Em um ato de amor puro carregado de grande bondade,
acolhi um pássaro que sofreu um ataque covarde,
o alimentei com partes do meu corpo, do meu ser
e observei ele se curando com o que lhe dei para comer.
Suas belas asas que haviam sido cruelmente quebradas,
receberam o tratamento devido e foram curadas.
Ele havia chegado até mim mudo, sequer piava
mas após receber ajuda, diariamente cantava.
Nunca o prendi em nenhuma gaiola,
ele sempre foi livre para ir embora,
mas nunca tentou abrir as asas para voar,
permaneceu por diversos anos a me bicar.
O estômago do pássaro vivia cheio e pesado
enquanto eu chorava com o corpo mutilado.
Cansada de ser devorada
o expulsei da minha casa,
abri uma gaiola que nunca existiu
e contrariado, para longe ele partiu.
Eu amava profundamente o canto daquele pássaro
mas se ele voltar, será recebido com um disparo,
pois os pedaços que sobraram do meu coração
são os resquícios de um órgão, não de ração.— Pássaros precisam voar.
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O que o adubo faz com as plantas
PoetryㅤEsta é uma pequena obra poética sentimentalista repleta de linhas com rimas que confesso, vez ou outra nem combina. ㅤContém poesias, poemas e hipocrisias feitas a base de temas variados e estruturas livres para a leitura, com interpretação subjet...