❝Puta, vagabunda, interesseira, sem talento, sem
graça, forçada.❞
𝐈𝐒𝐀𝐁𝐄𝐋𝐋𝐀 𝐌𝐀𝐂𝐇𝐀𝐃𝐎 é uma das muitas ex-namoradas interesseiras de jogadores de futebol, que só engravidou porque queria ganhar dinheiro em cima da pensão, e, é claro, que...
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JOACO São Paulo — Capital vinte de junho de 2023
MARTINA É A GAROTA MAIS sem noção que existe na porra desse mundo inteiro. O que essa garota pensa que está fazendo agarrando o Jonatan Calleri desse jeito? Que menina mais maluca, porra. E que nojo por eu estar vendo uma atrocidade dessas.
Faço uma careta e rapidamente desvio o olhar, incapaz de encarar essa cena por muito tempo.
Queria saber quem foi que arrastou essa sem noção pra festa. Espero que ninguém associe essa maluca a mim. Crescemos juntos e pá, mas se me perguntarem eu nem a conheço. Sai fora. Ela está se acabando nos braços de um rival. E olha quem é o rival ainda.
Mas parece fazer o tipo da Martina. Argentino. Que fala seu idioma. Ela é previsível até na hora de escolher uma boca pra beijar.
— Viva o divórcio!!! — Zé comemora virando um shot na garganta e me agarrando pelo pescoço. — Carai. Eu não sei quantos desse eu já tomei.
— Será mejor dar una maneirada, amigo. — Digo, misturando os idiomas como sempre e tirando o copo de sua mão. — Já bebeu demasiado.
— Que "demasiado" o quê!? — Ele resmunga que nem uma criança imitando meu sotaque. — Eu estou comemorando a nova era da minha vida. Estou solteiro, porra.
— Zé, você e su esposa hablaron de divorcio ontem pela primera vez. — O lembro só para que ele dê de ombros sem se importar. — Ni siquieran deram entrada los papeles.
— "Los papeles" — ele repete o que digo, rindo. Sempre tirando onda da forma como falo meu portunhol. — A papelada é só um detalhe, irmão. O que conta de verdade é o fim. Ela pediu o divórcio, eu aceitei. 'Cabou. Viva a vida de solteiro, caralho!
— Dios mio — respiro fundo.
— Preciso beijar uma boca — ele informa como se eu precisasse saber de tal coisa. — De preferência alguém que não pareça minha esposa.
— Ex-esposa. — O corrijo.
— Isso — ele assente. — Ex. Não posso me esquecer disso. Deixa eu ver — Zé ergue a cabeça e começa a procurar pela casa.
— Por que no te sientas tu bunda na cadeira e piensas un poco en tu vida? — Sugiro, agarrando os ombros dele. — Tienes dois hijos, amigo. Piensa neles.
— Meus filhos estão bem.
— Zé, piensa mejor...
— O que deu em você, mano? — Ele protesta, me impedindo de falar. — De repente virou o pai da festa, porra. Você não é assim, não. Pode voltar o Piquerez que 'tá sempre com uma mulher na cola. Eu quero esse amigo agora.
— As veces es bom usar o cerebro.
— Hoje não. Quem é aquela morena ali? — Ele aponta pro canto da casa. — Gostosa, acho que vou lá.
