Playboy || Byun Baekhyun

04

— Aqui os setores são divididos em praças onde cada um tem sua obrigação. De um modo simplificado, é uma pessoa dando suporte a outra desde a entrada até a sobremesa. O chefe como você sabe é Gong Yoo, eu sou o sub chefe e este é Pierre – ele encostou no ombro de um homem aparentemente não coreano – O cozinheiro. Você irá ser sua ajudante.

Pelo visto ele não entendeu o que o pai dele disse quando pediu para ELE me ensinar como as coisas funcionam.

— Trés satisfait – Pierre disse pegando minha mão e depositando um beijo. Não sou acostumada a esse tipo de toque então rapidamente tirei a mão. Ele riu – Désolé.

— Ele não fala coreano? — perguntei para Chen.

— Pierre é de Paris então seu coreano não é muito bom, o que fez com que nós aprendêssemos sua língua — ele disse sem me olhar.

Como se saber francês fosse a coisa mais simples do mundo.

— Mas eu não sei falar francês — ele riu mediante a resposta. 

Eu odeio risada irônica.

— Te aconselho a aprender. Se quer ficar na cozinha e crescer aqui dentro você precisa de muito mais do que saber cozinhar — Ele virou-se para Pierre — Je vais, désole de laisser ce poids sur votre dos — ótimo, não entendi nada.

Como se eu não existisse, ele saiu de cena e me deixou com o francês que esbanjava um sorriso no rosto. Pelo menos ele parece ser mais simpático que Chen. Não acredito que perdi anos de minha vida admirando esse homem. 

Que perda de tempo.

— O que ele disse? — perguntei em coreano mesmo. Chen disse que ele fala mal mas fala coreano.

— Não posso te contar — Pierre respondeu com seu sotaque forte e piscou para mim. Ele deveria ter mais de 40 anos. Tinha o cabelo ruivo e um bigode um tanto ridículo. Seus olhos eram azuis e sua pele pálida. 

— Puff — resmunguei e ele fez sinal para que eu o seguisse.

— O restaurante abre um pouco mais tarde hoje — ele prendeu seu avental — Então tenho tempo para te explicar algumas coisas. Você está preparada?

— Eu nasci preparada — respondi confiante.

— Alors allons-y. 

Eu não sei o que isso significa, mas deve ser algo bom.

 — Boa sorte, Hari — disse uma mulher. A mesma que conversava com Chen antes.

Sorri e agradeci.

Talvez se eu ignorar Chen, tudo a minha volta seja realmente como um sonho.

(...)

— Me passe o sal — Pierre disse ás pressas. O restaurante estava lotado e outro cozinheiro havia faltado. Gripe se eu ouvi bem.

Eu estava me sentindo inútil. Por mais que ajudasse Pierre eu sabia que poderia fazer mais. Não é a primeira vez que trabalho num restaurante. Eu sei lidar com esse tipo de crise e conheço a maioria dos pratos.

— Hari, acorda — Chen quase gritou enquanto agarrava a faca que estava pendurada — O restaurante está cheio, o que está fazendo parada?

— Esperando as ordens de Pierre — fui sincera. O que mais eu poderia fazer a não ser esperar que o queridíssimo mudasse de ideia sobre mim?

— Inútil — ele não disse alto mas eu ouvi. Eu estava ao seu lado é óbvio que ouviria.

— O que quer que eu faça? — fui para perto dele e lhe apontei o peito  —Você me colocou como ajudante. Se eu estivesse cozinhando agora tenho certeza de que essa cozinha não estaria o caos que está.