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Malu

abro a porta e sinto o sol quente bater no meu corpo, ando pela calçada e atravesso a rua vendo o movimento

Rubya: Malu

Olho pra trás vendo a minha tia com o Matheus no colo, dou um sorriso e caminho até ela

Rubya: Só assim pra te ver né? Porque lá em casa tu não vai mais

Malu: Não tive tempo de ir lá essa semana- falo segurando a mão do meu primo- quem sabe amanhã eu apareço pra almoçar.

Rubya: Amanhã o almoço vai ser na casa do Barão

Malu: Melhor ainda que eu não preciso sair de casa pra ver ver vocês

Rubya: Qualquer dia desses a preguiça vai te carregar por aí

Malu: Vai mermo- falo rindo

Rubya: Vou indo Malu, tenho que passar lá na farmácia ainda.

Malu: Tá bom, tchau tia

Rubya: tchau

Malu: Tchau teteu- bagunço o cabelo loiro dele, ele tira a mão da boca cheia de baba e balança dando tchau

Rubya: Juízo Maria Luiza.

Malu: Fica tranquila dona Rubya- ela dá um tapa na minha cabeça e eu dou risada voltando a andar.

Olho pra garagem da casa e vejo o carro do Gomes estacionado, o que  realmente confirma que eu tô na casa certa.
Coloco uma mecha do meu cabelo atrás da orelha e me aproximo da porta, bato algumas vezes e espero ele sair

Ele não abre e eu bato mais algumas vezes com mais força, e nada dele abrir. Tá com o ouvido no cu só pode!
giro a maçaneta e percebo que a porta tá aberta, fico com receio de entrar porque querendo ou não essa é a privacidade dele
E eu não tenho intimidade o suficiente pra simplesmente entrar na casa dele sem o seu consentimento

Mas eu também não vou ficar torrando nesse sol, afinal foi ele que me chamou pra vir pra cá

Empurro a porta e entro na casa, observo os detalhes que eu não vi da primeira vez que eu vim aqui, as paredes em branco com alguns detalhes em cinza, os móveis de madeira e uma televisão grande no painel da parede
Meu olho bate em uma maquete de vidro do lado da escada, caminho até lá totalmente consumida pela curiosidade

Olho cada detalhe pasma com a perfeição, é uma maquete da favela que mostrar todos os detalhes daqui inclusive todos os becos e lugares que dá pra sair e entrar

Escuto passos e olho pro Gomes em pé  com uma xícara na mão só de bermuda, ele me olha de cima a baixo e coça a nuca

Gomes: Demorasse em.

Malu:  passei quase 20 minutos batendo na porta, escutasse não?

Gomes: Escutei, mas eu já deixei a porta aberta pra não precisar ir abrir- fala baixo, olho pra ele séria e dou as costas, vou até a porta e giro a maçaneta- Vai pra onde?

Malu: Vou sair de novo pra você abrir a porta pra mim entrar- ele dá uma risada alta e coloca a xícara na boca tomando um gole do líquido

Gomes: Nem fudendo que tu vai fazer isso.

Saio pra fora e me arrependo assim que sinto o sol quente, se passa alguns segundos e o Gomes abre a porta
Ele me olha com cara de tédio e eu dou um sorriso largo entrando na casa novamente.

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