paixão

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  Joui e Kaiser demoraram bem mais do que o necessário na vez deles no jogo. O asiático sempre queria uma revanche e o outro aceitava toda vez. Isso fez Dante e Arthur ficarem quietos, os dois observando os amigos jogarem.
  Eles estavam bem próximos um do outro, seus ombros quase tocando. Isso trouxe um certo nervosismo á Arthur, que estava se esforçando para não corar. Dante tinha um cheiro gostoso e suave de perfume, e isso fazia a cabeça dele ficar toda bagunçada.

  - Aha! Eu ganhei!
  - Ai!- Assim que Kaiser ganhou, ele abriu os braços de animação, acertando o rosto de Arthur com tudo, o controle batendo contra seu nariz.- Puta merda!
  - Merda. Arthur? Meu Deus, seu nariz tá sangrando, cara!- César falou em desespero, Joui assistindo tudo sem saber o que fazer.

  Mas Dante levantou rápido, se sentindo preocupado pelo amigo. Sentiu sua barriga gelar ao ver o sangue descendo pelo rosto do mais baixo. Ele nunca se importou em ver machucados, o que era bom, já que queria ser médico, mas... tinha se preocupado demais com Cervero. E não gostou nada daquela sensação.

  - Vem comigo. Onde é o banheiro?- Ele pegou na mão do outro, que genuinamente corou daquela vez, mas o fato de ter a mão sobre o rosto escondia isso.
  - No fim do corredor, a direita. - Arthur falou abafado.

  O loiro se apressou, abrindo a torneira assim que entraram no banheiro, fazendo Cervero se inclinar para que água corrente e gelada caísse sobre o nariz.
  - O quanto tá doendo? Você ouviu um estalo? Tá conseguindo respirar-
  - Dante! Ei. Tá tudo bem.- Ele riu fraco, o sangue tendo sido lavado e parado de escorrer. Kaiser provavelmente só havia feito um vaso sanguíneo estourar, e nada além.
O loiro suspirou, pegando um papel para secar o rosto de Arthur.

  Eles ficaram em silêncio, Cervero olhando nos olhos claro de Dante, que estava focado em secar seu rosto com cuidado. Segurava o rosto do mais baixo com uma das mãos, sentindo a sensação levemente áspera da barba rala que crescia ali.
  - Certeza que não está doendo? Pode ter rachado o osso.
  - Tenho certeza, doutor Dante.- Ele provocou, tirando um risinho do loiro, que o olhou com carinho, fazendo seu coração palpitar loucamente.
  - Tudo bem. Melhor assim.- Ficaram ainda se olhando, a mão de Dante ainda em seu rosto.

  Arthur mal podia compreender o quanto amava aquele loirinho nerd.

  - E aí? Tá tudo bem?- Kaiser perguntou, entrando no banheiro com tudo, fazendo os amigos saírem da pose em que estavam. Ambos não notaram, mas sentiram falta do toque na mesma hora.
  - Uh- Sim. Foi só um vaso que estourou. Tá tudo bem.- Dante respondeu se afastando de Cervero, jogando o papel sujo de sangue no lixo antes de lavar as mãos.
  Ele sentiu falta das mãos de Dante em si, mas obviamente não pôde falar ou fazer qualquer coisa.

  Cohen olhou para o melhor amigo e levantou a sobrancelha de leve, sentindo uma vibração estranha ali. Tinha algo rolando, era o óbvio. Mas não iria comentar aquilo, não ainda. Ele conhecia Arthur melhor do que ele conhecia a si próprio, e conseguiu notar alguma coisa ali.

  - Que bom. Pensei que tinha quebrado seu nariz.
  - Nem. Eu tenho ossos fortes!- Arthur sorriu, pegando no braço de Dante, os levando de volta para a sala, encontrando com Joui no meio do corredor.
  - Tá tudo bem?
  - Tudo ótimo, Joe. Querem assistir um filme?
Jouki suspirou aliviado, assentindo em seguida.

  Os quatro voltarem para o sofá, Jennifer não parando de seguir Arthur em um momento sequer. A gata também tinha ficado preocupada com toda aquela movimentação súbita.

  Eles se sentaram nas mesmas posições de antes. Dante estava longe em pensamentos, tentando esquecer como havia se sentido ao olhar nos olhos de Arthur daquela maneira. Queria rezar e pedir desculpas por se sentir daquela maneira. Por Deus, só queria ver o amigo dele de uma forma normal. Por que tinha que se sentir daquela maneira??

Teen Romance - DanthurOnde histórias criam vida. Descubra agora