qualquer dia era mais que apenas um dia com você

17 0 5
                                    

Eu sentia muita saudade, falta e muita vontade de voltar a conversar com ele todos os dias. Num belo dia ao acordar, me arrumei e logo depois de tomar um café caprichado da manhã eu resolvi sair. Chamei um Uber e coloquei o endereço, por incrível que pareça nós morávamos na mesma cidade desta vez. Aqueles anos já não estávamos numa distância que parecia mais infinita que a própria órbita dos nossos mundos, mas eu queria acreditar que ainda ele me amava. Me arrependo às vezes de tê-lo deixado, queria voltar, e poder vê-lo. Uma última chance pelo menos de abraçar e dar aquele beijo que eu sempre sonhei que podia real. Confuso, não é!?

Parei em frente ao portão de sua casa e comecei a chamar pelo seu nome, cuja a inicial eu tinha em um belo colar, escondido por dentro da camiseta branca que eu usava.

- Léo!!! - gritei, mas ele não quis sair.

Vi sua expressão ao ir na porta e voltar pra dentro de casa, chamou alguém que veio até mim, nas grades do portão. Não abriu pra sair e falar comigo, mas também ela foi ríspida e séria o suficiente pra que eu soubesse que eu não devia ter aparecido aqui.

Opa! Pensei...

- Oi, o Léo não pode vir falar comigo?
- Vi, ele não quer falar com você, está confuso e está gostando de outra pessoa. Não insista, quando ele não quer, você sabe como é.

Eu desmoronei, minha pressão baixou, senti um calor no corpo, uma tremedeira e jurei que eu teria um treco ali mesmo. Logo peguei dois antidepressivos na bolsa e tomei num gole só de água da minha garrafinha.

- O que é isso Violeta? - a mãe dele perguntou.
- Antidepressivos, passados pela minha psicóloga, mas isso não importa. Ok, já estou indo embora. Diz pra ele que eu o amo e que mesmo que eu encontrasse alguém como ele possa ter encontrado agora, eu não conseguiria parar de amá-lo. Ele foi o meu romance favorito. Mas se é o que ele quer, vou deixá-lo seguir em frente. Adeus.

E por fim,
resolvi partir, andei por essas ruas desertas e sem direção, eu só queria mais uma chance, mas se ele resolveu que não existe só eu na vida dele, e se ele quer ser de 'outras' que fique pra elas. O meu coração doeu, como se rasgasse em milhares de pedacinhos, e eu chorei.

[Léo]

Minha mãe entrou em meu quarto com um olhar tenso e triste, imagino o que Violeta possa ter dito a ela, que não vai me deixar em paz, que sou obrigado a ficar com ela, porque blá-blá-blá-blá-blá... Bufei. Não imaginei que ela seria tão agressiva.

- Léo, filho. Você sabia que ela toma antidepressivos?
- Não mãe, até onde sei ela nunca precisou nem nunca mostrou ter crises.
- Mas você sabe que com isso não se brinca, e você está inventando uma mentira que pode acabar com a vida dela.
- Mas mãe eu preciso de um tempo, aliás eu só estou inventando porque sei que ela nunca vai aceitar nem me deixar em paz. Ou vai dizer que ela se conformou?
- Pior que sim. Ela falou que mesmo que ela encontre alguém como você - "supostamente" encontrou que eu sei que não é verdade - ela vai continuar te amando, mas que se é o que você quer, ela vai te deixar seguir em frente. Ela disse adeus. - e então ela deu um último sorriso de pena pra mim, e saiu do quarto.

E eu vi que perdi, perdi a Violeta, quem eu mais amei, quem mais me fez feliz. Nunca pensei que ela aceitaria assim, principalmente uma invenção tão simples, ela aceitou tão fácil... Eu nunca mais vou me perdoar. Violeta, será que é o fim?

CONTIGO - A. VIVIOnde histórias criam vida. Descubra agora