Prólogo

26 7 4
                                    

Charlotte estava mais uma vez observando o garoto de olhos azuis, o menino mais bonito que já havia visto em seus sete anos de vida, a garotinha se perguntava o que ele tinha que prendia tanto sua atenção. O que ele tinha tanto que ela não conseguia desviar o olhar.

Enquanto isso o menino apenas percebia que uma menina de cabelos escuros o encarava. O pequeno garoto pensava "essa menina é maluca, sempre fica me encarando" e sempre estranhava isso, mas nunca chegou a perguntá-la o porque disto, era vergonhoso demais para isso. 

No ano seguinte a de cabelos escuros continuava encarando o de olhos cor de oceano. Há algum tempo atrás perguntou para sua mãe o que seria isso, ela sempre se pegava o observando, e sendo pequena não sabia o por que, o que aguçou sua curiosidade. Sua mãe não sabia o que responder então falou para a garota esquecer isso. E enquanto isso o 'olhos oceano' perguntava para seu pai e sua madrasta; qual considerava como sua mãe, o motivo de Charlotte nunca parar de encará-lo. Seu pai rindo o respondeu: "Bem, talvez ela goste de você", sua madrasta também rindo do garotinho assentiu e disse: "Isso mesmo, quando gostei de um garoto na infância agi deste mesmo jeito, sempre o encarava!"

o garoto então finalmente entendeu o motivo da menina sempre o encarar, mesmo ainda achando estranho. Depois disso passou a observá-la secretamente e se viu perdido na beleza daquela pequena garota.

No ano seguinte, com seus recém nove anos feitos, a garota percebera que estava apaixonada. Há muito tempo, apaixonada pelo seu colega de sala, o menino mais bonito, o menino que nem mesmo lhe dirigira uma única palavra na vida; apesar de estudarem juntos à ano. Jovem demais para compreender o que é paixão, o que é amor, ela guardou esse sentimento dentro de si  e não revelou para ninguém. Claro que gostaria de ter uma amiga para compartilhar isso mas nunca foi de ter amigas, ainda mais depois de ter descoberto sua doença. Síncope vasovagal, consiste na perda de consciência transitória, um desmaio caracterizado pela baixa da pressão arterial e dos batimentos cardíacos. Ela é causada pela baixa chegada de sangue ao coração e ao cérebro, que percorre o nervo vago - que conecta o coração ao cérebro.

Descobriram isto ainda pequena, o que fez sua mãe ser muito protetora consigo, ainda mais depois de seu pai se mudar para outro país em busca de um emprego melhor, já que não estava encontrando em seu país e precisavam de dinheiro, uma vez que não tinham uma condição financeira muito boa. Haviam gastado muito dinheiro para diagnosticar essa doença, o exame Tilt Test, realizado por qualquer paciente em investigação de quadros de síndrome vasovagal, era deveras caro, gastaram o dinheiro que eles nem tinham. Mas pelo menos descobriram o que Charlotte tinha. Achavam ela tão estranha por ficar desmaiando que ninguém queria ser sua amiga, triste a garota ficava por não ter nenhum amigo.

Já com seus doze anos Henry, o garoto de olhos azuis, percebeu que estava gostando de Charlotte, somente seus amigos e seu irmão sabiam.  

Charlotte estava no refeitório da escola admirando de longe o garoto que gostava, 'mais uma vez'. Havia perdido as contas de quantas vezes se pegou olhando para ele durante o almoço, durante as aulas, durante o dia.

Depois de mais um tempo o encarando, ela percebeu que ele havia levantado de seu lugar e estava indo em sua direção. Não acreditando nisso, ficou o observando se aproximar.

"Oi Charlotte" ele falou quando se aproximou dela. Estava em choque, parada, como uma estátua "Charlotte? Ei, Charlotte" finalmente "acordou pra vida" quando percebeu que ele estava estalando os dedos na frente de seu rosto.

"Oi" falou piscando.

Ele sorriu um pouco e logo disse: "Percebi que estava me encarando e decidi vir perguntar o por que"

"O quê? Espera... O QUÊ?" surtou quando percebeu que Henry tinha percebido que ela estava lhe encarando. Ele riu.

"Você é engraçada, já lhe disseram isso?" Falou sorrindo. Charlotte negou com a cabeça e logo ele continuou falando "Ei, você gostaria de sair comigo? Sabe, pra tomar um sorvete... ou o que você quiser" perguntou.

"CLARO... quer dizer... sim!" Disse envergonhada.

"Tudo bem" sorriu "Pode ser depois da escola?" Assentiu Charlotte "Então nos vemos na saída" se despediu e saiu.

Depois que sua ficha caiu ela percebeu a vergonha que tinha passado, estava falando com ele como se estivesse desesperada. Talvez estivesse... mas não precisava dar tanto na cara assim!

Na saída da escola eles se encontraram e foram,  para uma sorveteria, ela estava encantada, era seu primeiro "encontro", e com o menino que gostava. Definitivamente um sonho para a pequena garota. Já o garoto, também estava feliz. Diferentemente dos garotos de sua idade, ele nunca havia saído com alguém antes, estava envergonhado, com medo de fazer alguma coisa que a ofendesse. Definitivamente ele era diferente dos garotos de sua idade, todos os garotos que conhecia, tirando os do seu grupinho de amigos, já haviam saído com garotas e até já estavam namorando. Mas se for olhar o caráter desses meninos, Henry preferia nunca sair com alguém á ser igual eles. Eram os piores meninos. Ele se perguntava como poderiam ser tão diferentes.

"Sejam bem vindos, qual sabor de sorvete os mocinhos vão querer?" Perguntou a atendente da sorveteria. 

"Eu vou querer de baunilha!" Falou Henry.

"Eu também! É o meu favorito!" Falou Charlotte sorridente.

"É o meu sabor favorito também! Que coincidência!" Disse o garoto também sorrindo. A menina assentiu e logo seus sorvetes foram entregues. 

Henry insistiu em pagar os dois sorvetes. Não faria nem um pouco de falta. Então ele pagou e foram juntos se sentar em uma pracinha. Ficaram um bom tempo conversando, mesmo após terminarem seus sorvetes, ele lhe perguntou o porque de sempre estar sozinha e então ela contou sobre sua doença, não era muito de falar sobre isso mas contou para ele. depois de muita conversa o motorista de Henry veio buscá-lo e ele ofereceu-se para deixá-la em casa, e assim foram embora. 

Meses depois, após se tornarem amigos, Henry a perguntou se Charlotte aceitava namorar com ele, já que seus sentimentos eram mútuos. A menina disse que ele precisava de falar com seus pais e assim ele fez, depois do menino insistir tanto, tanto, eles deixaram, o garoto provou que gostava da garotinha pois insistiu muito, venceu os pais dela de cansaço. E aliás, que mal teria duas crianças namorando?

Depois de um tempo de namoro, felizes; ela se tornou amiga dos amigos de Henry e se davam muito bem, não ficava mais sozinha e sempre tinha a companhia de seu namorado. Mas, tudo que é bom dura pouco. 

Para a infelicidade de Henry, seu pai o informou que iria mandá-lo para outro país para estudar, neste país continha um melhor colégio, um que prepararia o garoto para ser o próximo presidente das empresas Johnson. Triste por ter que deixar sua namorada, ele decidiu que não iria lhe dar esta notícia, contou apenas para seus amigos e pediu que eles contassem para Charlotte quando achassem necessário, não iria vê-la pois não iria mais voltar para a escola nos próximos dias, não precisaria se despedir.

E assim foi embora, deixando-a para trás, ignorando suas mensagens e ligações. a menina correu perguntando para os seus amigos onde ele estava e então lhe contaram: "Ele foi para outro país estudar" essas foram as palavras que pararam o tempo para ela.

"Como ele pode ir sem se despedir de mim?" "Como ele pode fazer isso?" "Eu não era importante?" Era o que se passou em sua cabeça durante anos. 

Como ele pode deixá-la?

The Love Of My BossOnde histórias criam vida. Descubra agora