𝟎𝟎 | 𝐏𝐑𝐎́𝐋𝐎𝐆𝐎

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21 de janeiro de 2018São Paulo - CapitalISABELLA

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21 de janeiro de 2018
São Paulo - Capital
ISABELLA

MEU FILHO É LINDO.

Sinceramente, se tem uma coisa que eu fiz bem, foi em transar com o Raphael Veiga naquela noite depois de uma festa fodida de aniversário. Mal consigo esquecer. Foi insano.

Eu nem o conhecia. Não fazia ideia que ele era jogador de futebol e muito menos que era recém contratado do meu time.

Eu só queria transar e ele foi o primeiro que trombou comigo na casa da Melissa. Nem perdi tempo analisando muito o garoto, que era tão jovem quanto eu. Só queria beijar na boca.

As consequências da minha insanidade vieram 9 meses depois. Hoje, pra ser bem exata.

Pior e melhor dia da minha vida.

Pior porque eu morri. Juro pra vocês. Minha alma foi pro inferno e voltou. Fiz tanta força pra aquela criança sair da minha vagina que até me caguei.

E isso nem foi o pior. Tive dois partos. Por que ninguém fala sobre parir a placenta? Eu não fazia ideia que isso acontecia. Não doeu tanto quanto a cabeça do meu filho me abrindo. Mas mesmo assim foi horrível.

Fiz uma anotação mental e um pacto com o Senhor Divino lá de cima que eu nunca mais vou ter filhos.

Chega. Essa foi a pior experiência da minha vida.

E ao mesmo tempo a melhor.

Porque quando aquele bebezinho finalmente deslizou pra fora de mim e o colocaram no meu colo foi como se o mundo tivesse parado. Só existia meu filho e eu naquele momento.

Aquele moleque branco que nem papel, sem cabelo e sem sobrancelha, e com cara de joelho fez meu coração derreter. Lágrimas brotaram nos meus olhos e eu chorei que nem uma condenada.

Agora, depois de horas de sofrimento, uma madrugada conturbada e várias anestesias, meu filho está bem vestido e cheiroso. Eu também. Já estamos no hospital faz algumas horas, vou ter alta amanhã depois de realizar mais alguns exames.

— Ainda bem que ele é a sua cara — diz Raphael enquanto aninha nosso filho em seu colo. Balançando o corpo de um lado pro outro.

Minha mãe está do lado dele, o auxiliando pra que não aconteça uma tragédia e meu bebê vá ao chão, mas até que o garoto tem jeito com isso.

— Ainda bem mesmo — uma garota debocha, sentada ao meu lado. Tini tem medo de segurar o bebê e está evitando a qualquer custa pegá-lo nos braços. — O moleque puxou a genética boa, no caso a da minha irmã.

— Martina! — Minha mãe repreende assim que a adolescente começa a ser inconveniente. Eu gosto quando Tini é assim. Verdadeira e sem medo de dizer o que acha. — Não começa.

— Ainda nem comecei — minha irmã mais nova dá de ombros, sem se importar —, o jogador não vai aguentar dois segundos no quarto quando eu começar a jogar as verdades na cara dele.

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