Capítulo 12

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As nuvens cinzentas se aglomeraram no céu, criando uma visão obscura, bloqueando a luz solar. Desde cedo, Sakura acompanhava o movimento da natureza, enquanto estava sentada em um dos bancos da varanda revestida um teto de madeira nobre.

Não tinha muito tempo que havia começado a chover. A chuva foi leve de início, mas depois se intensificou. O ar era frio, as gotas de água escorriam pelo teto, não deixando que a água adentrasse a varanda. 

Amanhã, faria uma semana que Sakura estava em uma das mansões Uchiha. Ela manteve em seus pensamentos que seria um alívio não ver Madara andando pela mansão, a presença de Obito parecia ser mais tranquila do que a dele, apesar de não tê-lo visto, desde que chegou ali.

Apesar de ter um extenso gramado, o local era cercado por uma floresta. A paisagem natural era belíssima. Por conta da chuva, não era possível ouvir o canto dos pássaros. 

Obito deixava que Sakura circulasse pela mansão livremente, mas os únicos lugares que se sentia a vontade, era o seu quarto e a varanda.

A varanda possuía um teto bem trabalhado, dando um toque mais nobre ao lugar. Como forma para que acabasse o seu tédio, Obito deixou que Sakura plantasse algumas plantas no local. Ela sabia que não era um genjutsu, era real. Os sons dos pássaros, os raios solares, os sussurros dos ventos sob as folhas e o barulho da água do lago criava um ambiente melódico que deixava Sakura menos inquieta.

Amanhã, vai fazer uma semana que estou aqui. Não consegui descobrir, onde estamos. Isso me dá alguns dias de vantagem para que eu não perca a cabeça.

O que ele está fazendo?

Eles não vão me deixar sair daqui com tanta facilidade. 

Talvez, seja um dos maiores desafios que eu possa ter encontrado durante a minha vida.

Enquanto os pensamentos de Sakura estavam distantes, Madara Uchiha surgiu na varanda, subindo uma das escadas, indo em direção a Haruno.

—Pelo visto, hoje está mais calma — a rosada assustou com a presença do Uchiha.

Por uns instantes, Sakura ficou em dúvida no que poderia responder a ele.

É estranho.

Ela imaginou que Obito deve ter contado sobre as situações que passaram ao decorrer da semana. 

—Como eu poderia ficar calma, sendo que fui levada a um lugar totalmente desconhecido? Você disse que não mudaria — ela dizia de forma calma, enquanto olhava para o horizonte.

—Eu não mudei — a pressão sob a presença de Madara, era intimidadora para a Haruno, ela demorou para criar coragem para olhá-lo — Sempre fui assim.

Não é uma boa alternativa olhá-lo nos olhos.

—Me desvincule de seus planos — a rosada estava com um semblante vazio —Não quero fazer parte disso.

—Você tem muita coragem — Madara caminhava em direção a Sakura com passos lentos e silenciosos, intensificando cada vez mais a sua presença sombria para a rosada — Mas o seu único aliado de agora, é a obediência.

—Pelo menos, agora deve se lembrar o motivo de ter me perseguido — ela se lembrou pelo fato de Madara ter a perseguido, um tempo atrás.

—Sim — o Uchiha a observou sem expressar qualquer tipo de reação — Você tem algo que me interessa.

— Não seria mais lúdico ter me deixado ir embora? — a rosada não entendia o motivo de estar ali. Duvidava bastante que seria por conta dela poder dizer algo para Konoha.

—E por que eu deveria fazer isso? — Madara a encarou com um olhar penetrante, tentando encontrar qualquer sinal de medo.

—Eu não quero ficar aqui — a rosada sentiu o desespero tomar conta de si.

—Você não tem que querer nada, Sakura! — Madara manteve seu olhar sombrio sobre a Haruno  — Agora, está no meu território.

—Qual é o intuito de me fazer ficar aqui? Não vou te ajudar a fazer nada contra a vila!

—Mesmo que fosse, você iria.

—Sob qual pretexto?

—De que eu tenho poder o suficiente para fazer o que eu te ordene — diante da autoridade de Madara, a determinação da rosada era quase inabalável.

—Você poderia ser uma espécie de Deus — ela inclinou sua cabeça na direção do moreno — Mas sua arrogância te cega a ponto de ser uma pessoa sem emoções. O que você representa? Uma arma de guerra? — Sakura olhou por uns instantes para as gotas de chuva que insistiam em cair no teto de madeira — Armas de guerra são descartáveis, passou o tempo inteiro da sua vida planejando ser isso? 

—Eu luto por convicções, Sakura! Trazer a paz para este mundo — a rosada percebeu que Madara realmente pode ser uma pessoa fria e calculista. A figura de mistério e perigo que o Uchiha carrega consigo, não eram apenas suposições.

—Realmente, a maldição do ódio te cegou — a rosada sentiu pena dele, pois no fundo, aquele Madara que havia conhecido, existia ou existiu em algum lugar, em algum tempo.

Mesmo quando era uma criança.

—O que te faz pensar que me entende? — Madara manteve sua postura fria.

—Talvez, porque eu tenha passado tempo o suficiente para estudar sobre o Sharingan — a resposta dela, havia pego o Uchiha de surpresa.

Eu conheci apenas um usuário do sharingan que não foi levada ao ódio como os outros.

—Isso não é sobre o Sharingan. Você nunca entenderia isso, pois sua visão de mundo está fraca.

—Eu vou encontrar uma maneira de sair daqui — o mais velho ficava abismado, intrigado com a postura da mulher em sua frente.

—Tente o tanto que quiser, mas não vai conseguir. É bem corajosa em me desafiar — o Uchiha tinha um olhar ameaçador que não passou despercebido pela Sakura.

—Não tenho medo de você — dizia com convicção.

—Aqueles que ousam se meter nos meus planos, cruzar o meu caminho pagam um preço muito alto. Esse seu discurso teimoso não vai durar por muito tempo.

—Ah — a rosada deu um sorriso sarcástico — Se me trouxe para o seu território, é porque precisa de mim para alguma coisa. Por que precisa de mim, se é tão autossuficiente, Madara?

—Está com uma língua bastante afiada para a posição em que está, agora. Confesso que isso me diverte — Madara se sentiu desafiado — Mas como toda boa criança, você deveria ter mais um pouco de obediência aos seus superiores — o Uchiha saiu de perto da rosada, entrando na mansão, e isso fez com que ela pudesse respirar melhor. Ela colocou a mão em sua cabeça e ergueu a cabeça para olhar para a chuva.

Apesar da ameaça iminente de um dos inimigos de sua vila, a atmosfera tensa que o Uchiha havia criado, Sakura estava determinada em não ceder, mostrando determinação em enfrentá-lo. 

Por mais que isso possa não se perdurar por muito tempo, Sakura sente a necessidade de proteger os seus ideais. Mesmo que tenha ido embora de Konoha, não participaria de nada que pudesse prejudicá-la. 

Ela sentia que o Uchiha iria precisar dela para algo importante.

Ele consegue ser terrivelmente intimidador.

"Você tem algo que me interessa."

Sakura pensou na possibilidade de suas habilidades médicas.

Seria por Obito? Ele está doente? Acho que não.

Ela sabia que Madara estava bem. Ainda mais, depois de ter recuperado sua memória. 

Nada fazia sentido. 

O que eu teria que poderia interessá-lo?

Será que é algo relacionado a antes de nos conhecermos?

Não duvido disso.

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