A noite chegou e com ela veio a sensação de inquietação para Lucas. Ele deitou em sua cama, tentando relaxar e afastar os pensamentos confusos de sua mente. No entanto, mais uma vez, os sonhos vívidos o tomaram de assalto.
Desta vez, Lucas se viu nos fundos do colégio, em um lugar isolado onde os alunos costumavam usavam para matar aula. Ele estava vivendo uma memória que claramente não lhe pertencia, mas ele podia sentir as emoções e os pensamentos do garoto sem rosto, como se fossem seus.
A irritação tomou conta de Lucas novamente, assim como acontecera no sonho anterior. Ele se viu frustrado e chateado com a atitude, algo que ele mesmo não faria, mas que parecia tão real como se estivesse vivendo aquele momento.
No sonho, o garoto sem rosto estava cercado por outros colegas, rindo e brincando como se não tivessem preocupações no mundo. Lucas podia sentir a tentação de se juntar a eles, mas também sentia a culpa e o conflito interior por estar ali, fazendo algo que sabia que não era certo.
Quanto mais o tempo passava, mais Lucas se sentia envolvido por aquela memória. Ele tentava se distanciar, mas era como se estivesse preso em um ciclo infinito de repetição, incapaz de escapar daquelas lembranças.Quando acordou a insônia tomou conta de Lucas novamente, pois ele se sentia preso naqueles sonhos que não lhe pertencia, sem poder fazer nada para mudar o rumo dos acontecimentos. Ele se viu vagando nas lembranças do garoto, testemunhando cada detalhe de suas ações e emoções.
A noite mal dormida e as emoções intensas o deixaram exausto quando o dia finalmente chegou. Lucas se levantou com olheiras sob os olhos e uma sensação de cansaço físico e emocional que parecia nunca acabar.
Ao longo do dia, ele tentou disfarçar a fadiga e continuar suas atividades escolares da melhor forma possível. No entanto, a memória dos fundos do colégio o assombrava, trazendo à tona questionamentos sobre o propósito dessas vivências.
À tarde, quando teve um momento de tranquilidade, Lucas decidiu conversar novamente com suas irmãs sobre o que estava acontecendo. Ele relatou a nova experiência, dessa vez nos fundos do colégio, filando aula, e como isso o afetou emocionalmente e fisicamente.
Helena e Gabriela ouviram atentamente, compreendendo a angústia do irmão. "É normal se sentir sobrecarregado com essas experiências, principalmente quando são lembranças intensas ou quando você não tem familiaridade com tal habilidade.", explicou Gabriela.
Lucas assentiu. Ele sabia que, com o tempo, aprenderia a lidar com essa faceta de sua mediunidade, mas por enquanto, estava disposto a enfrentar as noites mal dormidas e os desafios emocionais que surgiam com essas vivências.
A noite chegou novamente, e Lucas se preparou para enfrentar mais uma vez as lembranças que viriam. Ele sabia que aquelas experiências, por mais desgastantes que fossem, faziam parte do seu caminho como médium e que ele tinha a coragem e a determinação para superar esses obstáculos.
Enquanto o sol se punha e a noite se tornava mais densa, Lucas se entregou ao mistério dos sonhos vívidos, sabendo que a jornada estava apenas começando.
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Até que a vida e a morte nos separe
RomanceEm um colégio de ensino médio situado na encantadora cidade chamada Pólen, surge uma história de amor e conexão transcendental em "Até que a vida e a morte nos separe". Lucas, um jovem médium com o dom especial de ver e se comunicar com pessoas que...