Kanao Tsuyuri

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Kanao Tsuyuri - A próxima Pilar

A próxima melodia começava com um soar único.

Desde pequena maltratada

— Quem será? - Zenitsu sussurra apenas para Tanjiro e Inosuke ouvirem.

— Mínima ideia, mas já sabemos que essa pessoa não vai ter privacidade nenhuma. - O moreno diz mordendo uma bala fini, um tanto quanto avoado.

— Infelizmente essa sala é assim... ‐ O mais novo diz com o olhar vago, mas de repente seus olhos se encontram com a mão trêmula de Kanao, que estava esfregando a moeda de seu bolso com força.

— Ei Gonpachiro, o que que cê tá olhando? - Inosuke pergunta com uma sobrancelha erguida.

— An... não é nada. - O ruivo diz um pouco roxo, era péssimo em mentir. Mas sua cabeça estava focada em outra coisa para perceber que Inosuke tinha errado seu nome de novo.

Pelos meus próprios pais

— Já é horrível ser maltratado, imagina ser maltratado pelos próprios pais! É ainda pior. - Rengoku diz com um certo pesar, ele tinha consciência de que seu pai era alguém difícil de lidar, mas jamais duvidara do amor dele. Porém, uma criança ser maltratada desde cedo por quem deveria a proteger era diferente, era completamente diferente, e ele se sentiu triste pelo sentimento que essa criança deveria sentir.

— É terrível! Isso quebra totalmente os laços de amor e união em família. Essa criança precisa saber que ela é amada. - Mitsuri diz com determinação, ela não entendia muito bem como a criança deveria se sentir já que seus pais sempre foram ótimos, apesar disso ela ainda sentia empatia pelo sofrimento da pessoa.

Obanai olhou para aquilo com carinho, ele mesmo não foi amado pela família, se achava culpado, impuro, sujo, indigno de qualquer afeição ou piedade, mas Mitsuri estava ali para dizer que ele era bem mais do que seu passado. Ele era o passado, futuro e agora o presente.

Se um de nós chorava
A punição era voraz

Kanao estava imóvel, ela queria acreditar que era sobre outra pessoa, uma outra sofredora e não ela. Porém, já estava óbvio e não tinha como negar, chegara a sua vez e ela não estava pronta.
A postura reta, as mãos brincando discretamente para tentar se distrair, o olhar vago e pensante e o suor frio de uma possível onda de desespero.
A morena queria sumir, estar em qualquer outro lugar que não fosse aquela sala estranha e cheia de gente.

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— Uma punição voraz por chorar? Isso não se faz com uma criança nunca! - Tanjiro exclama revoltado.

— Esse povo é doido. É natural uma criança chorar. Não se pode impedir isso. - Zenitsu concorda com o amigo.

— Por que não? - Inosuke questiona.

— Porque é uma coisa natural para as crianças, quando os bebês não sabem falar eles se comunicam chorando, é assim que deve ser. - O loiro explica.

— Entendi. - O moreno diz

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— Quem vocês acham que é? - Douma questiona com uma certa curiosidade.

— Uma das pirralhas dos hashiras. - Daki responde desinteressada.

— E como você sabe disso, Daki-san? - o loiro diz provocativo, apontando suas unhas para a mulher de cabelos negros.

— A música acabou de usar o pronome feminino, é claro que é uma garota! E até agora só foram os pirralhos mais novos. Só pode ser uma daquelas duas ali. - A oni aponta para Kanao e Aoi, que estavam quietas.

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