O Futuro de Kimetsu

Aos meus olhos

— Vai continuar sendo vídeo?! - Naho pergunta enquanto as outras riam da incredulidade dela.

Antes do telão ligar, um flash forte revela uma única pessoa para a sala. Tanjiro sorri e Tomioka fica minimamente surpreso. Urokodaki estava ali.

— Mas o que...? - Ele olhava para os cantos buscando uma resposta.

— Urokodaki-San! - Tanjiro balançava as mãos para o alto o chamando, enquanto Nezuko sai de seu lugar e corre abraçar o homem.

Os hashiras ficaram de boca aberta com isso, principalmente quando o mais velho retribuiu o abraço.
Tudo foi explicado e as memórias das pessoas da sala foram para o antigo Pilar da água, entendendo a situação é decidindo sentar-se perto de Ubuyashiki, para deixar os adolescentes se divertirem.

O vídeo começa e a cena mostra uma manhã com a neve cobrindo a terra e com uma pequena casa.

Tanjiro paralisou, não falaria daquela dia né? Não é?

— Ei cara, cê tá legal? - Inosuke pergunta quando sentiu uma cotovelada de Zenitsu. Tanjiro engoliu seco, mas respondeu.
— Tô s-sim. - Os garotos obviamente não acreditaram, mas não quiseram deixar o ruivo desconfortável.

- Irmão. - Nezuko chamando por Tanjiro que estava indo em direção à cidade.

— Vocês acham que vão falar sobre o dia do massacre? - Obanai pergunta abismado. Isso já era crueldade.

— Pela reação do garoto, imagino que sim. - Tengen diz olhando para Tanjiro, que estava pálido e trêmulo, quase que não respirava.

- Nezuko... - Tanjiro para para ouví-la
- Eu finalmente consegui colocar Rokuta para dormir. - Nezuko diz - Tem sido difícil desde que o pai faleceu. Todo mundo está contando com você agora, irmão. Volte em segurança!

- Você não estava lá na hora porque havia ido vender carvão né? - Zenitsu tenta ser delicado ao perguntar, mesmo que o amigo já tenha dado a resposta antes.

- É, eu fui vender carvão na cidade para ganhar dinheiro e podermos comer a vontade no Ano novo. Mas eu demorei demais e já havia anoitecido quando...- O ruivo ainda estava muito chateado, ele estava dormindo confortável enquanto sua família estava sendo assassinada.

— Oh, entendo. - Zenitsu resolveu não dizer mais nada.

— Ué, seu pai não havia morrido por causa daquele maluco ali? - Inosuke pergunta confuso, apontando para o suposto maluco dos olhos vermelhos.

— Não, ele morreu bem antes. Foi por causa de uma doença, minha mãe até sabia onde ficava os medicamentos, mas meu pai não quis que ela a pegassem.

— Porque seu pai negou os remédios se iria salvar ele?!? - Zenitsu perguntava incrédulo.

— Eu também não sei, ele só não aceitou. - Tanjiro dizia um tanto perplexo, não fazia sentido a escolha que seu pai havia tomado, mas agora já não dava para mudar as coisas.

Estava anoitecendo e nada do Tanjiro chegar ainda, Nezuko começou a ficar preocupada e vai até a cozinha.
- Mãe? - Nezuko pergunta enquanto Kie a ouve. - O Tanjiro ainda não chegou?

A culpa que o Tanjiro sentia era enorme, dava para construir um castelo inteiro com cada pedra no pulmão que o impedia de respirar. Ele queria ter ajudado, queria ter dado apoio a eles, queria ter impedido aquilo, mas ele não podia voltar no tempo e consertar aquilo que ele chamava de erro.

— Esse vai ser um dos vídeos mais difíceis de assistir, não é? - Mitsuri pergunta tímida e chateada.

— Com certeza, principalmente para o garoto. - Shinobu diz apreensiva.