𝟑𝟎 | 𝐌𝐄 𝐒𝐈𝐍𝐓𝐎 𝐓𝐑𝐀𝐈́𝐃𝐎

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RAPHAELSão Paulo - Capitalno mesmo dia

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RAPHAEL
São Paulo - Capital
no mesmo dia

TINI É QUEM ABRE A PORTA do apartamento da Isabella quando chegamos naquele andar. Sim, "chegamos". Piquerez está bem aqui do meu lado. Viemos juntos. Já estamos divindindo tudo mesmo, porque não o mesmo carro, né?

Não há nada mais harmônico do que dividir o espaço com a pessoa que eu soquei a poucas horas atrás.

Estou só esperando o momento que Piquerez irá erguer o punho na minha cara e revidar. Não irá demorar. Duvido muito que ficará de boa até o fim do dia.

Sinto que mesmo conversando, mesmo após colocar os pingos nos is, ainda não será suficiente. Sinto que hoje ninguém irá se entender. Estamos putos. E a mídia ainda está caindo em cima da gente. O clima não está nada bom.

Quando a porta é aberta, rapidamente tento entrar no apartamento, mas Tini se mantém no meio do vão, sendo uma barreira.

— Tini, deixa a gente passar — peço com calma, muita calma. A calma que eu não sinto no momento. Duvido que eu venha a sentir de novo. — Por favor.

— Só vai entrar aqui nesse apartamento — ela mantém a voz firme, não se abalando com meu pedido e com a nossa presença — se me prometerem que não irão descontar as coisas na minha irmã.

— Carajo, Martina! — Piquerez bufa e ao olhar para ele, o vejo revirar os olhos e cerrar os punhos, completamente irritado. — Será que puedes dejar de ser una chata por um só dia em tu maldita vida?

Tini abre um sorrisão debochado para ele, sem se importar com o tom do uruguaio ou sua pouca hesitação em xingá-la.

— Não. Agora — ela intercala o olhar entre nós dois, ainda sendo uma barreira naquela porta — a Mula e o Alce podem prometer pra mim que serão pacíficos com minha irmã?

Alce? Ela não pode estar me chamando assim por causa dos chifres, né?

— A gente veio só pra conversar com a sua irmã, Tini.

— É, Martina — Piquerez está bufando. — Sai da porra de mi caminho!

Ele tenta passar por ela, mas ela o segura pelos ombros e, por um momento, penso que os dois vão sair no soco, mas Piquerez apenas olha com raiva para a garota e se segura o máximo que pode para não explodir.

— Você não vai entrar aqui soltando fumaça desse jeito, porra! — Ela protesta, o segurando. — Se veio nessa intenção, dê meia volta e vai embora.

— Tienes mierda na cabeza? No vinimos a hablar contigo. Vinimos por Isabella! — Piquerez se mantém puto, seu rosto chega a estar vermelho. — Então saia de mi caminho antes de que te tire daqui yo mismo.

Tini, de repente, fecha a cara também, como se tivesse se abalado com as palavras de Piquerez. E deve mesmo ter se abalado pois suas próximas palavras são sussurradas em espanhol, direcionadas diretamente a Piquerez para que só ele possa entendê-la:

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