O Casebre

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Little Whinging - 13:47 / Quarta

19°C - Ensoladado

O carro era desconfortável e apertado com Duda ao meu lado. Eu me sentava no meio, entre Duda e Harry. Tio Valter não parava de resmungar e tia Petúnia ofegava olhando para todos os lados.

***

Praia - 20:03 / Quarta

17°C - Tempestuoso

A viagem demorou cerca de 6 horas, até que chegamos em uma praia. Estava de noite, não sei o horário ao certo. Tio Valter abruptamente abriu a porta do carro, escancarando-a em seguida e ficando enchardado.

— Desçam já. — Falou com raiva.

Duda saiu do carro, mantendo a porta aberta para que eu descesse, segurando um guarda-chuva que por sorte não voou para longe. Ignorei o ato e esperei para sair do outro lado assim que Harry descesse. Escorreguei pelo banco e saí, Duda fechando a porta do lado dele desapontado. Tia Petúnia foi a última a descer.

Tio Valter pegou Harry pela gola da camisa empurrando-o pela praia de areia molhada.

— Solte ele, não vê que está o machucando? — Quase grito dentre as trovoadas.

Valter afrouxa Harry um pouco e se vira para mim.

— Calada.

Continuamos a andar, tia Petúnia segurando o guarda-chuva que antes estava com Duda, gentilmente guiando-o. Eu andava ao lado de Harry que tremia de frio, pronta para qualquer tentativa de Valter contra ele.

Não tardou até chegarmos num grande casebre duvidoso sobre um rochedo. Tio Valter remexeu os bolsos procurando uma chave e abriu a porta que rangeu alto. Em seguida, empurrou eu e Harry para dentro. Petúnia e Duda vieram logo atrás.

O local era escuro e úmido, o ar cheio de maresia. Tinha um quarto mais pro topo, onde meus tios ficariam. No primeiro andar, uma cama e um sofá que cheiravam fortemente a mofo.

— Eu e Petúnia ficamos no quarto. — Valter falou. — Duda nesta cama, e vocês dois — olhou para nós — dividirão o sofá.

***

Algumas horas se passaram e todos já tinham ido dormir. Harry fez questão de se deitar no tapete do chão para que eu ficasse confortável no sofá, mas eu aleguei que não dormiria naquela noite e que podia ficar sentada no chão. Ele decidiu não discutir.

O chão estava gelado e minha calça surrada não me protegia muito do frio. Me levantei e segui até o cabideiro velho que milagrosamente ainda suportava casacos. Peguei as cartas que havia resgatado em casa. Fui cuidadosamente até Harry e sacudi ele levemente.

— Harry, acorda. — Sussurrei.

— Me deixa dormir... — Resmungou, se virando de costas para mim.

— Anda Harry, levanta! — Falei, sacudindo ele com mais força.

Ele se virou contragosto e se sentou. Eu levantei do chão e fui me sentar as lado dele.

— Consegui pegar duas cartas.

Ele olhou para mim mais atento.

— Já abriu? De quem são? — Perguntou.

— Ainda não abri, decidi esperar por você. — Falei.

Ele pegou a carta dele da minha mão e abrimos juntos. Quando estávamos desdobrando as cartas, a porta é escancarada.

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⏰ Última atualização: Jul 26, 2023 ⏰

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