—Não te vejo desde a formatura!—ela disse—Nós divertiamos muito juntos!
—Você estudou aqui?—perguntei.
—Não te contei isso?—ele questionou.
Ascenei com a cabeça em negativo.
Pela primeira vez a garota olhou para mim, como se só tivesse me notado naquele momento.
Ela me mediu de cima a baixo e fez uma careta, como se estivesse me julgando.
—Não sabia que deixava qualquer uma subir na sua garupa Ross!—ela alfinetou.
Tudo bem, aquilo foi muito grosseiro da parte dela.
—E não deixo!—ele disse.
—Então, por que trouxe essa qualquer uma?—ela questionou
—Ela não é qualquer uma!—ele olhou para mim e sorriu—É a minha vizinha do lado...
—Ah, entendi!—ela olhou para mim—Cavalheirismo nunca foi muito o seu...
—Eu não terminei!—ele a cortou—Ela é a minha vizinha do lado e minha namorada!
—Namorada?—ela questionou me medindo novamente—Ela?
—Sim!—ele afirmou.
—Ahhhh!—ela sorriu falsamente—Ela é uma gracinha mesmo!—Karina estendeu a mão para mim—É um prazer te conhecer, namorada do Erick Ross.
—É Molly!—apertei sua mão—Molly Stuart!
—Molly, tão fofa quanto o nome.
—Obrigada!—agradeci.
Falsa. Estava quase tirando a calcinha para ele e agora estava feliz por conhecer a namorada?
—Eu darei uma festa no sábado!—ela disse—Você poderiam vir?
—Me desculpe, eu não...
—Seria um prazer!—ele me cortou antes que eu recusasse.
—Excelente!—ela sorriu—Foi um prazer te conhecer, fofinha!— disse antes de sair.
—Falsa!—critiquei—Por quê aceitou o convite? Eu não quero ir!
—Mas eu sim!—ele disse com meio sorriso—E como minha namorada, você deve estar onde eu estiver!
—Ross, se queria ver a garota, não precisava me meter pelo meio!—resmunguei—Poderia apenas dizer que me deu uma carona porque somos vizinhos e ir a festa dela sozinho. Eu tenho que estudar!
—Você estuda até tarde todas as noites!—ele disse—Vai ser bom até para você sair um pouco.
Se curvando sobre a moto ele me deu um beijo na bochecha.
—Vai para a aula!—ele disse pondo o capacete— Te pego na saída!
Então, ele deu partida na moto e foi embora.
Tão educado e fofo, nem parece que é um babaca.
—Era o Erick Ross?
A voz feminina no meu ouvido me fez tomar um susto.
—Aí Diana!—reclamei com a mão no peito—Quase infartei por sua culpa!
—Erick Ross te trouxe para a faculdade!—ela disse sorrindo—Ele está todo apaixonadinho!
—Não viaja!—reclamei—Cem, vamos para a aula.
A manhã toda foi tranquila. E quando a aula finalmente acabou, saí e ele não estava lá fora.
—Como você é ingênua Molly!—reclamei comigo mesma—Acreditou mesmo que ele viria te buscar!
Suspirei resignada e saí pelos portões da universidade.
E lá estava ele. Com toda a sua imponente presença.
—Você veio mesmo!—constatei incrédula.
—Bem, eu deixei meu capacete reserva com você!—ele disse— Vamos? Vou te levar para o seu trabalho.
Pus o capacete, subi em sua garupa e agarrei forte sua cintura.
—Você aprende rápido!—ele disse com meio sorriso, antes de dar partida e deixar a Universidade.

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