Me encantei por um rio
extremamente frio,
inexplicavelmente largo
e intrinsecamente raso.
Eu não precisei de um bote para nadar,
desci as suas águas apenas ao andar
e quando percebi que estava em uma cilada,
era tarde, minhas penas estavam afundadas.
É peculiar a forma como me afundei
em uma rasura onde apenas os pés coloquei.
Na superfície límpida daquele rio só se via clareza
mas o que encontrei quando atolei em sua profundeza
foram predadores distintos
com olhos dilatados, famintos
que me devoraram com gosto, sem nenhuma dó
e transformaram minhas entranhas em um feio nó.
Águas que aparentavam clareza
me afundaram com destreza
e me levaram ao profundo
caos existente desse mundo.
O abismo daquele atrativo ser
é algo que não se deve conhecer,
pois até mesmo as águas que aparentam ser rasas
podem nos puxar para um fundo falso, nos afogar,
e os restos do que um dia fomos nunca será encontrado
por ter em algum canto daquelas águas se enterrado.— Águas rasas também matam.
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O que o adubo faz com as plantas
PoetryㅤEsta é uma pequena obra poética sentimentalista repleta de linhas com rimas que confesso, vez ou outra nem combina. ㅤContém poesias, poemas e hipocrisias feitas a base de temas variados e estruturas livres para a leitura, com interpretação subjet...