Capítulo 1- Primeira noite

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(S/n) caminhava pelas ruas de Hurricane, a jovem mulher passava despercebida com suas roupas escuras que se camuflavam nos tons correspondentes da madrugada.

Ela levava consigo uma faca que permanecia oculta em seu bolso, pronta para fazer mais uma vítima. Hurricane estava passando por uma onda de violência misteriosa, de um lado crianças desapareciam sem deixar rastros e de outro homens, normalmente chefes de família com bons empregos estavam aparecendo mortos e desfigurados, a polícia sabia que se tratavam de dois criminosos com modus operandi diferentes, porém ambos não deixavam rastros. (S/n) gostava de ser mencionada nos jornais e ao mesmo tempo ninguém saber a sua identidade, dessa forma a jovem assassina criava medo nas pessoas e era disso que ela gostava.

Naquela noite a jovem andava procurando sua próxima vítima, qualquer homem desavisado serviria, até mesmo algum bêbado jogado pelos cantos, mas não havia ninguém, as ruas estavam completamente desertas e silenciosas, ela seguiu andando com uma pontinha de esperança de encontrar alguém, foi então que (s/n) vislumbrou ao longe um carro de cor escura que estacionava em uma pizzaria muito famosa na cidade.

Deve ser o guarda noturno. Pensou ela já com um sorrisinho maldoso em seu rosto enquanto assistia o homem deixando seu carro e caminhando em direção ao interior do estabelecimento.

A mulher esperou alguns instantes para tirar uma máscara de gato em estilo oriental da parte de dentro de seu casaco, para assim finalmente se aproximar discretamente do local, mantendo sua cabeça baixa. (S/n) entrou no lugar sem nenhum problema, o homem havia deixado a porta dos fundos aberta. Que amador... Ela o julgou mentalmente por um segundo, levando em conta que deveria ser um guardinha noturno com uma certa idade e já sem forças para lutar contra uma ameaça real como ela.

Assim que a assassina deu seus primeiros passos no interior do restaurante, ela ouviu uma voz masculina cantarolando ao mesmo tempo que um coro de lamentos baixinhos ecoavam pelos corredores.

—Mas que porra... — Ela parou no meio da frase, tirando a faca de seu bolso e caminhando em direção a fonte do som.

(S/n) caminhou pé ante pé até uma sala onde um enorme coelho dourado cantarolava e dançava enquanto algumas crianças se encolhiam em um canto.

— É ele... — A criminosa sussurrou para si mesma, porém sua voz soou mais alta do que ela gostaria.

O coelho voltou seu olhar na direção da mulher, a fazendo recuar por um momento, os olhos da mascote eram fundos e muito humanos, (S/n) conseguiu observar que naqueles olhos azuis e frios havia uma maldade crescente, a mesma maldade que era visível em seus próprios olhos quando a mulher fazia suas vítimas.

—Uma gatinha? —a voz do homem por trás da máscara de coelho soou melodiosa.

Ele deu um passo na direção de (S/n) e a mulher prontamente brandiu sua faca. O objeto brilhou sob a luz fraca da sala e o homem soltou uma risada.

— Então você é a assassina que todos procuram?

Ela não respondeu à pergunta do homem, ao invés disso ela soltou.

— E você é o assassino das crianças...

—Sim, eu mesmo. — o coelho se curvou de forma exagerada e apenas assim (S/n) notou que ele também segurava uma lâmina.

O coelho aprumou-se.

— Mas eu preciso confessar que pensava em alguém diferente quando ouvia falar sobre seus crimes. —Ele soltou uma risadinha.

A mulher inclinou a cabeça sem entender o que ele queria dizer exatamente, mas ela não abaixou a guarda em nenhum momento, sempre pronta para saltar no estranho caso fosse necessário.

Por sua vez, o assassino a encarava diretamente em seus olhos (cor dos olhos), também aparentes sob a máscara.

—Não se preocupe, gatinha. Eu não vou machucá-la, nós somos exatamente iguais. Eu e você, dois assassinos, com padrões tão diferentes, mas ao mesmo tempo somos iguais, ambos com fraquezas e inseguranças que surgiram muito antes de nos darmos conta.

(S/n) não entendeu onde o estranho queria chegar com aquilo, mas no fundo o assassino tinha um ponto.

—O que você quer?— Ela cuspiu, já um tanto irritada com o jeito daquele homem, ela queria matá-lo ali mesmo.

—Nada demais, minha jovem. Apenas o seu apoio. — Ele fez um gesto com uma das mãos, apontando para as crianças que estavam logo atrás dele, encolhidas contra a parede com animais assustados em um abatedouro.

—Você quer que eu te ajude a matar essas crianças?

—Não exatamente... Quero que você mantenha sua boquinha fechada quanto a isso, quero dizer, nós somos iguais, você sabe que eu sou um assassino e eu sei que você também é uma assassina; estamos empatados.

A mulher ponderou por um instante, ele tinha razão, mas antes que ela pudesse dizer qualquer coisa, o criminoso prosseguiu.

— Nenhum de nós pode chamar a polícia, então por que você não espera alguns minutos, eu vou terminar isso e nós podemos conversar melhor, sem facas e sem máscaras, o que acha?

Sem opções, a mulher assentiu.

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