II

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nothing's gonna hurt you baby

— Porra...onde eu tô?

Você sabia que no seu quarto não era, porque nem em um milhão de anos sua cama seria tão grande e macia assim, e não tinha o mesmo cheiro característico de bolo red velvet e comida estragada que você acabava esquecendo debaixo da cama.

Rolou na cama, ainda de olhos fechados e sentindo a cabeça latejar.

— Parece que a bela adormecida acordou. - que? De quem é essa voz? E porque parece que que você conhece ela de algum lugar? — Bom dia.

Piscando lentamente e se acostumando com a não tanta — graças a deus — claridade do lugar, seus olhos embaçados aos poucos reconheciam a figura a sua frente. Que depois de alguns segundos, foi reparar que segurava uma caneca com algum líquido fumegante já que dava pra ver a fumacinha subindo.

— O que é isso? - credo, essa era sua voz mesmo?

— Café. - respondeu simples, ainda com um sorrisinho no rosto em te ver tão desnorteada e bagunçada. Vestindo a camisa dele. — Toma, vai ajudar com a ressaca.

Se levantando devagar, você segurou a caneca, não o mirando enquanto colocava o copo na boca e engolia devagar o líquido quente meio amargo que você tanto gostava.

— Valeu, isso aqui tá muito bom. - elogiou, fechando os olhos e aproveitando intimamente o café. Seu parceiro há anos, nunca te abandonou.

— Como estão os machucados? - nessa hora você parou e abriu os olhos, mirando ele de canto de olho.

— Que machucados?

— Esses aí que estão na sua testa-

— AU!

— No seu braço-

— EI!

— Na sua perna-

— AI!

— E também na sua coluna-

— TÁ! Eu já entendi, pode parar de me tocar por favor. - exclamou, evitando que ele tocasse em mais alguma parte do seu corpo.

Toji riu enquanto se jogava do seu lado na cama, achando graça da sua cara emburrada pra ele.

— E tem um na sua nuca também, e esse é levemente preocupante.

— Por que? Por acaso eu vou morrer? - arqueou uma sobrancelha, voltando a beber o café.

— Não, mas é possível que você tenha sofrido uma concussão por causa da explosão. - e como um estalo, você lembrou de tudo. Desde o momento horrível em frente ao portão do....como era o nome dele mesmo? Até a hora em que você foi jogada com tudo da banqueta por causa de uma explosão...e, se lembrou dele. — Ou talvez não, você parece se lembrar do que houve.

— Foi você. - constatou baixinho, mas mesmo assim ele conseguiu ouvir, dando de ombros e sem tirar os olhos dos seus.

— Eu avisei pra sair de lá.

Sua mente rodava com mil e uma alternativas de fuga. Não era a primeira vez que passava por uma situação daquelas sendo bem sincera, mas ele parecia diferente. Estranho. Exalava uma aura que gritava "PERIGO! CORRAM, GOSTOSO ARMADO E PAUZUDO A FRENTE!" mas não de um jeito que necessariamente te agradava.

— E você é o que? Um assassino? - perguntou como quem não quer nada, tomando seu café tranquilamente. Antes de fugir tinha que coletar informações do inimigo é claro, tinha que saber o nível de perigo que ele apresentava.

𝐈 𝐋𝐔𝐕 𝐔, 𝐅𝐮𝐬𝐡𝐢𝐠𝐮𝐫𝐨 𝐓𝐨𝐣𝐢Onde histórias criam vida. Descubra agora