Wednesday

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Após o susto daquela manhã, enchi meu pescoço de base tentando esconder os chupões misteriosos da noite passada. Fiz minha rotina matinal rapidamente e segui para o trabalho, torcendo para ninguém notar qualquer diferença em minha pele.

Enquanto tomava meu café diário, pensava em formas de como descobrir quem era o homem misterioso dos meus sonhos. Eu não fazia ideia de como ou por onde começar a pesquisar, ainda mais depois dele me falar que o conheço.

Coisa que era impossível, pois com certeza me lembraria se tivesse visto um homem daqueles!

Pelo jeito meu subconsciente era mais esperto do que eu imaginava, visto que consegue criar tantos detalhes meticulosamente perfeitos. Mas, como explicar as marcas no meu corpo? Como isso era possível? São tantas perguntas que suspiro alto em protesto comigo mesma.

— Liz, que bom que te encontrei aqui. - Yoo-na interrompe meus pensamentos, sentando na cadeira ao lado. Sorrio para ela, puxando a gola de minha blusa para cima, a fim dela não perceber qualquer resquício de maquiagem sobre minha pele. — Tá tudo bem? - ela pergunta cerrando as sobrancelhas, de forma desconfiada.

— Sim, está! Só não tive uma boa noite de sono. – minto, sorrindo levemente. É claro que minha noite havia sido ótima!

Ela parece acreditar e prossegue com o diálogo.

— Tenho um convite pra você... - ela começa a falar como quem não quer nada, dedilhando alguns pacotes de açúcar sobre a mesa, mas na verdade eu já imaginava o que estava por vir.

— Humm, qual show você quer que vá, hein? - questiono, bebericando a bebida quente.

— Você vai amar, eu tenho certeza! - ela diz animada. — É o último show do BTS antes do Jin ir para o exército... - a feição de Yoo-na muda abruptamente e seu olhar parece triste. Suspiro brevemente. Eu odiava negar alguma coisa a ela, pois a garota foi a única que me acolheu por aqui.

— Que dia? - pergunto sem rodeios, sabia que seria uma tortura sem fim.

— É sábado, mas já comprei nossos ingressos. – cerro os olhos e a encaro. A espertinha comprou antes mesmo de eu aceitar. Yoo-na me abraça com um sorriso feliz e eu apenas reviro os olhos com a derrota, sorrindo também.

Com certeza não será pior do que aquele karaokê que ela me levou mês passado. Era tanta gente bêbada cantando errado que meus ouvidos quase sangraram.

Fico tentada a contar para Yoo-na sobre meus sonhos pecaminosos — talvez ela me ajudasse a encontrar uma solução — mas fiquei constrangida demais me imaginando tendo que detalhar algumas partes. Por isso, achei melhor apenas escutá-la falar sobre o tal BTS pelo restante da manhã inteira.

Pelo o que entendi, Seok-jin era o amor da vida de Yoo-na e ela realmente estava sofrendo com sua partida para o exército.

Desde que eu a conheci, ela sempre foi muito meiga e simpática, além de ser muito bonita, mas nunca namorou ninguém. Penso que, por ser boa demais, obviamente não merecia qualquer cara. Então, talvez por conta disso ela dedique tanto tempo gostando de caras que parecem ser perfeitos.

Tento me livrar das suposições que rondam minha cabeça e volto a realizar minhas tarefas, que não eram poucas. Hoje, eu estava determinada a não fazer hora extra!

[...]

Depois do dia longo de trabalho, decidi sair com a Yoo-na para jantar e beber um pouco de soju. Acho que encher a cara não era uma ideia ruim neste momento.

Após virar alguns inúmeros copos, minha mente já rodopiava como um peão e eu não enxergava muita coisa à minha frente. Nós duas nos arrastávamos pelo metrô, tentando apoiar o peso uma na outra, enquanto gargalhávamos por qualquer mínima coisa.

SEVEN | JEON JUNGKOOKOnde histórias criam vida. Descubra agora