Capítulo número 3

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Quando alguém pensava em Christian William Grant du Mont Von Munthe Schimmelmann-Blankenberg Russel, vinha automaticamente à sua cabeça o tamanho gigantesco do berço de ouro no qual o menino nascera, o que fazia justiça ao seu nome que era igualme...

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Quando alguém pensava em Christian William Grant du Mont Von Munthe Schimmelmann-Blankenberg Russel, vinha automaticamente à sua cabeça o tamanho gigantesco do berço de ouro no qual o menino nascera, o que fazia justiça ao seu nome que era igualmente gigantesco -sobrenomes para pessoas muito ricas, afinal, eram como chupetas para crianças pequenas e mimadas; elas não queriam abrir mão deles de nenhuma maneira, e quando o faziam era porque foram submetidas.

O menino de olhos azul céu, pele excepcionalmente clara e os cabelos loiríssimos em um tom quente, era a definição palpável de um garoto de ouro, um exemplo perfeito de alguém possuidor do verdadeiro sangue azul, um integrante da legítima realeza. O rapaz, afinal, se tratava de um autêntico príncipe, filho da princesa da Noruega, Esther du Mont Bretteville Von Munthe-Schimmelmann, e havia se tornado o futuro herdeiro de uma das maiores fortunas de todo o planeta, por mais dramático que isso soe.

Acontece que Esther, a princesa caçula do reino, tomou um caminho um pouco diferente do esperado pelo reinado. Diferente de sua irmã mais velha Madeleine, que casou-se logo com um duque e rapidamente tornou-se uma perfeita representante do trono, a princesa exemplar para herdar a coroa, Esther acabou se apaixonando por um americano, conhecido como proprietário de uma das maiores fortunas de todo o mundo, Benjamin Edward Grant Blankenberg-Russel. O rapaz, que apesar da forte nacionalidade americana, era descendente de suíços profundamente opulentos, como era de se imaginar, herdou ainda jovem uma fortuna imensa, e ao invés de simplesmente usufruí-la como qualquer mortal faria, ele com a sua mente brilhante a aproveitou para transformar-se em um empreendedor não apenas muito bem-sucedido e inovador como absolutamente revolucionário, o que o fez, ao longo de seus vinte e dois anos, o dono de uma riqueza espontaneamente trilhardária.

O moço então se tornou, em pouco tempo, muito conhecido. O seu trabalho era reconhecido e prestigiado mundialmente e sua figura, como era de se esperar, se tornou imensamente cobiçada, não apenas profissionalmente mas principalmente entre as mulheres integrantes das maiores elites do planeta. Apesar disso, para a tristeza da maioria delas, o jovem nunca mostrou-se verdadeiramente interessado por nenhuma e se manteve um homem solteiro por todo esse tempo.

Até o dia em que foi convidado oficialmente pelo Palácio Real de Oslo para um jantar de Estado, um tipo de cerimônia diplomática onde grandes dignitários estrangeiros, políticos e membros da nobreza seriam recebidos. Edward apareceu no evento de bom grado, leveza e confiança carregados em sua imagem, seu corpo esbelto vestindo um terno escuro Ermenegildo Zegna e seus cabelos loiros mel penteados para trás. Foi dessa forma que ele conheceu Sua Alteza Real, a princesa Esther da Noruega, que vestia um lindo vestido amarelo citrus, marcando sua silhueta com uma saia ampla e volumosa, com mangas delicadas que caíam perfeitamente em seus ombros claros além dos seus detalhes feitos em ouro. A moça sorriu para ele, como devia fazer com todos, mas Edward sentiu seu coração disparar ao encará-la e perceber ali, enquanto a encarava, algo muito diferente. Seu sorriso não era como o de sua irmã, radiante, aberto e ensaiado; era um sorriso de lado, tímido e confiante ao mesmo tempo, que emanava uma certa intimidade, mesmo se tratando de uma princesa que na realidade não era nem um pouco acessível e assim não tinha intimidade com quase ninguém. Seu olhar era brilhante de maneira extremamente cativante, parecendo dizer tanta coisa mesmo através de sua serenidade e Edward Grant Blankenberg conseguiu ver ali, no olhar daquela jovem mulher, como ela parecia ser muito mais do que aquilo que apresentava -mais do que vestidos caríssimos, uma simpatia artificiosa e títulos nobiliárquicos elevados -, mais do que apenas uma princesa, e isso o intrigou de uma maneira que ele nunca imaginaria.

A princesa, por outro lado, por mais que tentasse ignorar, se viu absolutamente fisgada pela presença de Benjamin Edward Blankenberg, que parecia um tanto descontraído em meio a todas as personalidades nobres presentes no palácio. O empresário, que de nobreza real não tinha realmente nada -seus pais suíço-americanos, afinal, vinham de dois países que não possuíam monarquias e acreditavam no dinheiro como a verdadeira fonte de poder - transitava pelo palácio de forma extremamente... confortável -essa era a palavra. Ele tinha discussões sérias sobre política internacional e economia chinesa não apenas com celebridades importantes -ele estava acostumado a lidar com elas, Esther tinha certeza - mas com a realeza (não apenas da Noruega como de diferentes partes do mundo) com uma facilidade tão grande que fazia algo esquentar dentro da garota de 19 anos e se perguntar quem era esse menino, além do homem mais rico do mundo.

Os dois trocaram alguns olhares ao longo daquela noite, o suficiente para que quando eles se encontrassem novamente, alguns meses depois, no evento de corrida de cavalos Epsom Derby, no Reino Unido, os dois de fato conversassem e desejarem não parar nunca mais. Naquela tarde, quando Edward Russell-Blankenberg trocou olhares com a princesa da Noruega, que vestia um vestido rosa claro fresco e muito delicado, junto com um pequeno chapéu florido da mesma cor, vestindo seu terno Tom Ford de corte ajustado e perfume Burberry, nunca tinha se sentido tão determinado à algo antes.

Edward Blankenberg-Russell estava bastante acostumado em ganhar tudo aquilo que desejava, e afortunadamente, conquistar o coração da princesa da Noruega, não foi uma exceção. E assim os dois casaram, em um desses casamentos reais gigantescos, e decidiram enfim que moraríam oficialmente nos Estados Unidos, o que deixou uma Rainha Cecile e seu marido duque um tanto decepcionados, mas os dois acabaram aceitando bem o casamento, o que já era muito -Esther sabia. Afinal, segundo o seu marido que acabou simpatizando muito com o rapaz, se a Rainha pensasse bem, dentro da situação totalmente inapropriada onde sua filha caçula era uma grande rebelde em relação às regras da realeza, ao menos Benjamin Edward Blankenberg era de fato um homem muitíssimo brilhante -além de muitíssimo abastado, é claro - o que de fato acalentou o coração nervoso de Rainha Cecile. Quer dizer, é claro que assistir sua filha, junto com o seu neto, se perderem para a chacina moral que eram os tablóides americanos era no mínimo ultrajante, mas como lembrava o duque, poderia ser pior e ela era mesmo absolutamente apaixonada por seu neto Christian.

Apesar disso, não tinha nada de muito principesco sobre a segunda coisa que vinha à cabeça de todos quando pensavam no príncipe da Noruega, que cá entre nós, era o maior boêmio que a cidade de Los Angeles jamais tinha visto. O menino, afinal de contas, era um grande entusiasta de todo modo de vida baseado em festas, ostentação, sexo e drogas -o menino de ouro, certo? Extravagante e inconsequente, o garoto vivia pelo bem de sua diversão, custando o que custar, e, sinceramente, estava pouco se lixando para qualquer coisa (ou qualquer um) que não envolvesse isso; seu próprio prazer -em outras palavras menos amenizadoras, Christian Blankenberg não estava ligando para nada. O que, se você pensasse bem, era um dos milhares de sinais da tamanha soberania e poder que o menino possuía -no fim das contas, não existiam muitas pessoas que pudessem se dar o luxo de viver assim como Christian William Grant vivia. Na verdade, haviam pouquíssimas.

Era, portanto, claro como água que conseguir exatamente tudo aquilo -e todos aqueles -que ele desejasse era apenas um pequeno detalhe bastante corriqueiro na vida pomposa do príncipe. Ele só queria viver a melhor vida possível, contanto que sob suas próprias condições -isso era, sob muita, mas muita putaria -se me permite o uso da palavra feia, visto que é a única que possibilita definir tudo aquilo de igualmente feio que se passava sob o reinado de Christian Schimmelmann-Blankenberg, o príncipe da Noruega e da imoralidade.

E, felizmente, nenhuma alma viva parecia interessada em impedi-lo disso.

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⏰ Última atualização: Sep 12, 2023 ⏰

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