Foram quase duas horas, muitos gritos de Evelyn e silêncios absurdamente longos. De certa forma, pensou Leena, era quase como um exorcismo. Ela permaneceu ali, sentada, até que Lavina abriu a porta, com o rosto pálido e tenso, e olhou para Leena totalmente sem fôlego.- Oi. - Lavina disse, colocando o corpo pra fora do quarto.
- Oi, Lavina. - Na mesma hora, Leena ficou em pé, com determinação, e levou as mãos para o rosto de Lavina, levantando seu queixo e avaliando. - Como você está?
Leena estava com o rosto vermelho ainda, e Lavina quase se perguntou como aquilo era possível.
- Estou... bem. - Afinal, como poderia falar que não estava bem depois de ver uma maldição sendo tirada da pele de Evelyn? - Um pouco cansada.
- Você precisa deitar um pouco. - Decidiu Leena. - Eu temo que terá que esperar um pouquinho até eu conseguir chegar no seu quarto. Prometo que logo estarei lá.
- Você não precisa. - Lavina disse. - Evelyn precisa mais agora... eu só preciso descansar um pouco.
- Eu estarei logo lá. - Prometeu firme, ajeitando os cabelos da menina. - Está bem?
Lavina concordou, mas logo retirou o corpo do local, deixando Leena com a porta semi-aberta. E daquela porta, Fae logo apareceu. Se alguém parecia totalmente drenada de energia, era Fae. Leena sabia o preço, mas não questionou nada desse tipo.
- Ela está acordada. - Fae disse. - Menina forte.
- Deu certo? - Quis saber.
- Ora... lógico. - Sorriu. - Você está bem?
- Obrigada pela preocupação, minha amiga, mas eu devo lhe dizer que você não parece bem.
- Eu vou descansar.... - Prometeu. - Poderia te pedir o mesmo mas... - Apontou para a porte com os olhos.
- Obrigada, Fae.
- Conversaremos depois. No meu escritório.
Leena concordou, apenas para entrar no quarto e fechar a porta com um certo alívio quando viu Evelyn a olhando curiosa. Ela estava suada, descabelada, e tinha algum rastro de sangue embaixo do nariz.
Caminhou o mais rápido que conseguiu até a cama, sentando ao lado de Evelyn e já tentando avaliar os danos, enquanto a menina segurava um lençol no corpo.
- Como você está?
- Já estive melhor. - Evelyn falou tossindo um pouco. - Minha garganta dói mas foi quase impossível não gritar.
- Você foi muito bem. - Elogiou Leena já colocando a mão no lençol. - Vamos tirar isso.
- Leena... - Ela ia começar a protestar.
- Eve. Por favor. Não discuta comigo.
Evelyn deitou na cama, completamente exausta, e encarou o teto por um momento. Ela não queria discutir, mas a última coisa que queria era se sentir mais vulnerável do que já havia se sentido.
- Podemos, por favor, não fazer isso? - Evelyn pediu sem olhar para Leena.
- Fazer o quê, Eve?
- Isso... você sendo minha mentora. Eu só quero respirar um pouco.
Ela entendia. Meu deus, como ela entendia. Entendia e queria concordar, mas não podia. Como ela deixaria Evelyn naquela hora?
- Você pode dormir, depois.
Os olhos de Evelyn se encheram de lágrimas, e elas começaram a sair muito mais fortes e amargas do que ela havia previsto. Aquilo podia ter sido a primeira vez que Leena se sentia falhando por dentro, em um momento em que não podia haver erro da parte dela.
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Moonfall
ParanormalLançado há 24 horas e #10 lugar em mais de 1000 histórias de mistério! 😍 Leena é professora na Universidade de Savannah - um retiro perdido com uma sociedade secreta. Organizando o novo ano, cercada de mistérios, a novata Evelyn Wolf se mostra muit...