Capítulo Um

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Olá, boa leitura!



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Eu caminhava calmamente por aquele local que até então considero meu lar, fui criada aqui desde sempre, aqui vi crianças entrarem e saírem, vi meus amigos chegarem e partir, vi diversos tipos de famílias entrarem sozinhas e saírem daqui completas. Infelizmente ou felizmente eu nunca fui escolhida pra completar uma família, muitas delas até se interessavamas quando descobriam sobre o meu problema e as doenças que adquirir quando cheguei ao mundo após ter sido deixada dentro de uma caixa de sapato sem nada de proteção, eles simplesmente desistiam, muitos buscam por crianças sempre saudáveis e aos olhos deles, eu nunca iria ser.

_ Gigi?- Fui afastada dos meus pensamentos por uma das freiras.

_ Sim irmã Lucy?

_ A madre lhe guarda em seu escritório.- disse a mais velha seguindo por outro caminho depois de me dar o recado.

Sai em direção ao escritório da Madre Carmem.

 Passei pela área de lazer aonde vi algumas noviças brincando com algumas crianças e bebês, enquanto as mais velhas estavam em aula. Sim, aqui nesse orfanato nunca nos faltou nada desde o alimento, até a educação, talvez por isso nunca tenha sentido tanta falta assim de uma família, pois eu  considerava todos aqui a minha família, porém era a hora de partir, amanhã eu completo meus 18 anos e não poderei mais continuar em um orfanato, agora terei que escrever a minha história do outro lado do muro.

Assim que cheguei a sala da Madre Superiora, bati na porta e ouvi o "Entre".

_ Madre, mandou me chamar?- entrei vendo ela e a irmã Francis sentadas. As duas são as que tem mais tempo aqui nesse orfanato, elas cuidam de cada um aqui e cuidaram de mim quando eu cheguei aqui praticamente morta, principalmente a irmã Francis, eu tinha um apego a mais com ela, assim como ela a mim.

_ Sim minha filha, sente-se.- apontou para a cadeira que ficava de frente para ela e ao lado da que irmã Francis estava, logo me acomodei.- Gizelly, queríamos saber quais serão as suas decisões a partir do momento em que você sair daqui, o que pretendes fazer minha filha?

_ Vou tentar ir para algum abrigo, a irmã Marta falou que há alguns pela cidade ainda mais nessa área de cidade grande, assim que conseguir um lugar para ficar eu vou me inscrever em algumas universidades públicas tentar consegui algo, vocês sabem do meu desejo em me formar em advocacia não é?

_ Sabemos.sim minha filha.- falou irmã Francis.- Você sabe que sempre admiramos você  por todos esses seus esforços, o interesse de ser alguém na vida, de concluir seus sonhos. Apesar de ter visto várias vezes os brilhos desses olha castanhos ficarem tristes, você sempre ergueu a cabeça em seguida e saiu caminhando pois acreditava em um amanhã,  nunca deixou nada te fazer desistir.

_ Eu estou com medo do mundo lá fora, não irei menti.- Encarei minhas mãos sobre meu colo.- Eu não sei se estou preparada pra sair daqui, não sei como vai ser lá fora, mal vou saber dizer quem eu sou.- senti meu coração apertar.-Não terei nem um sobrenome para usar.

_  Eu também sempre admirei a tua força Gizelly, tenho certeza que é o mundo lá fora  que não estará preparado pra você, você Gizelly pode ser quem quiser o sobrenome não irá influenciar quando é seu próprio nome que irá destacar. - falou a Madre, me fazendo ter em seguida os olhos repletos de lágrimas.

_ Eu vou ser eternamente grata a tudo que fizeram por mim, sei que fazem isso por todos aqui, mas de alguma forma eu me sinto bem acolhida, vocês nunca deixaram de cuidar de mim mesmo eu sendo quem eu sou, tendo os defeitos que eu tenho.

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